24 maio 2017

Montanhismo

História (cont.)



O alpinismo nasceu nos alpes e foi nos Dolomitas, uma cordilheira no Norte de Itália, onde apareceram as primeiras técnicas de segurança.


No princípio nada fazia segurança aos escaladores, mas depressa foi evidente, com o aumento da dificuldade das vias, que era necessário contar com sistemas de segurança.


 Isto, no entanto, criou uma tremenda polémica em que se enfrentavam os meios naturais e os meios artificiais.

Ambas contam com escaladores de renome, valentes e incansáveis, como Paul Press, que defendia a primeira delas e confiava a sua vida nas suas mãos. 


A sua morte no Mandkogel, uma via muito concorrida raças aos pitões, demonstrou a necessidade de se contar com algum sistema de segurança, mas que no entanto não acabou com a polémica.


Os avanços nas técnicas, a progressão em cordada e os sistemas de segurança, permitem aceder a vias de maior dificuldade. 


Na década dos trinta, no apogeu do alpinismo heróico, alpinistas alemães, italianos e franceses competiam para alcançar alguns cumes, como a cara norte do Heiger, transportando este desporto para a sociedade. 




As façanhas dos alpinistas são aproveitadas para fazer propaganda política, mas mesmo assim estão carregadas do espírito que carateriza este desporto.


Também nessa mesma década aparecem novos elementos e novas técnicas que se somam ao equipamento e melhoram as possibilidades dos escaladores, como por exemplo, os crampons de doze pontas ou a técnica do piolet-tração. 




O calçado, principalmente as solas, aproveita-se dos novos materiais permitindo uma maior aderência em todas as situações.



A segunda guerra mundial provoca uma travagem no avanço deste desporto, mas não o consegue deter completamente.




Com menos meios e em piores condições, o alpinismo continua evoluindo. Uma nova meta, uma nova competição surge e aprisiona diversas nacionalidades: A conquista dos cumes mais altos do planeta, os "oitomil".



No próximo artigo voltaremos a este tema. Até lá...


Boas caminhadas

18 maio 2017

Montanhismo

História


A relação do homem com a montanha, remonta à pré-história. O espírito de superação e a curiosidade que nos caracteriza levou-nos em diversas ocasiões a tratar de chegar mais longe e mais alto. 


Mas o que nos interessa neste artigo, e que falaremos de forma muito superficial, é a história do desporto em si, que conta com pouco mais de duzentos anos.

Ainda assim é uma história longa se a compararmos com a do raffting, do parapente ou o canyoning, etc. Ao longo destes anos observou-se uma evolução constante das técnicas, dos materiais e também pelos objetivos dos homens que enfrentaram a montanha. 




O que não mudou foi a atração magnética que as altitudes e as paisagens de montanha exerceram sobre o ser humano.


Existem alguns dados antigos como a ascensão de Rotario D'Asti ao Rocciamelone, de 3.583 metros de altitude que teve lugar no ano de 1358.


 Também em 1492, após a recusa de fundos para a expedição de Cristóvão Colombo, o Rei Carlos VIII ordenou a Antoine de Ville que escalasse o Monte Aiguille. 



Mas deixando de lado algumas tentativas isoladas motivadas por razões religiosas ou militares, os primeiros cumes suscitaram principalmente curiosidade e as expedições foram organizadas por exploradores e cientistas.

Os historiadores situam o nascimento do espírito desportivo na ascensão do Monte Branco, levada a cabo por Horace Bénédict de Saussure, em 1786. 



Rapidamente seguiram-no outros e lentamente a montanha começou a mostrar interesse a pessoas normais que não procuravam mais do que a sua própria gratificação.
Assim surgem dois tipos de alpinismo: o de exploração e o desportivo, que convivem durante decénios.

O primeiro deles extingue-se nos Alpes, quando já se escalaram todos os cumes e muda-se para outros lugares do mundo.


Persiste nos Himalaias até 1964, quando se coroa o Sisha Pangma, o último dos oitomil.


O segundo, o alpinismo desportivo, não sofreu esse inevitável declive e pelo contrário cresceu e evoluiu.


O pai deste desporto é sem dúvida Alfred Frederik Mummery, de nacionalidade inglesa e que praticava um alpinismo vital e competitivo e que introduziu o que ele chamou de meios leais, semeando a semente da ética desportiva do alpinismo. 


Também foi britânico o primeiro dos clubes alpinos, nascido em 1857, que foi imediatamente seguido por um clube austríaco que viu a luz em 1862 . Um ano depois surgiram os clubes Suiço e Italiano.

No próximo artigo voltaremos a este tema. Até lá...


Boas caminhadas

11 maio 2017

Montanhismo




Com este artigo, vamos iniciar um novo tema relacionado com o montanhismo.

Existe uma grande variedade de desportos considerados de risco e aventura. Entre todos estes desportos, o do montanhismo é talvez o que engloba mais caraterísticas que todos os outros e conta com uma tradição bastante antiga. O impulso que fez evoluir o homem, que leva a explorar e a superar-se a si mesmo, é o próprio que empurra alguns a escalar as montanhas, ainda que cada um deles tenha as suas próprias motivações.



Na montanha, o desportista enfrenta a natureza, em ocasiões mais selvagens e duras, mas também a mais avassaladora e bela. O facto de alguns picos estarem reservados a apenas poucas pessoas e que seja necessário contar com experiência e treino para chegar a coroar esses picos, faz deste desporto uma contínua sucessão de metas que mantém sempre viva a emoção e a ilusão.


Na montanha precisaremos de uma infinidade de conhecimentos, tantos que estes artigos não são suficientes para abordar convenientemente todos eles. Desde a correta alimentação, fundamental para que o corpo do desportista responda adequadamente ao esforço, até à meteorologia, passando pela sobrevivência, a orientação, os primeiros socorros e todas as técnicas de escalada em todos os diferentes meios. Também durante a aproximação aos locais de escalada, será frequente a necessidade de acampar, e durante esse tempo será imprescindível a alimentação e o descanso adequados.



Uma vez que será impossível tratar todos esses temas com a necessária profundidade, estes artigos apenas servirão para vos colocar no caminho de um passatempo que se pode converter em paixão.



Novamente refiro que estes artigos não podem ser os únicos pontos de referência para praticar este desporto. Qualquer atividade que se desenrole na natureza será afetada por uma infinidade de fatores imprescindíveis que apenas se podem enfrentar e ultrapassar com a suficiente experiência, que apenas se adquire com a prática e esta deve-se realizar sempre debaixo da supervisão de profissionais qualificados.



Para aqueles que desejam aprofundar os poucos conhecimentos e técnicas que vou descrever, aconselho que procurem as diferentes escolas e federações desportivas que se encarregam de formar adequadamente os futuros montanheiros. Isso permitirá, não só praticar este desporto com as suficientes garantias e segurança, mas também disfrutar ao máximo esta atividade.



No próximo artigo daremos continuidade a este artigo. Até lá...



Boas caminhadas

04 maio 2017

Expedições Polares

Outros perigos




Entre outros perigos polares inclui-se o risco de sufocar por monóxido de carbono numa tenda de campanha coberta pela neve ou numa cova de gelo. Deve-se verificar frequentemente os orifícios de ventilação para garantir que não estão obstruídos pelo gelo proveniente do vapor de água.



 Algumas expedições polares ocorrem a uma altitude em que é provável ocorrer o "mal de montanha".



Ainda que os animais selvagens do hemisfério sul costumem ser amistosos, já não se pode dizer o mesmo dos ursos polares, que podem estar perigosamente interessados na nossa presença. Devemos informar-nos na zona se é conveniente transportar armas de fogo.


Muitos aspetos da medicina e a fisiologia foram estudados por pessoas  pertencentes a grupos governamentais de investigação cientifica, mas os resultados destas investigações podem ser difíceis de obter porque são publicados em revistas científicas especializadas. 



É difícil levar a cabo investigação de campo em condições extremas, mas um médico entusiasta sempre encontrará oportunidades para desenvolver um pequeno projeto de investigação. Uma boa fonte para começar a ler sobre investigação médica em zonas polares é "Man in the Antartic".



O maior perigo do meio polar reside em que não estamos habituados a ele. Quando se compreendem os perigos e se tomam precauções frente a eles, a beleza, limpeza e isolamento das zonas polares possuem um prazer inesgotável aos afortunados que se aventuram nelas.



E com este artigo concluímos este tema. No próximo artigo voltaremos com nova temática. Até lá...


Boas caminhadas