26 dezembro 2012

A Montanha da Vida


Nesta quadra festiva que atravessamos, compreensivelmente, não nos foi possivel debruçar sobre o próximo artigo de socorrismo em montanha, no entanto não poderiamos deixar em branco uma publicação, pelo que descobrimos um texto que transcrevemos a seguir e que transpõe as experiências de montanha para a vida de qualquer pessoa, enaltecendo ainda mais este nosso espírito montanheiro e a paixão que temos pela montanha. Esperemos que gostem. Entretanto na próxima semana voltaremos com o tema de socorrismo em montanha.
até lá... boas caminhadas



A MONTANHA DA VIDA

A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha.
Como a vida, ela possui altos e baixos.
Para ser conquistada, deve merecer uma detalhada observação,
com a finalidade de que a chegada ao cume se dê com sucesso.
Todo o alpinista sabe que deve ter um equipamento adequado.
Quanto mais alta for a montanha,
maiores serão os cuidados e mais detalhados serão os preparativos.
No momento da escalada, o início parece ser fácil.
Quanto mais subimos, mais árduo se vai tornando o caminho.
Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir.
O importante é perseguir o ideal: chegar ao cume.
À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso.
As paisagens desdobram-se à vista,
mostrando-nos o verde intenso das árvores,
as rochas pontiagudas desafiando o céu.
Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas...
É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas,
aqueles que já foram superados, são do tamanho daquelas casinhas.
Pode acontecer que um pequeno descuido
nos faça perder o equilibrio e rolamos montanha abaixo.
Batemos com violência nalgum arbusto
e podemos ficar presos na frincha de uma pedra.
É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar.
Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir,
por nós mesmos, sair do lugar.
O amigo vem e cura-nos os ferimentos.
Estende-nos as mãos, puxa-nos e auxilia-nos a recomeçar a escalada.
Os pés e as mãos vão-se firmando,
a corda prende-nos ao amigo que nos puxa para a subida.
Na longa jornada,
os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia.
Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar.
O que nos salva é o equipamento adequado para este momento.
Depois vêm as tempestades de neve,
os ventos gélidos que são os problemas
e as dificuldades que ainda não superamos.
Se escorregamos numa ladeira de incertezas,
podemos usar as nossas habilidades para parar, e voltar a tentar novamente.
Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve,
sabemos as técnicas para nos levantar sem torcer o pé e sem magoar quem esteja por perto.
Para a escalada da montanha da vida,
é preciso aprender a subir e a descer, cair e levantar,
mas voltar sempre com a mesma coragem.
Não desistir nunca de uma nova felicidade,
uma nova caminhada, uma nova paisagem,
até chegar ao cume da montanha.
Para os alpinistas,
os mais altos picos são os mais atractivos.
Eles desejam alcançar o topo e esmeram-se.
Preparam-se durante meses.
Seleccionam a equipa, o material, e depois dispoem-se para a grande conquista.
Todos nós temos um desejo, um sonho, um objectivo, um verdadeiro Everest.
E este Everest não tem 8.848 metros de altitude,
nem está entre a China e o Nepal,
este Everest está dentro de nós.
É preciso ir em busca deste Everest, da nossa mais profunda realização.

1 comentário:

  1. Texto excecional e muito bem conseguido.. a Vida é mesmo assim..a conquista da Montanha. Parabéns!!

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