28 janeiro 2015

Avalanches




Sinais de instabilidade

Já sabemos que sempre são perigosos os dias após um nevão, e o perigo pode aumentar se as temperaturas baixas não permitirem que a neve se estabilize. Igualmente as chuvas podem ser causas de instabilidade. Portanto, é importante conhecer o tempo que fez antes, para termos uma ideia das condições, como sendo mais um dado.






A observação atenta do terreno e da neve durante a caminhada, podem fazer-nos suspeitar de zonas perigosas. Estes sinais, observados no seu conjunto, apenas nos darão uma ideia clara da situação, através da experiência e do conhecimento da neve, que constantemente devemos adquirir; estudando o máximo possível sobre a neve e as avalanches.
Podemos recorrer a diversos testes e observações que nos darão uma ideia da maior ou da menor estabilidade do manto de neve. Não são determinantes, mas no conjunto podem-nos ajudar a confirmar as nossas suspeitas.






Estimativa da inclinação da pendente

Sabendo que o ângulo de pendente mais propício às avalanches está entre os 25º e os 45º, podemos calcular, o quanto a pendente em que nos encontramos, é potencialmente perigosa, se medirmos aproximadamente a sua inclinação. Algumas bússolas estão equipadas com um clinómetro com o qual podemos medir a inclinação da pendente.






Com os bastões também podemos fazer uma estimativa da pendente colocando um verticalmente ao outro horizontal, como se pode ver na figura seguinte.






Teste do bastão

É um teste rápido para se ir fazendo durante a caminhada, ainda que apenas se possam testar as camadas superficiais. Trata-se simplesmente de espetar com o bastão em vários golpes a maior área possível na zona perpendicularmente à superfície e sentir a resistência das diferentes camadas. De preferência, a resistência deve ser maior, quanto maior for a profundidade. As camadas mais suaves e instáveis intermédias, podem ser causa de instabilidade.






Teste do método norueguês

 É um sistema muito interessante para confirmar a estabilidade das camadas superficiais. na pendente supostamente perigosa, recorta-se e separa-se, com a ajuda de uma pá, um trapézio de aproximadamente 0,30 m2, a parte superior com aproximadamente 40 cm, a inferior de aproximadamente 80 cm e a altura do trapézio com aproximadamente 50 cm.





A neve abaixo do trapézio é limpa e removida e então empurra-se com a pá na parte superior do trapézio até este se desprender.





 A força que tenhamos que exercer para o soltar é inversamente proporcional ao perigo potencialmente existente. Orientativamente podemos considerar: até 10 kg, grande perigo; de 10 a 20 kg, médio a grave; mais de 20 kg, perigo escasso.





Teste do salto

Mais trabalhoso de fazer, já que se afasta neste caso, pelos quatro lados, um bloco de neve do comprimento dos esquis e com 1,5m de comprimento. Uma vez separado, um esquiador sobe para a parte mais alta do bloco, primeiro com um esqui e seguidamente com os dois. De seguida efectua um pequeno salto, e depois saltos repetitivos até que o bloco deslize. O risco suspeitado é maior quando o bloco desliza com maior facilidade.





As "rodas de carro" e as bolas de neve que se desprendem e que deixam marcas na pendente, são sinais de que a camada superficial está a humedecer e tende para a instabilidade. As triturações, fracturas na superfície e o corte da superfície em blocos à nossa passagem, também são suspeitas fortes da existência de placas. Um momento adequado para avaliar a instabilidade superficial, é quando fazemos uma volta ao monte com esquis e observar se o triângulo de neve que cortamos se desprende coeso numa só peça. Devemos lembrar também do ponto anterior como suspeita da presença de placas.





Para a semana voltaremos a esta temática. Até lá...





Boas caminhadas