24 abril 2013

Plantas comestíveis (1ª parte)




Para iniciarmos este artigo, faremos uma breve e simplificada abordagem sob a perspectiva biológica e botânica do tema.






Partes constituintes de uma planta

Raiz – Esta parte da planta possui órgãos especializados para a sustentação da planta, é responsável pela absorção, armazenamento e condução da seiva, bem como pela captação de água, sais minerais e nutrientes do solo.

Caule – É o responsável pela sustentação da planta, promove a interligação entre a raiz e as folhas, cabendo-lhe levar água e sais minerais da raiz para as outras partes da planta. É ainda o agente que leva a seiva bruta da raiz para as folhas através de um conjunto de vasos condutores chamado xilema, servindo também para distribuir a seiva elaborada desde as folhas até ao resto da planta, através de um conjunto de vasos condutores chamados Floema.

Folha – As folhas são responsáveis pela transpiração, respiração e alimentação das plantas. Nas folhas ocorre a fotossíntese através da luz solar, que é um processo de produção de glicose e oxigénio. A glicose produzida compõe a seiva elaborada conhecida como “alimento da planta”.

Flor – A flor é a responsável pela formação da semente e do fruto. Funciona ainda como atractivo para os seus polinizadores, permitindo assim, a biodiversidade e a perpetuação da espécie.

Fruto – O fruto protege as sementes e prepara o solo, facilitando a germinação.

Sementes – São as responsáveis pelo nascimento de novas plantas.






A reprodução das plantas

A reprodução de quase todas as plantas acontece por meio da flor, que possui no seu interior, o órgão feminino (gineceu) e o órgão masculino (androceu).
O androceu é composto pelos estames, que sustentam a bolsa onde se encontram os grãos de pólen. Nos grãos de pólen existem as células sexuais da planta.
O gineceu é composto pelo ovário, que produz e armazena os óvulos. Nos óvulos também existem as células sexuais da planta.
Quando os grãos de pólen chegam até ao gineceu e alcançam o óvulo, ocorre a fecundação. O óvulo desenvolve-se e transforma-se em fruto, enquanto que o ovário se transforma em sementes. Então a flor murchará.








Logicamente que as plantas precisam de ajuda para que os grãos de pólen que ficam no androceu cheguem ao gineceu. Uma das formas de ajuda que a natureza oferece a este processo ocorre através dos insectos, pois estes conseguem levar os grãos de pólen de uma flor para outra, ocorrendo assim a polinização.





As aves, o vento e a água também ajudam as plantas na polinização. Por outro lado, os animais também ajudam a espalhar as sementes das plantas pois quando se alimentam de frutos, podem deixar caír no solo alguma semente que se existirem condições adequadas para a germinação, proporcionará o nascimento de uma nova planta.







As plantas comestiveis

Há,  pelo menos, trezentas mil espécies diferentes de plantas silvestres no mundo. Um elevado número delas são potencialmente comestíveis. Muito poucas são mortais desde que ingeridas em pequena quantidade.
A descrição completa de todas as plantas silvestres comestíveis está para além do âmbito deste artigo. Por isso mesmo a informação e as ilustrações inclusas limitam-se a exemplificar as que são mais abundantes e mais facilmente identificáveis. Específicamente falaremos das plantas mais vulgares nas regiões temperadas do mundo e das plantas que crescem nos climas mais extremos.





As regiões tropicais florestadas oferecem um vasto sortido de alimentos para sobrevivência, contudo a maioria das pessoas não estão muito familiarizadas com a maior parte das espécies de plantas tropicais. Conhecemos o coco, a banana, o ananás e os citrinos dos mercados, mas existem literalmente muitas centenas mais completamente desconhecidas no nosso país. As plantas alimentícias tropicais aparecem em maior número nas clareiras das florestas abertas, ao longo das costas, nas margens dos ribeiros e nos pântanos. As florestas primárias, cerradas e húmidas, são locais pouco convenientes para procurar este tipo de alimentos.




Muitas das plantas das regiões polares são comestíveis. A cicuta é, virtualmente, a única planta venenosa, mas os rainúnculos amarelos e alguns cogumelos devem ser evitados.
Onde há água existem usualmente plantas. Algumas plantas do deserto parecem secas e pouco apetitosas, mas outras há que são suculentas e comestíveis. Experimentam-se todas as partes moles acima do solo; flores, frutos, sementes, rebentos novos e casca. Durante certas estações podem ser encontradas algumas sementes de grama ou vagens nos matagais. Estas vagens crescem nas acácias, que são muitas vezes espinhosas e semelhantes à árvore-da-mesquita (espécie de alfarrobeira leguminosa) ou à catclaw do Sudoeste dos Estados Unidos. Todas as ervas são comestíveis, mas as que se dão nos desertos do Saara e de Gobi não são nem agradáveis nem nutritivas. As tâmaras podem aparecer nos desertos africanos, no Sudoeste da Ásia e em algumas zonas da India e da China. Devem ser evitadas todas as plantas do deserto com suco leitoso. Estas plantas costumam causar irritação nas superfícies expostas da pele. Uma exsudação branca escorrendo de um caule partido é um aviso. Este suco leitoso é venenoso se ingerido.







Partes comestíveis das plantas

As plantas, sejam elas aquáticas ou terrestres, das regiões temperadas ou tropicais, do deserto ou do ártico, fornecem as seguintes partes comestíveis:

. Raízes e outras partes subterrâneas: tubérculos, rizomas e bolbos.

. Rebentos e caules.

. Folhas.

. Nozes.

. Sementes e grãos.

. Frutos.

. Casca.







Raízes e outras partes subterrâneas

Tubérculos

Todos os tubérculos se encontram debaixo do chão e têm de ser colhidos escavando. São ricos em amido e podem ser cozidos ou assados. Damos a seguir alguns exemplos de tubérculos:

Selo-de-salomão – Os tubérculos do Selo-de-salomão crescem em pequenas plantas da América do Norte, Europa, Ásia do Norte e Jamaica. Cozidos ou assados no forno, ficam com um sabor parecido com o da pastinaga (espécie de cenoura, também conhecida por plastinaca e bisnaga).






Castanheiro-d’água – O castanheiro-d’água é um nativo da Ásia, mas espalhou-se pelas regiões temperada e tropical, incluindo a América do Norte, a África e a Austrália. Encontra-se como uma planta que flutua livremente nos rios, lagos e charcos. Esta planta cobre vastas áreas onde quer que cresça e tem dois tipos de folhas, a folha submersa, que é comprida, parecida com uma raiz e penugenta, e as folhas flutuantes, as quais formam uma rosácea à superfície da água. As castanhas nascidas debaixo de água têm 3 cm a 5 cm de grossura, com fortes espinhos que lhes dão o aspecto de bezerro cornudo. A semente contida no interior da estrutura córnea pode ser cozida ou assada no forno.





Nut Grass” – Está largamente espalhada em muitas partes do mundo. Procuram-se em locais húmidos arenosos ao longo das margens dos cursos de água, charcos e fossos. Cresce quer em climas tropicais, quer em climas temperados. Esta erva distingue-se da erva verdadeira porque possui  três caules saindo de um ponto comum e grossos tubérculos subterrâneos que atingem de 1 cm a 4 cm de diâmetro. Estes tubérculos são doces e agradáveis. Cozem-se, pelam-se e reduzem-se a farinha. Esta farinha pode ser usada como um substituto do café.






Taro, ou inhame-branco – É um tubérculo tropical que cresce em regiões húmidas florestadas em quase todos os territórios tropicais. Esta planta grande, de pele lisa, tem folhas verde-claras, compridas, cordiformes e de um só bico, as quais crescem directamente do tronco principal. A flor tem 10 cm de diâmetro, tem a forma de uma tulipa e é de cor amarelo-alaranjada. Possui um tubérculo comestível que cresce ligeiramente abaixo do solo. Este tubérculo tem de ser cozido para lhe destruir cristais irritantes. Depois da cozedura, come-se com se fosse batata. Após a cozedura, esmaga-se a pasta assim obtida é deixada de fermentar. Só assim o sabor amargo desaparece.








Batata-brava – Como todos os tubérculos, encontra-se debaixo da terra e tem de ser escavada para depois ser cozida ou assada. A planta é pequena e encontra-se por todo o lado, especialmente nos trópicos. Este tipo de batata é venenoso quando comido ao natural.





Inhames – São comestíveis tanto os trepadores, como os tubérculos, estes situados debaixo da terra. Há pelo menos 700 espécies de inhames tropicais trepadores, distribuídos pelas zonas tropicais e subtropicais. Não devem ser confundidos com a batata-doce, chamada inhame nos mercados americanos. Estes não são inhames verdadeiros, mas estão relacionados com o lírio-convale, vulgarmente conhecido por campainha. Os inhames aparecem nas hortas abandonadas pelos nativos, em clareiras nas regiões de selva e em zonas de floresta, se não for muito cerrada. Devem-se cozer todas as espécies. Algumas espécies são venenosas se comidas cruas. Todas as espécies podem ser comidas com segurança depois de cortadas em fatias finas, cobertas por aparas de madeira e postas a curar em água corrente ou salgada durante três a quatro dias. Esta operação extrai as propriedades venenosas de algumas espécies bravas. Os nativos cozinham os inhames não venenosos numa cova forrada de grandes pedras e acendendo-lhe uma fogueira em cima. Quando as pedras estão quentes, colocam a comida na cova embrulhada em folhas verdes e cobrem a cova com folhas de palmeira ou outras folhas de grandes dimensões. Também pode se posta terra sobre as folhas. Em cerca de meia hora, os inhames podem ser cozidos e feitos em puré, tal como as batatas. O inhame dá igualmente tubérculos acima do solo nos caules trepadores. Dão pelo nome de “batateiras aéreas” e são vulgares no Sueste Asiático. Mas, a menos que se consiga identificar, inequivocamente, os tipos não venenosos, não devem ser comidos até serem curados pela forma que  ficou descrita.







Raízes e rizomas

Estas partes das plantas são reservas alimentares ricas em amido. As raízes comestíveis têm, muitas vezes, varias dezenas de centímetros de comprimento e não são volumosas como os tubérculos. Os rizomas são caules subterrâneos e alguns têm vários centímetros de grossura, sendo relativamente curtos e pontiagudos. Seguem-se alguns exemplares de raízes e rizomas comestíveis:

Junco – Esta planta, esguia e familiar, encontra-se na América do Norte, África, Austrália, Indias Orientais e Malásia. Normalmente está presente nas áreas húmidas pantanosas. As raízes e a base branca do caule podem ser comidas cozidas ou cruas.






Tanchagem-d’água -  Esta planta, de flores brancas, encontra-se mais frequentemente em redor dos lagos, charcos e ribeiros de água doce, onde, muitas vezes, fica parcialmente submersa em poucos centímetros de água. É particularmente abundante nas áreas alagadiças da zona temperada do Norte e tem folhas cardiformes, macias, de longo pecíolo e com três a nove nervuras paralelas. O rizoma, grosso e em forma de bolbo e que se desenvolve debaixo do chão, perde o gosto acre depois de secar. Cozinha-se como se fosse batata.






Amentilho – O amentilho encontra-se ao longo dos lagos, lagoas e rios de todo o mundo, excepto nas regiões de tundra e de floresta do Extremo Norte. Atinge um porte de 1,8 m a 4,5 m, com folhas verde-pálidas erectas, em forma de fita, de 0,5 cm a 2,5 cm de largo. O rizoma atinge 2,5cm de grossura. Para preparar estes rizomas, retira-se a pele exterior e rala-se a parte branca do seu interior. Come-se cozido ou cru. O pólen amarelo das flores pode ser misturado com água e, depois de evaporado, usado como manteiga. Além disto, os rebentos novos são excelentes quando cozidos como espargos.






Ervilha-doce – Esta planta fornece a raiz de alcaçuz, a qual pode ser comida ao natural ou cozinhada. A planta é vulgar do Norte e pode ser encontrada em solos arenosos, especialmente ao longo das margens de lagos e de cursos de água. Tem flores cor-de-rosa. As raízes cozidas sabem a cenoura, mas são ainda mais nutritivas.








Erva-piolha lanosa – É uma planta rasteira com espigas lanosas ou flores cor-de-rosa. A raíz cor de enxofre é grande e doce e pode comer-se quer ao natural, quer cozida. Pode ser encontrada nas áreas de tundra seca da América do Norte.






Bistorta – Esta planta também se encontra na tundra. Tem flores brancas ou cor-de-rosa que formam uma espiga delicada. As folhas alongadas têm os bordos lisos e estão inseridas no caule ao nível do solo. A raiz é rica em amido, mas tem um sabor levemente ácido quando comida crua. É melhor quando demolhada durante algumas horas e depois assada.









Raiz-de-alcaçuz – Esta raiz e a batata-esquimó são tubérculos que aparecem no início da Primavera, no Verão e no Outono (ocasionalmente no Inverno). Tornam-se adstringentes e não comestíveis no verão. As flores desta planta são cor-de-rosa-púrpura, parecidas com as da ervilha, e aparecem em cachos alongados. As vagens são chatas, com 2,5 cm a 5 cm de comprimento e são constituídas por várias falanges arredondadas.










Bolbos

Todos os bolbos são ricos em amido e, com excepção da cebola silvestre, são mais saborosos quando cozinhados. No entanto, alguns bolbos podem ser venenosos, como é o caso da camásia que tem flores amarelas ou brancas. Contudo, outros são comestíveis; lírio-selvagem, túlipa-selvagem, camásia-azul e o lírio-tigre.

Cebola Silvestre – É o mais comum dos bolbos comestíveis e é um parente próximo da cebola. Encontra-se em todas as zonas temperada do Norte e da América do Norte, na Europa e na Ásia. A planta cresce do bolbo enterrado cerca de 7,5 cm a 25 cm abaixo da superfície do solo. As folhas vão do estreito até vários centímetros de largura. A planta dá uma flor que pode ser branca, azul ou num tom de vermelho. Qualquer que seja a variedade encontrada, pode ser identificada pelo seu característico cheiro a “cebola”. Todos os bolbos são comestíveis.






Rebentos e caules

Os rebentos comestíveis são parecidos com os espargos. Embora alguns possam ser comidos em cru, a maior parte dos rebentos ficam melhores se forem escaldados por períodos de dez minutos, com mudança de água, até ficarem suficientemente tenros para serem comidos.

Fetos comestíveis  Os fetos são abundantes nas zonas húmidas de todos os climas, especialmente em áreas florestadas, barrancos, ao longo dos ribeiros e na orla dos bosques. Podem ser confundidos com plantas de flor, mas uma observação cuidadosa permite distingui-los das outras plantas verdes. A superfície inferior da folha está normalmente coberta com grande quantidade de pontos castanhos polvilhados de poalha amarela, castanha ou preta. Estes pontos estão cheios de esporos e a sua presença torna fácil distinguir os fetos das outras plantas que dão flores.
Devem-se escolher os pedúnculos novos (báculos) com não mais de 15 cm a 20 cm de comprimento. Partem-se de modo a aproveitar o máximo da parte tenra; depois fecha-se a mão sobre o pedúnculo e,  faz-se deslizar através da mão para lhe retirar a penugem. Lava-se e coze-se em água com sal ou coze-se em vapor até ficar tenro.

Samambaia – É um dos fetos mais vulgares. Cresce por todo o mundo, excepto no Ártico, nos bosques abertos e secos, nas clareiras recentemente queimadas e nos pastos. É um feto de grande rusticidade com pedúnculos novos isolados ou dispersos, muitas vezes com 1 cm de grossura na base, grosseiramente cilíndricos e cobertos de penugem cor de ferrugem. A fronde desenrolada tem a forma nítida de um tridente com uma mancha purpúrea em cada ângulo. Estas manchas segregam um suco doce. As frondes velhas têm a forma discreta de um tridente e o rizoma, rastejante, ramificado e lenhoso, tem cerca de 0,5 cm de grossura.








Folhas

As plantas que fornecem folhas comestíveis são, provavelmente das mais numerosas de todas as plantas alimentares. As folhas podem ser comidas ao natural ou cozinhadas. A cozedura excessiva, porém, destrói muitas das suas vitaminas. A seguir mencionamos algumas plantas com folhas comestíveis:

Feto dos bosques – Esta planta, especialmente abundante no Alasca e na Sibéria, encontra-se nas montanhas e nas terras florestadas. Cresce a partir de robustos caules subterrâneos cobertos por pecíolos velhos que fazem lembrar um cacho de pequenas bananas. Assam-se estes pecíolos e retira-se o revestimento castanho-brilhante. Come-se a parte interna do feto. No começo da Primavera apanham-se as frondes ou báculos novos, cozem-se em água ou em vapor e comem-se como se fossem espargos.












Azeda e azedinha silvestres – Embora estas plantas sejam nativas do Médio Oriente, são abundantes quer nos países tropicais, quer nos temperados e nas áreas que tem altos e baixos índices pluviométricos. Procuram-se nos campos, ao longo das bermas dos caminhos e em locais incultos. A azeda silvestre é uma planta robusta com a maior parte das folhas na base do caule de 15 cm a 30 cm de altura. Dá um cacho de flores muito pequenas parecido com uma pluma, de cor verde a púrpura. A azedinha silvestre é mais pequena que a azeda, mas similar na aparência. Muitas das folhas da base têm a forma de pontas de seta e contêm um suco avinagrado. As folhas de ambas as plantas são tenras e podem  ser comidas frescas ou levemente cozidas. Para eliminar o sabor forte, muda-se uma ou duas vezes de água da cozedura.








Chicória silvestre – Originariamente uma nativa da Europa e da Ásia, a chicória está agora distribuída por todo o mundo e nos Estados Unidos apresentando-se como uma erva da berma dos caminhos e dos campos. As folhas formam cachos ao nível do solo no alto de uma raiz forte, subterrânea, com o aspecto de uma cenoura. As folhas parecem-se muito com as do dente-de-leão, mas são mais grossas e ásperas. Os caules elevam-se cerca de 60 cm a 1,20 m e no verão cobrem-se de numerosas flores azuis (também parecendo as do dente-de-leão, excepto na cor). As folhas novas tenras podem ser comidas em salada. A raiz moída é um substituto do café. Estas folhas da chicória, também conhecida por almedrão, deixam de ser comestíveis depois da floração (Julho-Setembro). A raiz é comestível no Outono e pode substituir o café se for torrada.








Ruibarbo silvestre – Esta planta cresce desde o sudeste da Europa à Ásia Menor e através das regiões montanhosas da Ásia Central até à China, podendo ser encontrada em espaços abertos, ao longo das orlas das matas, das margens dos regatos e nas encostas das montanhas. As folhas largas crescem na base de pedúnculos compridos e robustos. Estes pedúnculos florescem e elevam-se acima das folhas largas e podem ser cozidos e comidos como um vegetal.
Outras plantas com folhas comestíveis são o dente-de-leão, o agrião, a erva-formigueira e o morrião. Outras folhas comestíveis indígenas da América do Norte são a alface-d’água, o rábano-bravo arbóreo e o lírio-ródão e a figueira-da-india.











Nozes, Amêndoas, Avelãs, Castanhas

Estes frutos estão entre os mais nutritivos de todos os alimentos vegetais e contém percentagem apreciável de proteínas. As plantas que dão estes frutos crescem em todas as zonas climáticas e em todos os continentes, excepto no Ártico. Alguns destes frutos das zonas temperadas são as nozes, as avelãs, as amêndoas, as nozes da nogueira-americana, as bolotas, as castanhas-do-maranhão, as castanhas-de-caju e as castanhas-da-austrália. A seguir indicamos algumas nozes comestíveis.

Noz-inglesa – No estado selvagem, esta noz encontra-se desde o Sul da Europa à China e através da Ásia. Abunda no Himalaia  e aparece numa árvore que, por vezes, atinge os 18 m de altura. As folhas desta árvore estão divididas, o que é uma característica de todas as espécies de nogueira. A noz está encerrada numa grossa casca exterior a qual tem de ser retirada para se alcançar a casca dura interior da noz. O miolo da noz amadurece no Outono.








Avelã – Encontra-se em vastas áreas dos Estados Unidos, especialmente na metade leste do país. Também existe na Europa e no Leste da Ásia, desde os Himalaias à China e ao Japão. Crescendo em matas e atingindo entre 1,80 m e 3,60 m, as aveleiras aparecem em densos bosques cerrados ao longo das margens dos ribeiros e em espaços abertos. A avelã está envolvida por uma casca peluda de pescoço comprida. Amadurece no Outono. Pode ser comida seca ou fresca.











Castanha – As castanhas silvestres são muito úteis como alimento de sobrevivência. Crescem na Europa Central e do Sul e desde a Ásia Central à China e ao Japão. A castanha europeia é a variedade mais vulgar. O castanheiro é uma árvore de floresta com uns 18 m de altura e aparece na orla dos prados. A castanha, verde ou madura, pode ser preparada quer assando-a nas brasas, quer cozendo-a. Se forem cozidas, podem comer-se sob a forma de puré, como se fossem batatas.











Bolotas (Carvalho-inglês) – Há muitas variedades de carvalho, mas o carvalho-inglês é típico entre os que se encontram na zona temperada do Norte. Chega a atingir 18 m de altura e as folhas são profundamente lobadas. As bolotas crescem fora do alcance do corte e não são comestíveis ao natural devido amargoso do tanino contido na glande. Fervem-se as bolotas durante duas horas, despeja-se a água e lavam-se em água fria. Muda-se a água com frequência e, depois de três ou quatro dias, tritura-se as bolotas para as converter em pasta. Faz-se uma papa misturando esta pasta com água e coze-se. Pode-se transformar a pasta em farinha, espalhando-a e secando-a.









Fruto da faia – As faias crescem no estado silvestre em zonas húmidas do leste dos Estados Unidos, na Europa, na Ásia e no Norte de África.  São vulgares em todo o Sudeste europeu e na Ásia temperada, mas não crescem nas zonas tropicais ou subárticas. A faia é uma árvore grande, atingindo por vezes, 24 m de altura, tendo  uma casca macia cinzento-clara e folhagem verde. Os frutos maduros da faia caem das suas cápsulas como as sementes das vagens e a amêndoa pode ser partida com a unha. Assa-se e reduz-se a pó o miolo. Depois ferve-se servindo como um satisfatório substituto do café.









Pinheiro-manso (pinhões) – Distribui-se largamente na Europa e Norte da Sibéria. As agulhas crescem aos cachos e as sementes comestíveis ou pinhões encontram-se nas pinhas lenhosas que pendem isoladas ou aos cachos próximo dos topos dos ramos. Os pinhões crescem na base das escamas da pinha e, quando maduros, caem da pinha – também - madura. Comem-se ao natural ou assados.












Castanha-de-caju – É uma noz tropical silvestre. Esta castanha dá-se em climas tropicais numa árvore ramalhada e sempre verde que atinge os 12 m de altura. As folhas têm normalmente 20 cm de comprimento por 10 cm de largura. As flores são cor-de-rosa-amareladas. O fruto é grosso, em forma de pêra, carnudo e vermelho, ou amarelo quando maduro, com uma castanha em forma de rim crescendo na extremidade. Esta castanha encerra uma semente que é comestível quando assada. O invólucro verde que rodeia a castanha contém um veneno irritante que provoca bolhas nos olhos e na língua, tal como a hera venenosa. Este veneno é destruído durante a assadura. Deve ter-se cuidado durante a assadura ou a cozedura de castanha-de-caju porque o vapor ou o fumo podem provocar cegueira temporária ou permanente (o fruto carnudo também é comestível, fornecendo, quando maduro, uma bebida agradável).








Amêndoa Tropical -  A amendoeira indiana ou tropical está muito espalhada em todos os territórios tropicais e encontra-se em campos abandonados, hortas, ao longo das bermas das estradas e nas costas marítimas arenosas. As sementes comestíveis ou amêndoas crescem no topo dos ramos e estão rodeadas por uma cobertura esponjosa parecida com uma casca com 3 cm a 7,5 cm de comprimento. Estas amêndoas têm o sabor e a consistência da amêndoa “normal”.















Pistácia-Brava – Há cerca de sete tipos de pistácia-brava nas zonas desérticas ou semidesérticas em redor do Mediterrâneo: na Ásia Menor e no Afeganistão. Algumas das plantas são de folha perene, enquanto as outras perdem a folha na estação fria. As folhas dispõem-se alternadamente no tronco e ou têm três folhas grandes ou numerosas folhinhas. A amêndoa é dura e seca quando madura. Come-se depois de levemente assada na brasa.









Amendoeira – As amendoeiras-bravas dão-se nas zonas semidesérticas do Sul da Europa, na área Leste do Mediterrâneo, no Irão, na Arábia, na China, na Madeira, nos Açores e nas Canárias. A amendoeira assemelha-se ao pessegueiro e algumas vezes atinge os 12 m de altura. O fruto aparece aos cachos por toda a árvore e parece-se com um pêssego verde e rugoso, com o miolo (a amêndoa) coberta por uma casca grossa, seca e lenhosa. Para extrair a amêndoa, separam-se as duas metades do fruto e parte-se o tegumento lenhoso que encerra a amêndoa comestível. Pode-se colher grandes quantidades de amêndoas que se guardarão como reserva alimentar.






Não esqueçam, apenas se devem ingerir as plantas que realmente temos a certeza que conhecemos, nunca devemos ingerir nenhuma quando existirem incertezas.





Boas caminhadas

4 comentários:

  1. oie eu gostaria de saber como se planta a noz de pecan? bjkas...

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  2. Boas, tem a certeza das fotos da chicória silvestre?

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  3. Olá. Aqui no BR chamamos as amêndoas de "Castanholas". A polpa da casca do fruto também é comestível.

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  4. Gostei muito dos produtos apresentados.

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