Em situações de sobrevivência, as geleiras, os conservadores térmicos
e todos os utensílios que estamos acostumados a utilizar, não se encontrarão ao
nosso dispor. Os alimentos deterioram-se com o passar do tempo e em vez de
serem benéficos e essenciais para a nossa sobrevivência, podem tornar-se
prejudiciais e até letais. Neste contexto, vamos enumerar algumas técnicas
naturais de conservar os alimentos mantendo estes praticamente com todas as
suas características naturais.
Congelação
Nos climas frios, devemos conservar o excesso de alimentos por
congelação. Para tal deve-se retirar a pele dos animais o mais rapidamente
possível e cortar a carne em pedaços.
O próprio fio a neve e o gelo são óptimos para manter os alimentos
frescos e em bom estado de consumo.
Secagem
As plantas e a carne podem ser secas pelo vento, pelo sol, pelo ar ou
pelo fogo, ou ainda por qualquer uma das combinações destas quatro formas. A
finalidade é remover a água. Cortando a carne em tiras de 0,5 cm e secando-a ao
vento ou ao fogo, produzirá uma secagem brusca.
Coloca-se as tiras de carne numa grelha de madeira e seca-se até a
carne ficar mole. Pode-se usar salgueiros, amieiros, vidoeiro e vidoeiro-anão
para fazer fogo porque as madeiras de medula, tais como o pinheiro e o abeto,
dão mau paladar à carne. Se a carne for seca com uma fogueira, quando as tiras
parecerem secas, aproximam-se da fogueira durante alguns minutos para aumentar
a temperatura da carne.
Quando estiverem quentes ao toque, retiram-se de perto do fogo e
continua-se a secá-las ao sol até que fiquem quebradiças.
Neste estado a carne durará muito tempo e pode ser mastigada ou cozida
em água para a voltar a hidratar.
Fumagem
Um abrigo bem tapado dá uma boa casa para defumar quando esteja bem
isolado. Pendura-se a carne numa posição elevada e faz-se uma fogueira que arda
a fogo lento debaixo dela.
Uma forma rápida de defumar a carne é utilizando o seguinte método:
cava-se um buraco no chão com cerca de 1 metro de profundidade e 0,5 metros de
largura. Faz-se uma pequena fogueira no fundo do buraco (depois de começar com
o fogo , usa-se madeira verde para fazer fumo). Coloca-se uma grade improvisada
em madeira a cerca de 75 cm acima do fundo do buraco. Pode-se usar varas,
galhos ou qualquer outro material disponível para cobrir o buraco.
Depois de uma noite de fumo intenso, a carne estará em condições de
permanecer comestível durante cinco a sete dias. Se for possível defumar a
carne durante duas noites, esta permanecerá comestível por duas ou quatro
semanas, ou mais. Quando convenientemente defumada, a carne deverá parecer-se
com uma tira enrolada, negra e quebradiça, mas é muito saborosa e nutritiva.
Conservação especificamente de caça
Retira-se a pele do animal e corta-se a carne em pedaços pequenos e
guarda-se o fígado, o coração e a língua. Após partir a carne em bocados,
deve-se construir um esconderijo para a armazenar. Pode-se construir uma
plataforma sobre o chão e cobrir a carne aí colocada com ramos para manter as
aves afastadas. Não se deve construir o esconderijo no acampamento. No verão
pode atrair ursos ou outros animais predadores e não será agradável ter estes
animais como companhia a farejar comida.
A menos que se vá comer toda a carne de imediato, deve-se preservá-la.
O frio preserva a carne e para tal devemos manter o nosso esconderijo o mais
fresco possível. Corta-se a carne aos bocados e pendura-se num local fresco
longe da luz solar. O ar começará a secar a parte exterior da carne.
Conservação de peixe, aves e plantas alimentares
Se estivermos numa área perto de água, deve-se tentar manter o peixe
vivo para que esteja fresco quando o quiser comer. Pode-se passar uma corda
pela boca do peixe e ata-se. Coloca-se o
peixe na água e ata-se a corda a um objecto seguro em terra. O peixe deve ser
capaz de respirar e manter-se vivo durante vários dias. Se não estivermos perto
de água e tivermos que transportar o peixe durante longas distâncias, deve-se
manter este húmido, fresco e fora do alcance do sol. Pode-se ainda armazenar em
terra o peixe pescado durante dois dias, construindo um evaporador, colocando o
peixe numa área com sombra e coberto com camadas de ervas húmidas. Para
situações de mais do que dois dias, os métodos de conservação do peixe e das
aves são muito semelhantes aos utilizados para as outras carnes.
Para preparar o peixe para ser defumado, corta-se-lhe a cabeça e
abre-se ao meio, espalmando-o e fixando-o nesta posição com um espeto. Ramos
finos de salgueiro descascados fazem bons espetos. O peixe também pode ser seco
ao sol. Pendura-se em ramos ou espalma-se numa rocha quente. Quando a carne
secar, salpica-se com água salgada, para a salgar por fora.
Folhas e frutos silvestres podem ser secos ao ar, ao sol, ao vento ou
ao fogo, com ou sem fumo. Corta-se os frutos em fatias finas e colocam-se ao
sol ou próximas do fogo.
Armazenar os alimentos
Um esconderijo ou qualquer local onde os alimentos e os abastecimentos
podem ser protegidos ou escondidos deve ser usado para guardar peixe e carne.
Para construir um simples esconderijo para alimentos, pode-se estender uma
corda entre duas árvores. Lança-se uma segunda corda sobre a primeira, ata-se
uma das extremidades desta segunda corda aos alimentos ou carcaça e suspende-se
a uma distância segura do solo. Escora-se a outra extremidade da corda a uma
estaca ou a uma árvore.
Como construir um frigorífico artesanal
Com este frigorífico, a manteiga não se derrete, a carne e o peixe não
se estragam e o leite pode estar gelado para um refresco à hora da merenda.
Para tal basta ver a figura abaixo e mãos à obra quando for necessário e
ficarmos vários dias no mesmo abrigo.
Contamos ter contribuído para adquirirem mais alguns conhecimentos
nesta área da alimentação de sobrevivência.
Boas caminhadas
á uma ideia rápida de como preservar carnes em locais sem recursos, gostei das dicas.
ResponderEliminarobrigado.