29 abril 2014

As crianças e a altitude (2ª parte)




Conforme o prometido, neste artigo continuamos a transcrever o documento da UIAA, cujo tema aborda as crianças e como estas podem ser afectadas pela altitude.




Doenças relacionadas com a altitude: MAS/EPA/ECA/SIMS




As crianças pequenas não são relatoras fiáveis dos seus sintomas, inclusive quando podem falar. Em crianças com menos de 3 anos de idade, viajar para qualquer ambiente novo pode originar alterações de distúrbios de sono, de apetite, de actividade e estado de espírito. Algumas crianças maiores, principalmente dos 3 aos 8 anos de idade e as crianças com dificuldades de aprendizagem ou de comunicação, podem ser incapazes de descrever os seus sintomas, o qual torna difícil reconhecer o mal de altitude. Em crianças com mais de 8 anos, supõe-se que o mal de altitude se manifestará da mesma forma como acontece com os adultos.





Em todas as idades (crianças e adultos), os sintomas de mal de altitude são inespecíficos e podem-se confundir com variáveis não relacionadas como comorbidades,  indiscrição dietética, intoxicação ou factores psicológicos associados a viagens longas ou problemas pré-existentes. No entanto, quando se ascende com crianças, será prudente assumir que tais sintomas estão relacionados com a altitude até que se prove o contrário. Mesmo que os dados sejam preliminares, as crianças necessitam de um tempo aproximado do dos adultos para a aclimatação.





Mesmo que ainda não existam dados científicos, recomenda-se a não ascender e dormir com crianças de idade pré-escolar, a altitudes superiores a 3.000 e 4.000 metros, é preferível dormir a menos de 2.500 metros.






Directrizes para o diagnóstico:

. Factores de risco:

   . Taxa de subida, altitude absoluta obtida, tempo transcorrido desde o término da ascenção (normalmente aparecem sintomas depois de 4 a 12 horas, no entanto é possível que apareçam após um dia da ascenção).

   . Esforço, frio, desidratação.

   . Infecções respiratórias virais, anteriores e actuais.

   . Ausência unilateral de uma artéria pulmonar.

   . Hipertensão pulmonar, hipertensão pulmonar perinatal.

   . Doença cardíaca congénita.

   . Síndrome de Down.

   . Susceptibilidade individual

   . Nova ascenção a altitude após uma larga estadia em altitude.

   . Grupos organizados


. Sistemas de testes e pontuação:

   . Lake Louise Symptom Score (LLSS) questionário de auto-relato para adolescentes.

   . Lake Louise Age-Adjusted Symptom Score (LLAASS) questionário para 4 a 11 anos de idade.

   . Lake Louise Symptom Score (CLLS) para crianças pré-verbais.




Tabela 1






>3 pontos = AMS (se não existir evidência para outro motivo dos sintomas.

Nota: Dor de cabeça deve estar presente (apenas alguns casos sem dor de cabeça foram relatados)




Tabela 2






>3 pontos = AMS (se não existir evidência para outro motivo dos sintomas.

Nota: Esta pontuação ainda não foi validada, portanto deve ser usada com cuidado. Inclui-se aqui porque parece ser muito útil para o diagnóstico de AMS neste grupo de idade especificamente.




Tabela 3





>7 pontos = AMS (se não existir evidência para outro motivo dos sintomas). Com a pontuação de mais de 4 pontos na irritação e comer + brincar + dormir com a pontuação de mais de 3 pontos.

Irritação*= Um estado de irritação não se explica facilmente devido a causas como o cansaço, fome, dentição ou dor causada por uma lesão. O comportamento irritante pode incluir choro, inquietação ou tensão muscular. Classifica o comportamento inquieto da criança durante as últimas 24 horas sem a tua intervenção.




Tabela 4





No próximo artigo continuaremos a transcrever este documento da UIAA. Até lá…





Boas caminhadas