28 dezembro 2011

As meias e os pés

Dificilmente um principiante na prática do montanhismo, dará a devida atenção às meias que usará para esse fim. Na sua maneira de pensar, será preferível comprar material técnico e poupar no preço que pedem por um par de meias, pois pode-se remediar a situação com umas meias vulgares, além de que não fazem a menor ideia do tipo de meia apropriada para usar em cada actividade. Esta ideia está errada, claro, mas por desconhecimento esse amador concerteza irá aprender a lição da pior forma.

Convém frisar que não adianta comprar uma boa bota de montanha e descourar uma boa meia, pois com uma meia fraca, rapidamente os pés ganharão bolhas, e ficarão humedecidos gelando e tornando uma actividade que deveria ser um prazer, num grande martírio e tortura.

Os pés necessitam de cuidados especiais, se pensarmos que é uma das partes do corpo mais importantes para que qualquer actividade de montanha seja bem sucedida. Não podemos deixar que a sua importância seja apenas evidenciada quando surgirem problemas, precisamos de pensar mais carinhosamente nos nossos pés. As meias são responsáveis pelo conforto e segurança dos pés do montanhista, tanto como o calçado utilizado.

O uso diário de calçado apertado e inadequado, pode provocar em alguns casos, o aparecimento de enfermidades na pele ou outros problemas, como micoses, frieiras, pé de atleta, bolhas, bursite, calos, rachaduras no calcanhar, dores na sola dos pés, alguns oriundos de infecções por fungos resultantes da humidade e podendo inclusivé surgir problemas ósseos.

Os pés precisam de respirar e ficar distantes da humidade, e para que isso seja possível, a escolha de calçado adequado aliado a uma meia tecnicamente apropriada é fundamental. Evite botas totalmente impermeáveis se forem usadas por longos períodos, pois se pensarmos que a água não entra, temos que ver que na maioria dos casos, o suor também não sai e então estaremos a prejudicar seriamente os nossos pés.

Nos primórdios das escaladas, e até à pouco tempo atrás, os montanhistas usavam meias grossas de lã, que no entanto são um espectacular isolante térmico e que mesmo hoje é difícil superar as suas características naturais. No entanto as coisas evoluem e claro, as meias não escaparam a esta evolução.

Actualmente as melhores meias são fabricadas em Coolmax, ou diferentes combinações de Lã de Merino e Coolmax. Embora existam diferentes tipos de Coolmax, todos têm mais ou menos as mesmas características e produzem o mesmo efeito.

Actualmente as empresas que lideram o mercado das meias são diversas e contam-se entre outras a Lorpen, a Wigwam, a Fox River, a Thorlo, a Solo, a Curtlo, a Kailash, a Quéchua, Accapi, Bluehills, Boomerang, Boreal, Bridgedale; Eurosock, Hi-tec, Joluvi, Mico, Mund, Smartwood, Thorlo, etc.

Tipos de fibras têxteis

Os materiais com os quais são fabricadas as meias classificam-se em dois grupos distintos, os de fibras naturais e os de fibras sintéticas.

Fibras naturais

Apesar da variedade de tipos e marcas de meias que se encontram hoje em dia, há quem defenda que as boas meias de lâ continuam a ter as suas vantagens.

No entanto também existe quem defenda que as meias confeccionadas em algodão, embora aparentem ser mais confortáveis, não são adequadas para desportos de montanha.

Este tipo de meias não são aconselhadas quando se trata de ambientes de clima quente e húmido, porque as fibras do algodão possuem a maior capacidade de absorção de humidade de todas as fibras existentes, podendo absorver até 30% do seu peso em humidade, e neste caso o suor eliminado pelos pés ficará retido na meia até atingir o ponto de saturação, criando um ambiente favorável para a proliferação de microorganismos e fungos, além de que os pés ficarão envolvidos num material pesado e de difícil secagem.

No entanto, as meias de lã, são indicadas para locais de clima seco e frio, para actividades normais onde o seu uso não será prolongado por mais que um dia no máximo, porque desta forma o pé ficará livre de humidade, uma vez que o suor do pé será absorvido pela lã. A lã é elástica, absorve bem o suor e mantém os pés resguardados, inclusive quando estão molhadas. A razão para isto é que a superfície peluda da lã retém o ar, mesmo quando molhada. A lã sêca absorve o suor e permite que a pele transpire e elimine a humidade, mantendo a superfície razoavelmente sêca. Um par de meias grossas de lã, com outro par mais fino por baixo, também de lã, formam uma boa combinação.

Fibras sintéticas

As fibras sintéticas apresentam uma série de características importantes. Entre as diferentes denominações tecnológicas de fibras têxteis encontramos o poliéster, a poliamida, o polipropileno, o acrílico entre muitos outros. No entanto todos possuem uma das características mais importantes que é a acção antibiótica de carácter permanente, isto porque estes materiais são hidrófobos, ou seja, não retêm a água, o que resulta num material que não favorece a instalação e proliferação de fungos e bactérias.

Tecnologia da tecelagem

Devemos também considerar a importância da tecelagem no processo de fabrico das meias, pois em certos modelos de meias o tecido possui a trama e a espessura diferenciada, tudo realizado num processo sem a necessidade de costuras. A importância disto é visível nas meias, onde são criadas zonas com funções específicas, como de absorção e de eliminação de humidade, assim como de textura onde se dividem as zonas de amortecimento e acolchoamento.

Desenvolveram-se duas novas tecnologias para maior performance e conforto das meias, a LIFEFIT (tecnologia aplicada à tricotagem das meias) e TRILAYER (tecnologia aplicada aos fios). Além disso são utilizados diversos tipos de fios, naturais e sintéticos, específicos para condições e climas diferentes.

Tecnologia LIFEFIT

Na tecnologia LIFEFIT são diferenciadas as estruturas de fabrico das meias masculinas e femininas, sendo que nesta última a meia adapta-se perfeitamente aos pés femininos, pois possui as partes da frente e de trás mais estreitas. Ambas possuem as seguintes características:



1. Lycra Plus – 10% de Lycra na estrutura da meia, fazendo com que ela se ajuste perfeitamente ao corpo. Evita que a meia fique larga e deslize saindo do seu lugar.

2. Multi Density Knit – A meia possui densidade (acolchoamento) diferentes para cada parte, conferindo maior conforto ao pé.

3. Mesh Instep – Sistema que permite uma melhor fixação da meia ao pé, diminuindo a sua espessura e melhorando a ventilação, o que diminui o acumular de temperatura nos pés.

4. Narrow Heel+Forefoot – A meia adapta-se perfeitamente aos pés femininos, pois possui as partes da frente e de trás mais estreitas.

5. Flat Knit Toe Seam – A biqueira da meia é unida ponto a ponto com o seu lado contrário sem fazer relevos que possam incomodar os dedos, resultando em máximo conforto.



Tecnologia TRILAYER


Na tecnologia Trilayer, as três camadas de fibras diferentes combinam-se para uma melhor performance. A primeira camada ou, camada interna, é constituída de fibra sintética Coolmax, no qual a humidade dos pés passa através desta camada para a segunda camada, deixando os pés livres de humidade.

A segunda camada ou, camada intermédia, é constituída de fibra natural, variando entre Tencel e Lã de Merino, dependendo da aplicação. Todas são hidrófilas, tendo a propriedade de absorver a humidade e deixa-la evaporar facilmente. O Tencel é mais usado para Primavera e Verão, enquanto a Lã Merino é mais recomendada para Outono e Inverno. O Tencel também é um anti-bacteriano natural, inibindo a proliferação de microorganismos.

A terceira camada ou, camada exterior, é constituída por fibras de Poliamida, mais conhecido como nylon, e representa a protecção contra a abrasão.






Para cada actividade existe uma meia específica


Existem diversas e diferentes linhas de meias, para Outdoor, Multisport, desportos de inverno, etc, cada uma voltada para as necessidades e exigências de cada gama desportiva.



Na linha Outdoor, as meias são desenvolvidas para uma grande variedade de actividades ao ar livre, desde caminhadas mais leves a expedições em alta montanha. São classificadas como Hicking, Trekking e Expedition e de acordo com a sua espessura são classificadas em light, midweigth e heavy.



Os Liners são meias desenvolvidas para serem usadas em conjunto com uma meia normal para Hicking ou Trecking. São mais finas e ficam bem justas ao pé, como uma segunda pele.



A linha Multisport possui meias para corridas e pedaladas, na montanha ou em áreas urbanas. Todas possuem Coolmax na sua composição, garantindo eficiência na evaporação do suor e portanto mantém os pés sempre secos.
Na linha Walking, as meias desportivas são para caminhadas leves. Ideais para quem quer ficar em forma, ir ao ginásio e caminhar no parque. Assim como as meias Multisport, o seu principal componente é o Coolmax, que permite a eliminação do suor, mantendo os pés sempre secos.



As meias para desportos de Inverno, são adequadas para desportos de inverno como esqui e snowboard. Possuem reforços nos locais que sofrem maior abrasão dentro das botas, aumentando a durabilidade das meias. Também podem ser usadas de forma casual, apenas para proteger os pés do frio.



Para montanhismo, vamos apenas aprofundar as linhas Liners e Outdoor.

Linha Liners



Para actividades pesadas ou prolongadas, o ideal é utilizar dois pares de meia em conjunto, uma mais fina junto à pele e outra mais grossa que fará o contacto com o calçado. A primeira encarrega-se de transportar mais rapidamente a humidade para fora de forma a manter o pé seco. A segunda encarrega-se de além de extrair a humidade originada pela primeira meia, de manter o conforto nos pontos de maior esforço. Os Liners também são muito conhecidos pela capacidade que têm de evitar o aparecimento de bolhas, não apenas por diminuir a humidade dos pés, mas justamente porque actuam como uma segunda pele. Quando usamos meias grossas, os pés acabam por deslizar dentro da meia. Esse atrito entre o pé e a meia, por mais macia que esta seja, acaba causando bolhas. Porém, ao usar um Liner, o atrito dá-se entre a meia grossa e o Liner, resolvendo o problema.



As meias Coolmax, Liner e Polycolon Liner, podem ser usadas por baixo de outra meia mais grossa, diminuindo a probabilidade de formação de bolhas nos pés. Já a meia Thermolite Liner, além de diminuir a probabilidade de aparecimento de bolhas, também é usada como uma camada extra de isolamento, uma vez que o Thermolite ajuda a aumentar a temperatura.



Linha Outdoor


Dentro da linha Outdoor, encontram-se meias para caminhadas leves, como é o caso da Meia Trilayer Light Hiker, com acolchoamento parcial de pouca espessura da sola, confeccionado com sistema Trilayer em versões masculina e feminina, indicada para utilização nas duas estações mais quentes do ano mais o Outono.
Esta linha tem também meias para caminhadas moderadas, como a Meia Trilayer Midweight Hiker, que possui acolchoamento total de espessura média da sola. Confeccionada em três camadas, Poliester, Hidrofóbico (PrimaLoft), fibra natural (Lã de Merino) e Poliamida (Nylon), sendo indicadas para uso no Outono e Inverno.
Meias como a Trilayer Heavy Trekker, foram desenvolvidas para serem usadas em caminhadas pesadas. É um modelo unisex confeccionado com sistema Trilayer composto por três camadas, Poliester hidrofóbico (Primaloft), fibra natural (Lã de Merino) e Poliamida (Nylon), com grande espessura de acolchoamento da sola, e também indicadas para usar nas estações mais frias, como o Outono e o Inverno.Já a Meia Trekking & Expedition, é usada para caminhadas pesadas e expedições. O modelo Unisexo é confeccionado com 2 camadas de Polartec Power Stretch e uma camada intermédia de Primaloft. Este tipo de meias foram testadas em expedições efectuadas acima dos 8000 metros de altitude.


Dicas


È preferível usar dois pares de meias quando caminhamos, especialmente se tivermos botas de couro, pelo facto que os dois pares evitam o roçar do pé na bota, evitando desta forma a formação de bolhas nos pés. Convém levar sempre na mochila um ou dois pares de meias suplentes, para que se possam trocar durante as marchas. Se durante uma marcha formos trocando as meias do pé esquerdo para o direito e vice-versa, obteremos um resultado semelhante a trocarmos por uns pares novos. È importante manter as meias o mais limpas possível, visto que umas meias sujas isolam pouco, absorvem menos suor e aumentam a possibilidade de ganhar bolhas, de cretar os pés e contrair alguma doenças característica dos pés. Quando estamos de pé, o peso do nosso corpo comprime as meias eliminando mais ou menos todas as suas características de isolamento. O frio introduz-se rapidamente através da sola altamente condutora nas nossas botas, e antes que demos conta, teremos os dedos tesos de frio. As palmilhas têm a função principal além do conforto, de reter as camadas de ar imóvel que são tão importantes. Pelo que as palmilhas e os forros de neoprene das botas são importantes para manter os pés quentes.



Algumas características de tipos de meias técnicas


Merino – Lã muito fina de pelo de ovelha merino, originalmente criada em Espanha e mais tarde na França e outros países Europeus. Hoje em dia é produzida principalmente na Austrália. A lã de Merino é utilizada actualmente na maioria das meias em função das suas fibras longas e sedosas, que aquecem os pés e não causam comichão.


Italian Wool – Mistura contendo 50% de Lã de Merino e 50% de acrílico. Alia os benefícios da Lã de Merino (macias e poder calorífico) e as do acrílico (secagem rápida).


Tencel – É uma fibra de celulose feita a partir da polpa de madeira, um recurso natural e renovável que é retirado das florestas gerenciadas e auto-sustentáveis. Tencel é fabricado usando-se nanotecnologia, o que faz que as fibras possuam um alto poder de absorção e evaporação da humidade, sendo a fibra natural de maior eficiência. Além disso o Tencel possui características que o tornam um inibidor da proliferação de microorganismos natural.


Modal – Assim como o Tencel, o Modal é uma fibra de celulose a partir da polpa da madeira. É 50% mais higróscópico que o algodão, garantindo uma maior eficiência na absorção e evaporação da humidade dos pés.Natural Silk – A seda é uma fibra de toque suave, que aquece levemente e mantém os pés secos. Além disso, o seu volume é reduzido, fazendo com que a meia seja mais leve.





Algumas denominações técnicas de meias encontradas no mercado


Coolmax – É uma fibra de tecnologia única, especificamente desenvolvida para manter os usuários secos e confortáveis. Feito de poliéster, o coolmax possui uma grande área superficial. Esta fibra especial de 4 ou 6 canais, cria um sistema de transporte que puxa a humidade para longe da pele. A unidade evapora e portanto termo-regula o corpo por um processo conhecido como resfriamento evaporativo.


Coolmax Fresh FX – É a mesma fibra de Coolmax, porém com propriedades anti-microbianas, que mantém os pés secos e sem odor.


Thermolite – Fibra que mantém os pés secos e aquecidos, mesmo quando húmidos. É a fibra mais leve que confere maior performance quando se trata de aquecimento. As suas fibras ocas aprisionam o ar, que actua como isolante. Além disso, seca 20% mais rápido do que as outras fibras de isolamento e 50% mais rápido que o algodão.


Polycolon – É um fio de prolipropileno de alta qualidade, desenvolvido pela Schoeller Austria. O polycolon mantém a performance dos pés pois mantém-os secos por mais tempo. É leve e resistente. Pelo facto de ser hidrófobo, seca rapidamente.


Polartec – A mundialmente famosa fibra de Polartec, possui grande capacidade de isolamento térmico e é usada geralmente nas meias para alta montanha.PrimaLoft – É uma microfibra ultra fina (40% do tamanho da fibra de lã de Merino), desenvolvida de forma a ser um excelente isolante térmico. O PrimaLoft seca 30% mais rápido e transporta a humidade duas vezes mais rápido que a Lã Merino. A fibra PrimaLoft tem metade da espessura da Cashmere e é 2,5 vezes menor que a fibra de Lã Merino.





Curiosidades

. Quando somos crianças, possuímos umas pretuberâncias almofadadas na base do pé que amortecem e minimizam as cargas que se acumulam sobre o pé ao caminhar. Com o passar dos anos e devido ao apoio do nosso peso de maneira incisiva em vários pontos da nossa planta do pé, vamos perdendo esta protecção natural, o que vai provocando moléstia e dores nos pés. Porém estas moléstias podem ser maiores se os nossos pés forem excessivamente chatos ou côncavos, pois o arco plantar, que actua como amortecedor, perde a sua função.

. Um calçado pouco adequado exerce pressões e produz fricção ou o deslizamento do pé, o que produz queimaduras e ardor na pele. O movimento natural de andar também produz um sobredimensionamento da pele em cada apoio. A excessiva pressão causa uma ruptura das capas internas da pele, fazendo aparecer uma bolha. Num bom par de meias técnicas, a fricção do movimento que causa as bolhas ocorre dentro das fibras das meias e não nas capas internas da pele.

. O pé em actividade e no interior de uma bota de trecking transpira com uma intensidade média de 200 ml por cada hora, é o equivalente a um copo de água. Por este motivo devemos evitar usar meias de algodão que reduzem a transpiração e acumulam a água.

. Num pé adulto existem cerca de 250.000 glândulas sudoriparas, sendo um dos locais favoritos para o desenvolvimento de fungos e bactérias. A reprodução das bactérias nos pés durante a prática desportiva aumenta de forma geométrica até chegar às 6 horas, onde a reprodução se estabiliza. Assim ao fim de uma hora existem 89 bacterias por ml, ao fim de 2 horas existem 161 bacterias por ml, ao fim de 3 horas existem 256 bactérias por ml, ao fim de 4 horas existem 301 bactérias por ml, ao fim de 5 horas existem 308 bactérias por ml e ao fim de 6h existem 316 bactérias por ml. È uma luta desigual dos nossos pés contra tantas bactérias. No entanto existem dois sistemas para aniquilar as bactérias, os tratamentos químicos e a prata. Os tratamentos químicos são os mais utilizados e funcionam somente durante as lavagens dos pés, tendo uma resistência limitada em face do número de lavagens. A Prata é um fio de fibra revestido com uma capa de prata pura de forma permanente, sendo de momento o melhor sistema. A prata é o agente anti-bacteriano mais recomendado no meio médico e cientifico (filtros depuradores de água, contém oxigénio, ortodoncia, pediatria, urologia). Assim sendo, a prata tem imensas vantagens quando utilizada no têxtil, tendo uma função Antibacteriana – elimina mais fungos, vírus, protozoios e bacterias do que qualquer outro agente anti-bacteriano, prevenindo o mau odor e o pé de atleta. Anti-estático – Impede a acumulação de electricidade estática. Termorregulador – Usa a condutividade térmica da prata para regular a temperatura corporal em qualquer situação. Condutor terapêutico – A capacidade de condução eléctrica da prata combina-se com os campos magnéticos gerados pelo corpo humano, oferecendo benefícios similares aos que se obtém com a acupunctura. Para compreendermos um pouco melhor como actua a prata, convém informar que os iões da prata fixam-se na superfície das células das bactérias e impedem a respiração celular. Por outro lado, ao unir-se aos compostos de hidrogénio da sequência do ADN, destroem a estrutura helicoidal das células da bactéria. O resultado é garantido com uma acção protectora continua e permanente, inclusive após tirar-mos as meias e não apenas quando as temos calçadas. Segundo estudos e vários testes de meias com agentes de prata, constatou-se que 90% das pessoas tinham colónias de bactérias nos pés antes do seu uso continuado. Depois do seu uso, cerca de 92% das pessoas não apresentavam nenhum tipo de bactérias nos pés.

. Conta-se que o Rei Artur usava uma armadura de ouro. Lançelote preferia usar uma armadura de prata, a qual o protegia do odor resultante da excessiva soduração durante as batalhas. Por esta razão, Guinevere preferiu Lancelot em vez do Rei, que não devia cheirar especialmente bem.
Os famosos pioneiros e cowboys americanos usavam a prata devido ao seu poder desinfectante, concretamente para purificar a água que utilizavam repetidamente para tomar banho.

. No ano 500 a.c., Cyrus o Grande, transportava água em grandes cisternas de prata. Este procedimento evitava os danos por infecções durante as batalhas, as quais se prolongavam durante meses, percorrendo grandes distâncias.

. Actualmente utilizam-se chávenas de prata na medicina neonatal para prevenir infecções.

. A pasta dentífrica utilizada pelos dentistas também tem uma base de prata.

. A prata é um elemento eficaz para tratar queimaduras, uma vez que destrói bactérias e favorece uma reconstituição natural da zona tratada.

Resta-me desejar boas caminhadas com uns pés saudáveis.

Por: Amadeu Barros

23 dezembro 2011

Claudio no jornal "O Diário do Minho" de 23.12.2011



Mais uma merecida notícia do nosso amigo Claudio, acerca da sua prestação no Ultra Trail Chismes-Dolpo. O CMB sente-se orgulhoso.

22 dezembro 2011

Mensagem de Feliz Natal



Natal é sinónimo de Família de União, e felizmente a família CMB tem crescido e a sua união tem sido bastante fomentada.
Durante este ano que está a terminar tivemos tristezas, mas não só, naturalmente tivemos igualmente alegrias.
Perdemos entes queridos , mas ganhamos outros que nos são igualmente queridos .
Tivemos algumas derrotas, e certamente conseguimos igualmente vitórias.
É nas adversidades da vida que vamos buscar a força e assim ser possível continuarmos em frente .
Natal vem de dentro de cada um, em cada atitude, em cada palavra, em cada mão amiga, em cada sorriso...
O Natal é partilha e na montanha partilhamos a comida, a água, a roupa, a alegria, a tristeza, as emoções, a amizade… sendo a montanha a responsável por que em cada saída até ela, se torne um dia de Natal.
Todas estas situações se verificaram no decorrer deste ano nas diversas actividades realizadas pelo CMB em que por seu lado a montanha nos agradeceu proporcionando-nos momentos e espectáculos deslumbrantes. A sensação de fazer um cume é indescritível, não existem palavras para descrever a sensação de vitória após uma extenuante ascensão. Mas o mais importante não é fazer o cume, mas sim disfrutar de toda a caminhada e estadia na montanha. Um fogo de artifício não se compara a um pôr-de-Sol na montanha com a sua variação de cores vivas ou um grande e lindo arco-iris arqueando a montanha entre nuvens. A confusa variedade de luzes multicoloridas de uma discoteca, não se compara a deitar-nos no solo da montanha e admirar o céu estrelado onde se consegue vislumbrar de vez em quando pela imensidão de luzes cintilantes uma ou outra estrela cadente. O ritmo acelerado e ruidoso da cidade não se compara a pararmos na montanha e escutarmos o silêncio, quando apenas escutamos o vento, a água a correr num ribeiro, o chilreio ou guincho das aves o uivar de um lobo, enfim o silêncio da montanha. Uma rua iluminada por candeeiros não se compara à natural iluminação de uma lua cheia quando a montanha se transforma por entre sombras transportando-nos para outra dimensão. Apenas quem vive a montanha consegue disfrutar destes prazeres naturais dos quais a maioria se vai esquecendo, renegando a sua própria natureza e valorizando os bens materiais e o comodismo.
Felizmente o CMB mantém este espírito bem vivo e vai transmitindo a mensagem e transportando novos membros para experimentar estas sensações in loco, e quem vai uma vez, anseia sempre pela próxima oportunidade de sentir o êxtase da montanha.
Lógicamente, tudo tem o seu tempo e o seu lugar e nós somos uns felizardos porque conhecemos as duas vertentes e temos a oportunidade de disfrutar das duas, tirando o melhor proveito de cada uma delas. As montanhas esperam-nos tranquilas dia após dia, mês após mês, ano após ano, pois sabem que os seus apaixonados, mais cedo ou mais tarde as visitarão.

A melhor mensagem de Natal é aquela que sai silenciosamente do nosso coração e aquece com ternura o coração daqueles que nos acompanham na nossa caminhada da vida.





O CMB deseja a todos os associados, familiares e amigos
Um Bom Natal e Festas Felizes
Com muita saúde, paz, amor e amizade.




Saudações Montanheiras

Claudio no jornal "O Correio do Minho"

Merecidamente e com grande mérito e orgulho para o CMB, foi hoje 22.12.2011, publicado um artigo sobre a prestação do nosso amigo Claudio Ribeiro da prova Ultra Trail Chismes-Dolpo, no jornal "O Correio do Minho", desde já os nossos parabens ao Claudio.




20 dezembro 2011

As fotos e a história do CMB em Peña Ubiña 2011

Conforme o prometido, aqui está uma selecção das melhores fotos da actividade do CMB em Peña Ubiña nos passados dias 08, 09 e 10 de Dezembro de 2011, aproveitamos para colocar pequenos textos que ajudam a compreender melhor o conteúdo das fotos. Disfrutem e espero que gostem. Desde já o agradecimento ao Benjamim Ribeiro e ao Amadeu Barros que disponibilizaram as suas fotos para esta apresentação.






Cumprimentos montanheiros




13 dezembro 2011

Entrevistamos o Claudio Ribeiro acerca da sua prestação na Ultra Trail Chismes-Dolpo

Após a sua valorosa prestação na dura prova "Ultra Trail Chismes Dolpo" no Nepal, entrevistamos o Claudio Ribeiro, que na humildade que o caracteriza, prontamente se mostrou disponível para colaborar connosco, respondendo às questões que lhe colocamos. Desde já o Clube de Montanhismo de Braga (do qual o Claudio faz parte), agradece a sua prontidão a mais este desafio de responder às questões colocadas.Nunca são demais e mais uma vez deixamos publicamente os nossos parabéns ao nosso grande atleta e amigo que sempre nos orgulha como clube e como amigo. E após esta breve introdução passemos à entrevista que todos esperam.

CMB: À quanto tempo praticas este tipo de modalidade?
Claudio Ribeiro: Com estas características foi a primeira vez que tomei parte neste tipo de modalidade. Pratico montanhismo, alpinismo e escalada em rocha à 6 anos.

CMB: Como surgiu a decisão de participar nesta prova?
C.R.: Após ter as questões profissionais e familiares resolvidas e de acordo, a decisão estava tomada.

CMB: Como te preparaste fisicamente para esta prova?
C.R.: Ao invés de treinar 3 ou 4 vezes por semana, passei a treinar praticamente todos os dias durante o último ano, quase sempre a subir e a descer montes.

CMB: Qual foi o maior desafio desta prova?
C.R.: O maior desafio foi ter chegado ao final, pois todos os dias eram um desafio físico e psicológico que tinhamos que vencer.
CMB: Qual foi a maior dificuldade desta prova?
C.R.: Foi vencer a altitude e o frio, principalmente nas noites e nas manhãs.

CMB: Qual foi a maior surpresa desta prova?
C.R.:Não houveram grandes surpresas. Tudo estava bem planeado e a informação prévia era muito precisa. Embora no decorrer da prova estivesse consciente de estar no meu limite físico. Sempre pensei que fosse tão dura como se demonstrou, estando preparado para tal.

CMB: O espírito competitivo esteve sempre presente entre todos os atletas?
C.R.: No geral penso que sim, embora se tenha evidenciado mais nuns atletas do que em outros.

CMB: Já existe quem considere esta prova como sendo a mais "dura" da modalidade. Qual a tua opinião?
C.R.: Considero que esta é uma prova extremamente dura, mas daí a ser a mais dura? Não sei, penso que existem outras provas, talvez com características diferentes, mas de igual modo duras.

CMB: A organização da prova esteve à altura das expectativas?
C.R.: Completamente! Conheço perfeitamente e de quem sou amigo de longa data, o coordenador da prova, o Galego Jesus Martinez Novas. Jesus foi exímio em todos os pormenores e detalhes das etapas, sendo um grande e profundo conhecedor do terreno. Em síntese, é um verdadeiro leopardo das neves.
CMB: Como definirias os outros atletas em prova?
C.R.: Audazes e corajosos, pois considero que têm que ser providos de muita coragem para participarem numa prova desta envergadura e dificuldade, não deixando no entanto de ser bons rapazes, dos quais me orgulho ter conhecido e fomentado uma amizade que espero seja duradoira.

CMB: Qual a próxima prova ou aventura?
C.R.:Subir o Aconcágua... em solitário.

CMB: Outras situações que queiras partilhar e que consideres importantes?
C.R.: Gostei muito deste desafio, sendo o que mais disfrutei em montanha, até aos dias de hoje.Já possuo um grande curriculum em montanha, mas esta experiência supera todas as experiências anteriores. Adorei também Kathmandu pelo facto de ser um sítio exótico que me cativou e que nunca mais esquecerei.

12 dezembro 2011

O CMB em Peña Ubiña nos dias 08,09 e 10.12.2011

7h:30m da manhã do dia 08.12.2011, Narciso Marques, Amadeu Barros, Vitor Veloso, Benjamim Ribeiro, Manuel Martins e José Manuel, estão reunidos e prontos para partir para mais uma actividade do CMB, desta feita para Peña Ubiña. Peña Ubiña está localizado no coração da cordilheira Cantábrica, situada nos concelhos Asturianos de Teverga, Quirós e Lena. O nome "Peña Ubiña" deriva de "Obiña" ou "Ovina" com referência ao intenso tráfego pastoril que se registava antigamente, cruzando os portos pela disputa, tanto dos Asturianos como pelos Leoneses do território de pasto. O cume de Peña Ubiña situa-se nos seus imponentes 2417 metros de altitude, e cujo objectivo estes elementos do CMB estavam dispostos a conquistar.

A meio da tarde do dia 08.12.2011 estes valorosos amigos chegaram à povoação de Tuiza de Arriba, situada a 1200 metros de altitude, onde estacionaram a viatura e prepararam as mochilas apetrechadas para 3 dias de montanha. Iniciaram a subida desde Tuiza de Arriba até ao refúgio de Meícin, situado a 1545 metros de altitude, na base do imponente Peña Ubiña e rodeado de vários picos acima dos 2000 metros de altitude. Chegados ao refúgio montaram o acampamento perto deste, preparando-se para no dia seguinte iniciarem a subida para o cume de Peña Ubiña. Por volta das 18:00h começou a caír a noite e era altura de fazer o jantar e acender uma fogueira para aquecer perante as baixas temperaturas que se faziam sentir. Já em volta da fogueira, verificaram que não existia vento e o luar fazia parecer quase dia vislumbrando-se o cume de Peña Ubiña perfeitamente. Surgiu a ideia de tentar fazer cume de noite, assim se pensou e assim se fez. Estes valorosos amigos pegaram no seu equipamento e fizeram-se à montanha.
O que inicialmente parecia fácil, depressa se tornou um pouco dificil, pois a jornada parecia não ter fim e conforme subiam, aumentava a intensidade do vento e o frio, mas neste momento nada fazia desistir estes destemidos amigos que contra todas as forças adversas mantinham o ritmo da caminhada. Finalmente a após passadas cerca de 2 horas e meia alcançavam o cume de Peña Ubiña por volta das 23 horas.



O cume estava vitrificado por uma plicula de gelo que tornava perigosa a estadia no mesmo, pelo que após os abraços e a alegria de cume alcançado e as respectivas fotos da praxe iniciaram a descida. Chegados ao acampamento, voltaram ao calor da fogueira até que após uns momentos de convivio, recolheram à suas tendas. No dia seguinte, nova jornada, começaram subindo a encosta setentrional do circo, seguindo um trilho em zigue-zague transpondo zonas rochosas e nevadas até chegarem à "Forqueta del Portillín" situada a 2049 metros de altitude. Neste ponto surgiu a ideia de alcançar o cume do imponente Pico de Fontán que se vislumbrava com uma subida incrivelmente inclinada e nevada. Devido à falta de material técnico por parte de todos os elementos do grupo, foi tomada a decisão de apenas o Narciso Marques e o Manuel martins tentarem alcançar o cume, o qual conseguiram nos seus 2417 metros de altitude, enquanto os restantes elementos do grupo regressaram ao acampamento base. Quando estes valorosos montanheiros regressaram ao acampamento, já estava quase a cair o dia, pelo que começamos a preparar a fogueira para nos mantermos aquecidos antes de irmos descansar. Fomos forçados a ir para as tendas mais cedo do que o previsto pelo facto de começar a chover. A chuva fustigou-nos toda a noite, mas felizmente de manhã deu-nos tréguas, o que permitiu desmontar o acampamento nas calmas e iniciar o regresso à viatura. Foi mais uma actividade do CMB coroada de sucesso, a qual a meteorologia ajudou e a companhia como sempre foi de excelência, decorrendo num ambiente de camaradagem e alegria indescritivel. Oportunamente publicaremos uma selecção das melhores fotos desta actividade.

07 dezembro 2011

A arte de caminhar

A Marcha

Este trabalho não pretende abordar os benefícios que se obtêm do ponto de vista dos benefícios estéticos e do exercício físico, mas sim um guia sério e prático sobre como fazer a marcha. Parece um pouco pretensioso ensinar as pessoas a fazer algo que estiveram a fazer toda a vida, mas realmente é impressionante o que podemos aprender sobre a técnica de caminhar.
Para muitos de nós, o acto de andar é tão natural como o respirar e no entanto é estranho que um acto tão simples se esteja a converter rapidamente numa arte fielmente praticada por uma minoria. Para o cidadão comum, andar converteu-se em algo virtualmente obsoleto, sendo uma actividade que foi substituída pelas rodas, para tipos estranhos e pessoas que saem a passear o cachorro. Realmente todos temos a capacidade inapta de andar, com maior ou menor grau de eficácia. Qualquer pessoa não incapacitada, pode dar um passeio, no entanto o passo airoso e relaxado do excursionista, degenerou-se graças aos actuais hábitos sociais tornando-se uma caricatura do que é realmente andar. Sem dúvida, esta degeneração procede da aceitação social do automóvel. Temos a tendência de andar constantemente da porta até à garagem, da garagem até ao elevador, do elevador até à habitação, etc. Os pavimentos duros gelatinizam as cartilagens, móem as vértebras e cozem os pés devido a uma fricção contínua. Algo tão simples, como um passeio nocturno por ruas escuras, é o suficiente para nos marcarem como suspeitos criminosos, ou pelo menos como tipos estranhos.
Na nossa cultura ocidental, parece que perdemos este dom da evolução que é, ao fim e ao cabo, a base de todo o movimento humano. Ficamos maravilhados ao ver como andam os nativos africanos, falamos assombrados pela destreza aparente e força dos sherpas para transportarem cargas e admiramos os pastores de montanha pela sua capacidade de percorrer as serras faça o tempo que fizer, faça chuva ou faça Sol. E quando uns pobres mortais como nós chegam a percorrer grandes distâncias a pé, apelidamos de super homens. No entanto, andar é uma capacidade que todos possuímos.
Se um cidadão do século XVIII ou XIX pudesse reencarnar, ficaria surpreendido ao verificar que agora se escrevem livros sobre as técnicas de caminhar, que as pessoas pagam dinheiro para serem instruídos em como se devem mover e que tanta gente desconheçe a simples arte de andar e geralmente sejam fisicamente incapazes de viajar 15 km ou mais com o seu próprio esforço. O meio ambiente do homem mudou tão drasticamente, que o caminhante eficaz hoje em dia brilha devido à sua ausência, convertendo-se numa casta rara.
Apesar de tudo, não esquecemos as bases. Se contarmos com boa saúde, podemos incorporar-nos e de imediato começar a mover-nos em posição vertical apenas com uns meses após o nascimento. Portanto somos capazes de mover-nos da porta de casa até ao carro, andamos quando a necessidade o obriga. Uma vez que nos libertamos da caixa com rodas, algo do homo sapiens regressa e voltamos a ser o homo ambulant, o ser que caminha.
Segundo estudos, durante a nossa vida caminhamos cerca de 185.000 quilómetros. Isso é muito, cinco voltas ao redor da Terra ou a metade do caminho até à Lua. Podemos fazê-lo sem um esforço exagerado. Não é necessária uma preparação básica, os biomecanismos são inaptos. A impossibilidade de percorrer grandes distâncias deve-se em grande parte à falta de preparação física, às atitudes equivocadas e a problemas mentais. Um novato fica alarmado quando se apercebe que o seu coração e os seus pulmões aceleram e que os músculos gémeos e as ancas ficam cheios de ácido láctico, tornando-se lentos, doridos e cansados. Perante estas situações, supõe que algo funciona mal e regressa de novo ao seu carro que lhe confere a fuga para a normalidade.
Não necessitamos aprender a caminhar desde o zero, mas podemos fazer muito para aprender a caminhar eficazmente de novo.

Biomecânica da marcha

Andar, parece-nos uma acção tão básica e obvia, que raramente paramos para a analisar. A biomecânica é o estudo das forças internas e externas que actuam sobre o corpo humano. Os elementos do ciclo que se realizam ao caminhar, em términos biomecânicos, são conhecidos como determinantes e dividem-se na rotação da pélvis, inclinação da pélvis, flexão do joelho, mecânica do pé e deslocação lateral da pélvis. Isto soa um bocado complicado, mas basicamente é tão simples como, o calcanhar do pé dianteiro toca o solo, tendo percorrido uma distância apenas equivalente a 65 por 100 da longitude da nossa perna, inclinamo-nos para a frente desiquilibrando o nosso centro de gravidade e a perna oposta avança para evitar que caiamos. A pélvis inclina-se, o joelho, as ancas e o tornozelo flexionam e o pé que pisa apoia-se no calcanhar, depois repete-se o movimento. A velocidades lentas, este é um movimento muito relaxado e com pouco desgaste aparente de energia, mas, à medida que aumentamos a passada ou aceleramos o ritmo a que avança a perna, o movimento torna-se mais duro. Isso deve-se ao facto que quanto mais rápido andamos, mais partes do corpo intervêm. As ancas por exemplo, começam a mover-se quando aumentamos a passada. Quando a passada é mais rápida, a parte superior do corpo gira no sentido contrário para contrariar o giro das ancas. Como é quase impossível fisicamente, girar o tronco de um lado para o outro durante kilómetros, os braços encarregam-se de ajudar, girando em semi circulo para contrariar a rotação das ancas. Em velocidade lenta esta acção não é muito evidente, mas por outro lado, se observarmos um atleta de marcha bracejando com ombros e braços para equilibrar o efeito da rotação extrema das ancas, já se nota bastante. Esta acção da parte superior do corpo não ajuda somente o ritmo e o equilíbrio, mas tem múltiplos benefícios. Andando, não ganharemos apenas força nas pernas, como o coração baterá com mais vigor, os pulmões trabalharão mais eficazmente, e os bicipedes e os músculos do estômago, peito e ombros, beneficiarão do simples acto de andar, sendo uma combinação de actividade muscular que nos ajudará a transformar a massa flácida, em duro musculo. Não é preciso dizer que isto não acontece da noite para o dia. Se tenho razão na minha suposição de que a maioria de nós, não está familiarizada com os hábitos da marcha, então uma transição rápida e repentina da cidade para a montanha apenas nos trará dor e incómodo e o sentimento de levar uma mochila nas costas é tarefa para masoquistas.


O abandono abrupto das mesas, dos volantes, dos copos de cerveja, para entrar num mundo físico de montanhas, vento e pó e transporte de cargas, pode produzir um efeito devastador na peça mais importante do nosso equipamento, o nosso corpo. O coração, os pulmões e músculos parecem preparados para se lançarem numa luta sem preparação, principalmente o coração, pelo que será conveniente pormo-nos antes em forma, de modo que possamos usar o coração, os pulmões e os músculos sem que se queixem com demasiada violência.


Treino, não esforço


Curiosamente, se mencionamos “pôr-se em forma”, 9 em cada 10 pessoas pensarão automaticamente em correr. E quase para a mesma proporção, converte-se num exercício superior às suas forças. Existem ainda pessoas que se sentem inibidas de correr em público, especialmente se estão cheiinhas. Naturalmente que os corpos protestam e os dias seguintes são passados a cuidar das canelas, dos joelhos doridos e gémeos presos. Vamos tentar fazer com que a nossa aposta seja específica, quer dizer, treinemos para andar, andando. Ainda mais, treinemos para andar com cargas pesadas, andando com cargas pesadas. Convém lembrar que existe um abismo de diferença entre andar com uma mochila e andar sem ela, a actuação dos sistemas musculares altera-se em muitos sentidos.
Um estudo detalhado das fibras musculares do corpo revelará que existem dois tipos, as vermelhas e as brancas. Ainda que todos tenham os dois tipos de fibras musculares, é importante saber que a sua proporção varia de individuo para individuo. As fibras vermelhas tendem a ser lentas ao contraírem-se mas podem funcionar sem problemas durante longos períodos, enquanto que as fibras brancas têm a capacidade de contrair-se rápida e poderosamente.


Podemos concluir que o tipo de fibra vermelha funciona em movimentos lentos e rítmicos como a marcha, enquanto que o tipo de fibra branca se põe em jogo quando corremos, esquiamos ou corremos atrás do autocarro. São os músculos de fibra vermelha que queremos desenvolver, portanto tem pouca utilidade treinar correndo. Correndo, treinamos os músculos de fibras brancas e ainda que a eficácia cardiovascular adicional que ganhamos quando corremos seja útil quando caminharmos, servirá de pouco para treinar os músculos de fibras vermelhas que usamos para caminhar. Portanto a mensagem é simples, treina-se para andar, andando.
Supondo que estamos numa forma física aceitável, não tenhamos defeitos físicos e tenhamos consultado um médico antes de enfrentarmos a campanha “em forma para andar”, podemos seguir este programa de treino sem nos esforçarmos demasiado. Devemos começar o treino entre 4 a 6 semanas antes da data prevista para a nossa incursão de forma que as diferentes trocas químicas que se produzam na musculatura do nosso corpo se desenvolvam sozinhas.
2ª feira: andar 8 km bastante rápido; 3ª feira: andar 3,5km calmamente; 4ª feira: tentar andar 16 km à passada que consigamos; 5ª feira: andar novamente 3,5km calmamente; 6ª feira: andar 8km com boa passada; descansar no sábado e no domingo. A marcha rápida fará que nos suba a pulsação até umas 120 pulsações por minuto e ajudará a fortalecer o coração e os pulmões.


O método rítmico


Praticamente todos os modernos gurus da marcha recomendam um movimento harmonioso e ordenado, um ritmo ao andar. Michael Sandi, autor e montanheiro americano sugere: “Dê as passadas apropriadas às suas pernas e ao terreno, movendo-se à velocidade que sinta apropriada para si, em menos de 1km percorrido estabelecerá você mesmo, um ritmo que reúne velocidade, passada e respiração e que mude as marchas interiores, segundo as variações do terreno”.
Hugh Westacott, excursionista e escritor inglês concorda com ele “em terreno plano use a sua passada natural e resista a toda a tentação de a alargar. Numa pendente, a passada deverá encurtar-se, mas as pernas devem mover-se à mesma velocidade, mantendo o ritmo da marcha.”
Colin Fletcher, o culto galês que foi o visavô do montanhismo na América, diz-nos com sensatez “um ritmo fácil e ininterrupto pode-nos levar durante horas…”.
John Hillaby, o seu equivalente britânico, marcha com música: “a música acumulada mentalmente e recordada em momentos de tensão ou de êxtase é fantástica para aqueles que andam sozinhos. Caminhei ligeiro com os finos ritmos de Prokofiev”.
Talvez o melhor e mais sensato conselho seja o de Harry Roberts, editor da revista Wilderness Camping: “Vá com calma, não com demasiada calma, somente com calma…”
A recomendação de Roberts, provavelmente é a melhor de todas, pois diz-nos como conseguir esse elemento inatingível chamado de ritmo. Andando com a nossa própria passada, com as nossas próprias limitações, podemos ajustar os movimentos do nosso corpo e a nossa mente para um nível cómodo e agradável, acumular energia, guardar as forças e manter-nos de bom humor. Desafortunadamente, o nosso ritmo pessoal pode destruir-se ou inclusive não se encontrar, se caminharmos na companhia de outros. Ajustando-nos à velocidade de marcha e ritmo dos outros, o óptimo piloto automático de passo regular que nos mantém em movimento constante, adapta-se conscientemente ou de vez em quando inconscientemente à velocidade de quem vai à frente. Uma palavra a mais num momento inoportuno pode destruir o encanto de uma paisagem especialmente atraente, não existem dois excursionistas que tenham o mesmo nível de treino psicológico, situação que sempre dá lugar a que um deles tenha que acelerar ou encurtar o passo, para não deixar para trás o companheiro, rompendo algo tão importante como é o ritmo. Este pormenor, ainda que seja pequeno, reduz a nossa eficácia na marcha.
No entanto, para a maioria das pessoas, a alternativa é inaceitável. Um companheiro é pelo menos uma eficaz medida de segurança que recomendamos vivamente, é o melhor que podemos ter no caso de sofrermos um acidente. A decisão de andar sozinho ou acompanhado é pessoal, porque apenas o próprio excursionista conhece a sua experiência e os seus desejos de aceitar ou não a solidão. Nem toda a gente disfruta estando só e existe muita gente, e não apenas os excursionistas que não sabem distinguir entre solidão elegida e obrigada.


Distância e velocidade


Estas são perguntas que de certo modo, apenas podem ser respondidas pelo próprio indivíduo de acordo com a sua experiência. Alguns excursionistas fixam horários estrictos, quilometragens diárias que têm que ser cumpridas. Diversas opiniões se misturam, havendo também quem diga que quando vamos à montanha devemos fugir dos horários. A velocidade a que andamos depende de muitas variantes, sendo materialmente impossível estabelecer com exactidão. A regra de Naismith, que se utiliza para orientação, assegura que andamos a cinco quilómetros por hora, com meia hora adicional por cada 300 metros que subimos, sendo uma medida mais ou menos correcta. Mas não podemos esquecer que se trata apenas de uma medida. Se subimos por um trilho de montanha no inverno, com vento forte e neve até aos joelhos, com uma mochila de 13kg nas costas, concerteza não caminharemos À mesma passada que por um trilho recto de terra a meio do verão. Devem ser levados em conta estes factores externos. Convém fazer médias de quanto tempo demoramos a percorrer determinadas quadriculas da carta topográfica em variados tipos de terreno. Na maioria das vezes estes pormenores não têm importância, até que nos deparamos com uma neblina espessa na qual temos que nos orientar, então será importante saber com exactidão a que hora alcançaremos o nosso ponto de destino. Podemos também experimentar quantos passos necessitamos para percorrer 100 metros de terreno plano, para quando caminharmos com vento forte, sabermos mais ou menos quantos passos nos faltam para alcançar um objectivo concreto. Isto combinado com o factor tempo calculado, impedirá que cometamos erros muito graves. A planificação da caminhada também necessita de um certo conhecimento da velocidade a que vamos caminhar. Teóricamente seria simples sair de casa e limitarmo-nos a deambular durante um fim-de-semana ou uma semana, mas na prática planeamos a nossa caminhada com tempo, o local onde acamparemos cada noite e quanto vamos andar cada dia. Existe uma razão muito simples para esta planificação previa. Por segurança deveríamos dizer a alguém onde vamos e onde ficaremos cada noite e ainda quando voltaremos a casa. Em caso de acidente, ou se nos perdermos, alguém saberá que não cumprimos a HEC “Hora Estimada de Chegada” e chamará os meios de socorro e resgate. É conveniente deixar uma nota com o nosso plano de rota a uma pessoa responsável e dizer-lhe a que horas contamos regressar. Devemos informar também a Polícia, os Guardas Florestais, os nossos amigos, sem esquecer que a nossa vida pode depender da responsabilidade da pessoa a quem o dizemos. Uma vez que elegemos uma hora de chegada, temos que a cumprir e não devemos entrar no carro ou no comboio e regressemos a casa sem confirmar a nossa chegada, para evitar que as equipas de resgate andem em perigo de vida à nossa procura, quando nós já estamos confortavelmente instalados em casa.


Descanso


Se precisamos descansar, descansemos. Podemos parar um pouco para admirar uma paisagem, para fotografar algo, ou até sentar um pouco para pensar ou usufruir do momento. A marcha é um passatempo tão relaxante que em pouco tempo as horas passam num abrir e fechar de olhos. Existe quem defenda que se deve descansar 10 minutos por cada hora de marcha, quem necessita desse tipo de normas, com todo o respeito, penso que se enganou no jogo. Se nos começamos a sentir debilitados, cansados, aborrecidos ou com fome, porque teremos que esperar que o relógio dite a hora que temos que parar? Somos livres de eleger a hora de descanso.



Subidas e descidas


Um bom sentido de equilíbrio é importante para desenvolver uma boa técnica de marcha. Ao subir uma forte pendente, um bom montanheiro espalha o menor número de pedras, o seu corpo deverá estar em perfeito equilíbrio e relaxado de forma que coloque os pés no solo com precisão e destreza. Por outro lado, se um grupo de montanheiros inexperientes subir uma pendente. Após passarem verificamos que o caminho que fizeram tem o terreno demasiado estragado. Terão cravado a biqueira em vez de apoiar o pé. Resumindo, uma técnica fraca, causa erosão do terreno e leva rapidamente a um maior desgaste de energias. A subida de uma encosta pouco pronunciada, exige simplesmente que encurtemos ligeiramente a passada e que nos inclinemos um pouco para a frente, mas à medida que a subida se torna mais dura, começamos a ascender em vez de simplesmente caminhar. A ascenção consiste em apoiar um pé de forma rápida e estável, para de seguida apoiar o outro pé mais acima. Procuramos com o olhar os possíveis pontos de apoio em vez de colocar o pé à sorte onde pouse, e inclusive podemos encontrar situações em que teremos que usar as mãos em conjunto com os pés. No entanto, mesmo ao depararmo-nos com pendentes deste nível, continua sendo rentável tentar manter o antigo ritmo. É necessário manter um pulso vivo, tratar de mover-se com harmonia e suavidade por muito custoso que possa parecer. Não existem dúvidas que é mais custoso ascender do que andar em terreno plano. Suamos mais, respiramos com maior intensidade e doem-nos mais as pernas, no entanto devemos tentar manter o ritmo numa marcha mais curta, é fundamental manter a continuidade do ritmo.


Como nos dirá qualquer rocha que vejamos caír, a descida é muito mais fácil que a subida. Mas apesar disso, muitos caminheiros queixam-se mais quando os joelhos, os tornozelos e os músculos se vêem submetidos a um esforço desacostumado ao descer. Vamos com calma. O passo ligeiro tão comum entre os jovens e os mais bem treinados, pode muito bem lesionar a coluna, os joelhos e os tornozelos. Temos que dobrar ligeiramente os joelhos para amortecer as pancadas.
É preciso esforçar-nos para manter o ritmo, ao subir e ao descer pendentes e quando a marcha em terreno plano seja particularmente dura. A areia, a lama, os terrenos pantanosos, a vegetação alta, tudo isso contribui para um profundo sentimento de frustração, e essa frustração deve-se à ruptura da regularidade da nossa passada. Será necessário concentrar-nos no ritmo, encurtar o passo para compensar a dureza do terreno e tentar manter uma passada ligeira.


Caminhar ligeiro é o principal


Quando pensamos em montanhismo, apenas pensamos nos pés, nas pernas e talvez nas costas. Esquecemo-nos dos braços, do estômago ou do peito. No entanto, todos estes órgãos entram em acção quando caminhamos. O mais importante é que quanta mais carga levamos, mais usaremos e faremos trabalhar estas vísceras e órgãos. Quando carregamos uma mochila pesada, inconscientemente inclinamo-nos para a frente numa tentativa de manter o centro de gravidade sobre as pernas. É aqui que os outros músculos entram em acção. Quanto mais pesada é a carga, mais nos inclinaremos para a frente e então entram em acção os músculos das costas, que se tensionam para remover algum peso das pernas. A conclusão é simples, quanto maior for a carga mais esforço colocamos nos músculos do tronco e nas pernas, que são as que nos têm de transportar.


Dois investigadores Israelitas, Schoenfeld e Shapiro, publicaram um artigo no Journal of Sports Medicine que analisava o efeito do transporte de cargas sobre o montanheiro médio. Pediram a alguns jovens que percorressem 20 quilómetros nas mesmas condições, carregando cargas de 20, 25 e 30 kg. O objectivo do teste era confirmar qual era a carga máxima que um homem jovem e em boa forma física, poderia transportar numa distância de 20 km a uma velocidade de 5 ou 6 km/h sem um efeito significativo sobre a absorção de oxigénio, sem prejuízo para os músculos e sem um aumento excessivo do ritmo cardíaco. Investigadores anteriores tinham demonstrado que uma velocidade de 5 km/h, era a média para a maioria dos montanheiros, e a conclusão do estudo demonstrou que a carga mais eficiente seria a equivalente a 40 por 100 do peso corporal do montanheiro. Os dois Israelitas aconselharam que a carga não deveria ser superior a 25 kg. No entanto nós podemos dizer que uma carga de 15kg será mais confortável ainda e que quem escreve isto, não percebe porque deverá um montanheiro carregar tanto peso no verão.


Montanhismo, o jogo interior


Alguém disse uma vez que “a mente passa de um pensamento ao outro sem motivo, como uma borboleta”, o que está correcto, mas podemos, com alguma prática, fazer que a nossa mente trabalhe para nós próprios.
Jim Peters, o maratonista dos anos sessenta, disse uma vez que durante a parte mais difícil de uma maratona, quando estava na realidade a sofrer, imaginava-se sentado num jardim e revivia momentos felizes. Com este pensamento, conseguia afastar a sua mente da dor e desconectava-se do sofrimento físico, o que lhe permitia relaxar os músculos e correr melhor.
Um estado Alfa auto-provocado afecta positivamente a pressão sanguínea e o ritmo cardíaco, tornando a marcha mais fácil e eficaz. O simples facto de caminhar, bastaria para nos induzir a este estado Alfa e se a personalidade do montanheiro for suficientemente receptiva, disfrutará da natureza contemplativa da marcha sem esforço. Alguns montanheiros fazem uma retrospectiva do dia, outros pensam na família, alguns resolverão problemas importantes, enquanto outros se distraem com pensamentos mais mundanos. Sejam quais forem os nossos pensamentos, devemos obrigar-nos a desligar dos pensamentos negativos, como por exemplo a dor de uma ascenção prolongada e ter sempre presentes pensamentos agradáveis. Esta actividade mental requer prática e disciplina, mas a recompensa não tarda e o mais gratificante é que começamos a pensar unicamente em coisas positivas. Os trilhos e caminhos das nossas paisagens, não foram feitos para os problemas, a menos que as novas habilidades de meditação adquiridas nos permitam resolve-los positivamente. Por vezes, alguns tipos de marcha requerem toda a atenção possível, então concentremo-nos com força e dediquemo-nos ao que levamos entre mãos, até esquecermos o resto.
Seja qual for o tipo de montanheiro que sejamos, apenas teremos êxito em melhorar as nossas actuações se o tentarmos. Vamos pegar no nosso equipamento e sair a caminhar, pois é disso que tratamos com este trabalho.
Boas caminhadas.

06 dezembro 2011

Peña Ubiña já clama por nós

Peña Ubiña já clama por nós, e o tempo está à feição para ajudar. Segundo as ultimas previsões meteorológicas, as temperaturas rondarão os 2 e os 5º e o vento soprará a uma velocidade máxima de 30 km/h na 5ª feira, estabilizando para 9 km/h na 6ª feira. Na 5ª feira seremos acariciados pelo Sol embora na 6ª feira já se preveja alguma nublosidade, não havendo no entanto previsões de precipitação de chuva ou neve. As condições meteorológicas estão reunidas e favoráveis, a companhia, como sempre maravilhosa e a paisagem deslumbrante. Ainda estás a tempo de te juntar ao grupo, não sei porque esperas, a saída é apenas na 5ª feira de manhã.








04 dezembro 2011

Ida a Peña Ubiña foi adiada, ainda estás a tempo de ir

Devido às previsões atmosféricas, foi decidido adiar por uma semana a deslocação a Peña Ubiña. Lógicamente que para não se perder tudo organizamos à ultima da hora uma caminhada do clube, que como sempre foi espectacular, conforme documentam as fotos, optima companhia, paisagens maravilhosas e uma meteorologia a condizer.


A ida a Peña Ubiña não ficou sem efeito, apenas foi adiada por uma semana, pelo que no próximo dia 08 de Dezembro de 2011 partimos para Peña Ubiña. Se estiveres interessado em participar desta actividade, deves informar o clube de montanhismo pelo email, o mais cedo possível de forma a podermos organizar a logística necessária para que a actividade decorra sem atrasos e sem problemas. Actualmente as previsões meteorológicas apresentam-se propícias para o desenrolar da actividade, no entanto vamo-nos mantendo atentos e vamos informando das mesmas.