13 março 2013

Socorro em montanha – 16ª parte – Intoxicações e Envenenamentos (C)

Mordeduras e picadas de animais


A doença é um grande inimigo na luta pela sobrevivência. Embora não seja necessário saber-se muito sobre doenças, é preciso conhecer a sua presença em determinadas áreas, como são transmitidas e como preveni-las.
A maior parte das doenças são provocadas ou transmitidas por plantas ou organismos animais, tais como carraças e ácaros, que entram em contacto com o corpo, se multiplicam e provocam uma série de distúrbios. Se conhecermos o agente responsável por uma determinada doença, ficaremos em melhores condições para evitar contraí-la, mantendo o seu agente transmissor afastado do corpo.




Determinados animais podem injectar veneno através de determinadas partes da boca ou com um ferrão. Estes animais, em geral, não picam nem cravam o seu ferrão a menos que sejam provocados ou incomodados.
Formas de vida, tais como insectos, podem ser mais perigosas e incomodativas do que a própria escassez de alimentos e água, contudo o seu maior perigo reside na capacidade para transmitirem doenças debilitantes e muitas vezes fatais, através das picadas.
Os agentes transmissores de doenças exigem certas condições ambientais para viverem e se reproduzirem, tais como exposição adequada à luz solar, temperaturas ideais e locais próprios para procriarem. Devido a estes factores, apenas terá de se precaver contra um número limitado de agentes transmissores de doenças em qualquer lugar ou período.
Frequentemente, os organismos que transmitem uma doença específica ao homem têm de passar uma das fases dos seus ciclos de vida em hospedeiros mais específicos. Se os hospedeiros não existirem, o organismo não existirá na área e não poderá ser transmitido a despeito da quantidade dos potenciais agentes transmissores presentes. O homem é um hospedeiro específico em muitos casos.




Diversos animais de pequenos porte e potencialmente perigosos, principalmente no que respeita a transmissão de doenças, podem chegar até outro país nas frutas e nos contentores de transporte, motivo pelo qual nunca poderemos afirmar que determinadas espécies não existem no nosso país.



Dípteros

Os mais importantes são o mosquito e o moscardo .
As picadas dos mosquitos não são apenas incómodas, pois também podem levar à morte.  Os mosquitos encontram-se em todo o mundo. Em algumas áreas do Ártico e regiões temperadas, no fim da Primavera e no início do Verão, eles são mais numerosos que nos trópicos, em qualquer época do ano. 



Os mosquitos tropicais, porém, são mais perigosos, pois transmitem a malária, a febre-amarela, a febre de dengue (com sintomatologia análoga à da gripe), a encefalite e a filaríase (também conhecida por filariose. Doença provocada pelo verme nematelmíntio, a filária). Podemos afirmar que este tipo de doenças não são comuns em Portugal, no entanto ainda recentemente houve um certo receio de um surto de dengue, como é do conhecimento geral, o que quer dize que não estamos assim tão imunes.





Tratamento:

. O tratamento é sintomático, podendo-se administrar analgésicos tipo Paracetamol, amoníaco tópico para atenuar a dor ou pomada com hidrocortisona 1%.


Prevenção:

. Acampar em terreno elevado e afastado de pântanos.
. Dormir debaixo de rede mosquiteira, se disponível. De qualquer modo em zonas de risco deve-se dormir com qualquer material disponível para este efeito.
. Besuntar a cara com lama especialmente antes de deitar, se não houver repelente de  mosquitos
. Vestir a roupa toda, especialmente à noite.


. Meter a parte de baixo das calças dentro das meias.
. Como último recurso, pode-se usar o fumo contra os mosquitos. Pode-se fabricar um “pote de fumo” pegando fogo à casca de árvore molhada, folhas verdes, musgo, excrementos de animais ou cogumelos.
. A querosene, a gasolina e o álcool actuam como repelentes para quase todos os animais nocivos e principalmente os insectos.


Moscas

As moscas, tal como os mosquitos, variam quanto ao tamanho, hábitos de reprodução e quanto ao incómodo que causam e ainda ao perigo que representam. A protecção usada contra os mosquitos é, geralmente eficaz contra as moscas.





Himenopteros

Os insectos da ordem himenóptera com capacidade para picar incluem as famílias Apidae (abelhas sociais), Vespidae (vespas) e Formicidae (formigas). As abelhas podem picar apenas uma vez, os vespídeos picam numerosas vezes sucessivamente. Imensas pessoas apresentam hipersensibilidade imediata à picada de insectos.





As picadas são geralmente ligeiras e produzem dor imediata, inflamação, eritema, edema, induração urticariforme e pruído na zona afectada, que desaparecem dentro de horas.




Uma picada apenas, não costuma provocar graves problemas, no entanto, se for o caso de picadas na zona bucofaringea, picadas múltiplas ou em pessoas hipersensíveis, pode originar um choque anafilático que pode ser fatal em 10 minutos. 




Não existem dados reais da mortalidade por picada de himenópteros em nenhum país, mas em dois estudos importantes, realizados na França e na Suiça estimou-se que fica em 0,45 casos por milhão de habitantes ano.
A abelha deixa o ferrão na ferida, este deve ser removido para evitar infecções, mas as vespas podem dar ferroadas indefinidamente. 




Para atenuar a dor, pode-se aplicar no sítio da ferroada, lama, barro molhado, tabaco humedecido ou sal molhado. Se houver disponível, pode-se aplicar amónia ou uma pasta de fermento artificial. Estes remédios também costumam resultar nas picadas ou ferroadas de escorpiões, centopeias e lagartas.


As picadas de himenópteros podem revestir-se de gravidade se:

. São múltiplas.
. Afectam a cavidade oral e/ou faringe
. A vítima é hipersensível, conduzindo ao choque anafilático.
Múltiplas picadas podem causar dispneia, hipotensão arterial, vómitos, diarreia e edema generalizado. A morte por intoxicação ocorreu em indivíduos picados por apídeos/vespidios 300-500 vezes em sucessão.
As reacções sistémicas ou anafiláticas são verdadeiras reacções alérgicas que podem ser desde ligeiras até mortais. No geral, quanto mais curto for o período entre a picada e o início dos primeiros sintomas, tanto mais grave será a reacção. Os sinais iniciais, geralmente, manifestam-se nos olhos, seguidos de tosse, rinorreia e erupção cutânea. Há medida que progride a reacção, pode surgir uma crise de asma (edema das vias aéreas superiores, broncospasmo), vómitos, diarreia, hipotensão arterial, com possível colapso cardiovascular, que podem ser rapidamente fatais. O início, vulgarmente, surge dentro de 10 minutos após a picada. As reacções tardias podem surgir 10 a 14 dias após a picada.


 Sinais e sintomas generalisados:

. Reacção local: dor, eritema (vermelhão na pele), calor, edema (inchaço).
. Reacção sistémica: urticaria, picor, edema de laringe, espasmo bronquial, desorientação, debilidade, transtornos gastrointestinais (diarreias, vómitos, espasmos), vertigens, sincope, hipotensão.


Actuação de emergência

Actuação local

. Limpar a ferida e desinfectá-la
. No caso das abelhas, tirar o ferrão com uma pinça ou raspá-lo, evitando sempre a compressão,  para não esvaziar o resto do conteúdo do saco de veneno.




. Aplicar frio indirectamente em cima da picada (por exemplo, gelo ou sacos de frio instantâneo envolvidos num pano limpo e sem pêlos), durante 15 minutos.
. Elevar a extremidade.
. No caso de picadas no interior da boca, fazer a vítima chupar gelo até à chegada de ajuda diferenciada





. Vigiar as possíveis alterações das funções vitais

Nos casos de reacções sistémicas:

. Solicitar ajuda diferenciada
. Avaliar, registar e vigiar continuamente as funções vitais. Perante a sua alteração, agir em conformidade.

A partir deste momento passa a tratamento diferenciado:

. Administrar analgésicos, por exemplo paracetamol 500 mg cada 6-8 horas, se tiver dor.
. Em caso de inflamação pode-se aplicar uma pomada de hidrocortisona 1%.
. Avaliar a administração de anti-histamínicos: cetirizina, loratadina ou ebastina, 1 comprimido a cada 24 horas.
. Se a reacção local for exagerada deve-se dar corticoides: metilprednisolona 1 mg/kg/dia, durante 5 dias.
. Vacinação antitetânica.

Reacção sistémica

. Administrar adrenalina 1/1000 0,3-0,5 ml por via subcutânea a cada 10 minutos, se for necessário.
. Se houver hipotensão, administrar soro salino fisiológico (20 ml/kg que se pode repetir se for necessário).
. Se houver broncoespasmos deve-se administrar um broncodilatador nas mesmas doses que nas crises de asma.
. De resto, actuar como nas reacções locais.





Prevenção:

As ferroadas de um enxame de abelhas ou vespas excitadas podem ser perigosas e mesmo fatais. Se houver um ataque é conveniente mergulhar para dentro de vegetação cerrada, ou, em campo aberto, deitar para o chão e manter a imobilidade.

. Mesmo quando já estabelecidas numa colmeia, algumas variedades de abelhas irritam-se facilmente com movimentações próximas da colmeia, portanto devemos evitar passar a menos de 10 metros de uma colmeia.

 Quando nos apercebermos de um enxame enfurecido, não devemos gritar, pois as abelhas são atraídas por sons agudos. Devemos evitar também gestos bruscos, que podem ser interpretados como uma ameaça.

. As abelhas são atraídas pelas cores escuras. Devemos evitar usar roupas pretas, vermelhas ou de cores escuras.

. As abelhas são atraídas por uma hormona excretada no local da picada, ou seja, quando somos picados uma vez, as outras abelhas do enxame são atraídas para o mesmo local com uma única ordem, Picar, pelo que se formos picados devemos afastar-nos do local o mais rapidamente possível.




. Se formos atacados devemos manter a calma. As abelhas são atraídas pelo descontrole, provavelmente pela hormona da adrenalina. Pessoas que se conseguem manter calmas costumam sofrer menos picadas, além de que, o desespero pode levar a vítima a magoar-se seriamente num galho, ou até a caír num precipício, durante a corrida desenfreada.

. No caso de ataque, deve-se correr para mato ou vegetação densa. Deve-se correr em zigue-zague (as abelhas são péssimas em curvas fechadas), e raspar deliberadamente nas folhas e galhos para retirar abelhas presas ao corpo e também para que o odor das folhas confunda as hormonas libertadas pelas abelhas agressoras na nossa pele.

. É importante proteger os olhos. Uma picada de abelha no globo ocular quase certamente levará a cegueira do olho atacado. Na impossibilidade de correr (sempre em zigue-zague) será conveniente curvar o corpo e cobrir por exemplo com um saco cama, e principalmente, proteger os olhos, nem que seja apenas com as mãos.

. O ataque de um grande enxame pode ser mortal. A maioria das pessoas resiste em média a mais de 50 picadas, mas existem casos de mortes por apenas 3 picadas. Convém lembrar que um enxame pode ultrapassar a quantidade de mil abelhas.






Pulgas

Estes pequenos insectos sem asas podem ser extremamente perigosos em certas áreas porque são susceptiveis de transmitir a peste ao homem depois de se terem alimentado em roedores portadores da peste. Se usar um roedor como alimento numa área onde se suspeita haver peste, pendure o animal logo que o tenha morto e não lhe mexa até estar frio. As pulgas abandonam os corpos frios. Para se proteger, use polainas apertadas ou botas, as pulgas afogam-se na água. Um bom banho removerá a maior parte das pulgas. Se houver suspeita de que o nosso abrigo está infestado de pulgas, lava-se o abrigo e esfrega-se bem. As pulgas abandonam os lugares húmidos.







Carraças

Estes animais, ovais e chatos, distribuem-se por todo o mundo. Nunca tentar arrancar a carraça com os dedos se houver outros meios disponíveis, pois a cabeça ficará na pele e deixará uma ferida.
É mais perigosa devido às doenças que podem transmitir, que devido à sua fixação na pele, produz um edema eritematoso (inchaço avermelhado) durante 3-4 dias, que pode evoluir até uma lesão negra da pele (escara necrótica) com gânglios regionais.





As Carraças (carrapatos, estão incluídos na ordem arachnida, família acari) são aracídeos ixodídeos, parasitas sugadores de sangue de muitos animais. Algumas carraças são hospedeiras de uma bactéria (Borrelia Burgdorferi) que provoca no ser humano uma doença conhecida à cerca de vinte anos, de nome Lyme, que é de declaração obrigatória em Portugal. A única região do país onde existem dados conhecidos é a de Évora, com 21 casos detectados até 1999. A doença de lyme é exclusivamente transmitida por carraças.





 A infecção de estádio I (doença localizada) localiza-se principalmente na pele. Em cerca de 75% dos casos surge um edema migratório 3 a 32 dias após o período de incubação. Alguns dias depois do aparecimento do E.M. a B. burgdorferi pode propagar-se  por via hematogénica para muitos locais (infecção inicial: estádio 2 de infecção disseminada). Meses após a infecção inicial (infecção tardia: estádio 3 de infecção persistente), cerca de 60% dos pacientes não tratados desenvolvem episódios de artrite, que persistem por várias semanas ou meses.


Além da doença de Lyme, a carraça pode provocar ainda a febre escaronodular (ou febre-da-carraça) e muitas outras doenças (por exemplo babesiose). As carraças estão bem adaptadas a climas temperados e podem encontrar-se, essencialmente em florestas, plantas (concretamente os fetos) e no exterior do corpo de animais. As carraças sentem-se atraídas pelo sangue, principalmente durante a Primavera e o Outono. As zonas de maior incidência são a Serra de Sintra, a Tapada de Mafra e o Parque de Monsanto, na área de Lisboa; a mancha florestal, no Norte do país; e as áreas de pastio de gado do Sul.






Sinais e sintomas:

Depois da picada, pode surgir, num período de tempo que pode ir de alguns dias a algumas semanas, uma mancha escura com rebordos vermelhos à volta da zona da picada. A mancha, contudo, nem sempre se verifica e desaparece pouco tempo depois.
Posteriormente num período de tempo que pode ir de dias a semanas, surgem:

. Novas manchas pelo corpo
. Febre
. Astenia
. Dores nas articulações
. Paralisia facial
. Problemas neurológicos.

Actuação de emergência:

Perante um quadro clínico como o descrito, o socorrista/montanheiro deverá sugerir à vítima  que deve ser deslocada para um centro de saúde, o mais rapidamente possível, a fim de ser observada por um médico.
Se a vítima se apresenta ainda com a carraça presa à pele, o socorrista/montanheiro deve:

. Retirar a carraça o mais rapidamente possível
   . Aplicar durante um ou dois minutos, uma bola de algodão embebido em álcool etílico para atordoar a carraça
   . Retirar a carraça com cuidado, usando tracção firme com uma pinça colocada próximo ao seu ponto de fixação. Verificar se não ficam partes agarradas à pele (nomeadamente a cabeça).
Na falta destes elementos opta-se pelos métodos caseiros para remover uma carraça, que consistem em  aplicar no traseiro exposto da carraça um dos seguintes produtos: óleo, tabaco molhado, um fósforo ou cigarro acesos ou uma brasa quente, água quente. Também resulta a exposição da pele ao fumo de uma fogueira de madeira verde. A carraça desprender-se-á da pele e poderá então ser removida do corpo.






Ou então:

. Extracção da carraça instilando éter e puxa-la perpendicularmente à pele, com uma pinça.
. Desinfecção da pele.
. Posteriormente, o médico deverá avaliar a administração de doxiciclina (100 mg cada 12 horas) para prevenir as doenças citadas.
. Limpar a ferida e desinfectá-la
. Anotar a data e local onde a carraça picou
. Sugerir à vítima a observação da zona picada durante algumas semanas e, caso surja um quadro sintomatológico febril ou da doença de Lyme, deve dirigir-se imediatamente a um centro hospitalar.






Ácaros, filárias e piolhos

Estes insectos, muito pequenos, são vulgares em muitas áreas do mundo e a capacidade para irritarem está completamente fora de qualquer relação com o tamanho. As filárias são larvas de certos ácaros que penetram na pele e provocam comichão e incómodo.





As pessoas particularmente susceptiveis a estas picadas podem adoecer. Em algumas partes do mundo, as filárias transmitem uma espécie de tifo. O ácaro da sarna pode causar várias doenças da pele, tais como a sarna ou a tinha-da-noruega. Podem aparecer infecções secundárias provocadas pela coceira. As filárias podem ser removidas através de um banho de água salgada. As filárias e os ácaros podem ser  repelidos usando-se vestuário que tenha sido exposto repetidamente ao fumo de uma fogueira de modo que o cheiro a fumo tenha impregnado o tecido.






As aldeias indígenas e de pastoreio estão normalmente infestadas de piolhos. Tentar evitar as cabanas  dos nativos e dos aldeãos e o contacto físico com eles. Se for mordido por um piolho, evite tocar, pois introduzirá as fezes do piolho através da picada. É através da infecção com as fezes do piolho que o homem contrai doenças tais como o tifo epidémico e a febre recorrente. Se não tivermos qualquer tipo de pó contra os piolhos, a fervura do vestuário acabará com eles.





Se não for possível fazer isso, deve-se expor o corpo e o vestuário, particularmente as suas costuras, à luz directa do Sol durante algumas horas para desalojar os piolhos. Após ter estado exposto a estes insectos, convém lavar o corpo, de preferência com sabão.





Se não houver sabão, os sedimentos ou a areia do fundo dos ribeiros são um substituto aceitável. Deve-se inspecionar com frequência as partes pilosas do corpo à cata de piolhos.







Sanguessugas

Estes animais sugadores de sangue encontram-se em várias áreas isoladas de Bornéu, das Filipinas, da Austrália, do Sul do Pacífico e em várias partes da América do Sul, encontrando-se também  na Europa e nomeadamente em Portugal e em África.





Agarram-se firmemente às ervas, às folhas e aos rebentos e daí,  passam para as pessoas. A mordedura provoca incómodo e perda de sangue e pode ser seguida de infecção. As sanguessugas removem-se tocando-lhes com um cigarro ou fósforo  acesos ou com tabaco húmido ou simplesmente usando repelente de insectos.







Fasciolas ou lombrigas

Estes parasitas encontram-se em água doce calma, em algumas partes da América tropical, da África, da Ásia, do Japão, da Formosa e das Filipinas e ainda em outras ilhas do pacífico. Não há fascíolas em água salgada. As fascíolas penetram através da pele dos que entram em contacto com elas quer bebendo, quer  banhando-se em águas infestadas.





Alimentam-se das células do sangue e os seus ovos são expelidos através da bexiga ou dos intestinos. A utilização correcta do vestuário ajudará a evitar a exposição, por exemplo se vadearmos  águas infestadas , mas devidamente calçados e com as calças vestidas e atadas no tornozelos, evitar-se-á o contacto.







Miriápodos

O mais importante é a centopeia. A centopeia raramente ferra o homem, excepto quando não consegue fugir. Tal como o escorpião não são perigosas, excepto quando se encontram abrigadas numa peça de vestuário que vai ser vestida. As centopeias e as lagartas provocam, por vezes, grande comichão e inflamação quando se roçam por nós. As lagartas também podem provocar bolhas dolorosas.






Sinais e sintomas:

. A centopeia inócua um veneno que produz dor intensa.
. Vermelhidão da pele.
. Edema local que passa em 48 horas.

Tratamento:

. O tratamento é sintomático, como no caso dos dípteros







Morcegos

Em Portugal não encontramos registos, no entanto na vizinha Espanha ocorreram desde 1987, doze casos de raiva, todos eles transmitidos por mordeduras de morcegos.





Tratamento :

. Alertar as equipas de resgate da área
. Providenciar o transporte para um meio hospitalar
. Limpeza imediata da ferida com água e sabão.

A partir deste momento o tratamento passa a ser especializado:

. Administrar inmunoglobulina rábica em doses de 20 Ul por kg de peso corporal por via intramuscular.
. Vacina anti-rábica por via intramuscular em região deltoidea e não nos glúteos.
   . Pauta abreviada:
      . Dia 0: Uma dose no braço direito e outra dose no braço esquerdo.
      . Dia 7: Uma dose
      . Dia 21: Uma dose

Prevenção:

Evitar pegar ou tocar em morcegos.







Ratos

Os ratos pertencem à ordem rodentia e à família dos muroides. Convém frisar que possuem uma boca muito poderosa e os seus dentes incisivos crescem continuamente, tendo os ratos, necessidade de roer constantemente.


Convém evitar o contacto com os ratos, pois transmitem imensas doenças, como a Peste Bubónica com intervenção da pulga do rato, Pseudotubercolose, Tularemia, Leptospirose (também conhecida por doença de Well, que é transmitida pela urina dos ratos), Raiva, Salmonelose, febre por mordedura de rato, Carbunco, Brucelose, infecções por microbactérias, Helmintiase, Triquinose, Melioidose.





Se não incomodarmos os ratos, estes não atacam, no entanto se ao fugirem se afastarem muito da sua toca, chegará um momento que decidem dar a volta para trás, passarão ao nosso lado mas não atacarão.

Leptospirose

É transmitido pelas mucosas e feridas na pele. O período de incubação vai de cindo dias a duas semanas, pelo que convém andar atentos aos sinais e sintomas durante este período após o contacto.

Sinais e sintomas:
. Cefaleia frontal muito intensa.
. Dores musculares.
. febre acima de 40ºC.
. Vómitos.
. Alterações hepáticas, renais e cardíacas.
. Morte se não for tratado

Raiva

Também afecta o sistema nervoso. O contágio é feito por mordedura de animais, sobretudo ratos que são utilizados como hóspedes pelo vírus que provoca a doença.

Sinais e sintomas:

. Infecção da ferida.
. hidrofobia.
. irritação.
. Depressão.
. Morte por insuficiência cardíaca ou respiratória.

Tratamento:

. Vacinação.



                                                                                                                       (continua...)

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