21 janeiro 2015

Avalanches




Precauções

Qualquer avalanche, por pequena que seja, é altamente perigosa e são poucas as possibilidades de sobreviver ou não sair ferido. É necessário adoptar sempre medidas preventivas para nos expormos o mínimo possível.






Informar-nos do risco de avalanches

Será a primeira precaução antes de sairmos para a montanha, e para isso dispomos das zonas de risco que nos são facultadas pelos telefones de informações nivometeorológicas dos grandes maciços montanhosos, como os pirinéus ou os alpes. Nestes locais facilitam dados que devemos saber interpretar na hora que ocorra algo, ou de abortar a nossa actividade prevista, ou então procurar alternativas mais seguras.
O dado mais significativo é o índice de risco ou perigo de avalanches, que na europa se analisa com uma escala normalizada para todos os países. Estes dados juntamente com outros que nos facilitam, darão uma informação prévia de grande importância.
No quadro seguinte, vemos uma interpretação geral de risco de avalanches.





O risco "0" não existe, sempre existe um certo risco acidental, o que não quer dizer que não devemos sair para a montanha, mas sim que devemos planear o nosso percurso em função do risco previsto e evitar as ladeiras e vertentes que se prevêm perigosas. Se as circunstâncias o aconselharem e ainda que seja difícil essa decisão, será melhor ficarmos em casa ou procurar actividades alternativas.






Estudar o terreno e agir em conformidade

. Utilizaremos para nos deslocarmos, de preferência as colinas e os cumes.

. Geralmente devem-se evitar os fundos dos vales estreitos e as pendentes abertas sem obstáculos.





. Procurar as zonas mais protegidas, com obstáculos naturais que segurem a neve, como árvores ou pedras e utiliza-las na nossa progressão pelas áreas de risco, como ilhas de segurança.

. No caso de termos que cruzar uma pendente perigosa, devemos fazê-lo o mais próximo possível da parte superior, com muito cuidado e uma pessoa de cada vez, bem separados uns dos outros, mas ao alcance visual enquanto os restantes vigiam. Como precaução devemos desapertar as correias dos esquis e bastões, devemos fechar os zippers e os botões da roupa, e colocaremos luvas e gorro. Se a mochila for volumosa, soltaremos uma das alças para nos podermos libertar dela com facilidade, se for uma mochila pequena, será melhor deixa-la bem ajustada para que sirva de protecção e isolamento. Também podemos colocar um "buffo" ou algo similar a tapar o nariz e a boca.




. Se tivermos que descender ou ascender numa zona perigosa, será aconselhável fazê-lo a pé (sem esquis) e na linha máxima pendente, sem diagonais, para evitar quebrar as possíveis placas que possam existir na neve.

. Em zonas de perigo não se deve andar encordados, pois é fácil que uma avalanche nos arraste a todos.

. É importante conhecer o terreno no Verão e assim conhecer o relevo da superfície base. As zonas com blocos rochosos, grandes arbustos, árvores ou outros acidentes segurarão melhor o manto de neve, do que as ladeiras sem obstáculos e cobertas de erva. A vegetação pode-nos informar sobre as zonas típicas de avalanches. Devemos observar os ramos quebrados e as árvores caídas.





. Após alguns dias de vento, devemos suspeitar da formação de placas. Devemos observar se existem cornijas nas arestas. As placas costumam-se distinguir pela sua cor branco mate. Para as evitar, devemos caminhar pelas ladeiras a barlavento. Se observarmos fracturas na superfície, indica que a placa cedeu, ainda que não se tenha desprendido definitivamente, e o nosso peso pode ser o suficiente para colocar em movimento toda a ladeira. Podemos atravessar aproveitando a linha de fractura ou acima desta, mas nunca pelo centro da placa, pois desta forma mantemo-nos encima da maior parte da massa instável.





. Cavar um buraco na neve é muito instrutivo e eficaz para determinar um risco potencial. Para que seja útil, devemos escavar próximo da área do teórico e possível desprendimento (no entanto, em lugar seguro) e escavar até ao solo ou até à camada mais dura da base. A pá, que sempre deveriamos transportar connosco, será uma grande ajuda neste trabalho. No corte que nos oferece a neve, testamos a resistência das diferentes camadas e a coesão entre elas, introduzindo os dedos nos estratos. Será mais didático se podermos observar os cristais das diferentes camadas utilizando uma pequena lupa. Para confirmar a estabilidade, podemos fazer alguns dos testes que falaremos a seguir num próximo artigo, ou podemos saltar repetidas vezes na pendente, lógicamente em lugar seguro ou bem presos. Provocar uma avalanche é muito instrutivo.






Para a semana voltaremos a este tema. Até lá...





Boas caminhadas

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