02 outubro 2013

Utensílios improvisados




Em variados momentos de montanha, podemos ver-nos deparados com situações em que temos que apelar para o nosso poder imaginativo e de criação. Esse poder pode servir-nos para improvisar um utensílio que nos pode salvar a vida, como pode ser para nos proteger dos perigos naturais, ou simplesmente para nos proporcionar conforto. Existem variadíssimas formas de fabricar utensílios nestas situações e neste artigo vamos apenas partilhar algumas ideias que poderão ser o ponto de partida para muitas mais ideias, dependendo da criatividade e improviso de cada um.




Improvisar calçado

Se por algum motivo perdermos o calçado ou este se deteriorar, podemos improvisar um par de sandálias práticas com recurso a um pedaço de casca de árvore para funcionar como sola, e um bocado de lona para a parte superior e para as correias do calcanhar. Pode-se também criar um sapato com uma caixa de cartão, reforçando o conforto dos pés com lenços ou ligaduras em volta destes. bastando para melhor compreensão seguir as imagens abaixo.












Proteger a cabeça do Sol

Quando o Sol estiver muito quente é importante proteger a cabeça deste e se por acaso não tivermos como o fazer, podemos sempre improvisar uma protecção utilizando lenços, panos, camisolas etc. Abaixo apresentamos alguns exemplos.






Improvisar raquetas de neve

Para facilitar a deslocação na neve solta e profunda, podemos improvisar raquetas de neve com variadíssimos materiais. Podemos utilizar madeira verde e uma correia ou corda, como podemos observar no esquema abaixo.















Outra forma mais simples de improvisar umas raquetas de neve consiste em procurar dois ramos de árvores com folhagem abundante e o mais grossa possível, coloca-se os ramos na neve com a curvatura natural para baixo no centro e os extremos levantados à frente e atrás. A extremidade mais larga do ramo deve ficar para a frente e a haste atrás do calcanhar. Amarra-se o ramo ao pé com atilhos improvisados de pano ou atacadores de bota (ver figura abaixo).






Se as fixações dos esquis se quebrarem

As fixações dos esquis podem quebrar-se impossibilitando a utilização do equipamento da forma habitual. Se tal acontecer, poderemos assim descer uma encosta em segurança, improvisando um transporte com os esquis. Atam-se os esquis um ao outro com tiras de pano e prende-se os bastões atravessados na extremidade posterior dos esquis. Sentando-nos nos esquis como se vê na gravura e agarrando os bastões levantando-os, podemos seguir encosta abaixo controlando a descida com os pés.






Trenó para cargas

Em terreno nevado, se por acaso rebentar uma das alças da mochila, ou mesmo se esta se tornar demasiado pesada para quem a transporta, podemos sempre improvisar um trenó construído com paus que facilitará o transporte da carga, como podemos verificar na imagem abaixo.








Talheres improvisados

As colheres podem ser talhadas a partir de um pedaço de madeira que seja uma ligação entre ramos. O ramo torna-se o cabo. A forma do objecto deve seguir o veio da madeira, o que ajuda a torna-lo mais resistente à água. Um garfo pode ser feito a partir de um pau. As imagens abaixo ajudam a perceber melhor o agora explicado.






Protecção dos olhos

Devemos usar óculos de sol ou óculos de protecção na montanha. Se não os tivermos, ou se por acaso os perdemos, podemos improvisar uns óculos de sol a partir de tecido (figura A), ou de casca de árvore (figura B). Deve-se fazer as fendas para os olhos estreitas. Podemos reduzir o brilho produzido pela pele esfregando fuligem de uma fogueira na zona abaixo dos olhos. É importante não esquecer que não devemos negligenciar a protecção dos olhos.






Molas para a roupa improvisadas

Se não tivermos molas para a roupa podemos sempre improvisar algumas. Para isso arranjamos dois pauzinhos com cerca de 10 cm cada um. Alisa-se um dos lados de cada pauzinho, unem-se com um elástico, deixando os lados lisos voltados para dentro. O elástico permite que apertem e desapertem as molas conforme se mostre necessário.






Cabides naturais

Os ramos das árvores podem sempre ser utilizados como cabides naturais para pendurar tachos, sacos de lixo, roupa, etc.






Tenazes improvisadas

Pode-se improvisar uma tenaz utilizando um bocado de madeira rija. Desbasta-se na parte média do pau até reduzir a sua grossura a metade. De seguida coloca-se esta parte do pau nas brasas por momentos e dobra-se o pau ponta com ponta. Por fim aparam-se as extremidades internamente, para que prendam melhor o que pretendermos segurar.






Colchão improvisado

Se por acaso não tivermos a esteira ou se quisermos tornar mais confortável a nossa hora de descanso, podemos improvisar um colchão de fetos, urze, palha ou erva. Para tal utilizamos um tear de campo. Crava-se no chão uma fiada de cinco estacas e em frente destas espetam-se duas estacas com uma travessa em cima. Amarra-se um cordel à ponta de cada estaca das cinco e estica-se até à travessa, prendendo-se bem. Volta-se em seguida com o cordel até às cinco estacas, e prende-se os cordeis a uma estaca livre. Uma pessoa segura essa travessa e desloca-a ora para baixo ora para cima, enquanto outra pessoa coloca alternadamente por cima e por baixo dos cordeis fixos, molhos de palha, de fetos, etc. Desta maneira os molhos ficam presos pelas voltas dos cordeis da travessa móvel.






Escova de dentes improvisada

Nem sempre levamos uma escova de dentes para a montanha, mas podemos improvisar uma desfibrando paus secos numa das suas extremidades.






Usar botas como suporte

As nossas próprias botas podem servir de suporte para muitas coisas, como por exemplo o fogão de gás e o copo para evitar que se virem e caiam.





Esperamos com estes exemplos ter despertado a vossa curiosidade e partilhado algumas ideias acerca de como improvisar utensílios em situações de sobrevivência. Existem inúmeras técnicas neste domínio do improviso e seria impossível enumerar todas, pelo que apelamos sobretudo à vossa criatividade para o “desenrascanso”.





Boas caminhadas

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