Plantas que têm ocasionado mais casos de intoxicação e
envenenamento na Peninsula Ibérica
Ainda no âmbito do tema das intoxicações e envenenamentos, vamos de
seguida abordar algumas plantas venenosas predominantes na Peninsula Ibérica e
que têm ocasionado casos de intoxicação e envenenamento no decorrer dos últimos
anos. Concerteza que algumas delas vos serão familiares, no entanto nem todos
saberão que possuem características prejudiciais. Esperamos desta forma
conseguir esclarecer algumas dúvidas e alertar para terem cuidado nas próximas
incursões à montanha.
Aconitum Napellus (azul) e
Luparia (amarelo), acónito – Encontram-se frequentemente nos Pirinéus.
O princípio activo mais importante do Acónito é a aconitina, o mais tóxico de
todos os alcaloides. Uma dose de 1mg pode ser fatal. Sabe-se de vários casos
ocorridos, como o caso de uns pastores de Setcases (Pirinéu Oriental) que ao
assarem uns pássaros utilizando paus de acónito faleceram no acto. Existe
também o caso de uma companhia de paraquedistas franceses que em 1960 faleceram
durante uns exercícios de sobrevivência no Pirinéu Central quando comeram raízes
de acónito ou ainda o caso de uma família que confundiu o acónito com outra
planta silvestre chegando a falecer alguns membros dessa família apesar da
rapidez do socorro e tratamento. Os efeitos desta planta são fulminantes,
constando-se que 3 mg projectados contra o olho de um cavalo são suficientes
para o matar.
Sinais e sintomas:
. 5 a 25 minutos após ingestão: formigueiro na boca e lábios que se
alastra pelo corpo.
. Distúrbios de audição, olfacto e paladar, espirros.
. Prostração, vómitos, dor de cabeça, palidez.
. Pulso fraco e rápido, arritmias, engasgamento, frio.
. Paralisia, coma, morte entre 5 a 65 horas devido a paragem cardíaca.
Tratamento:
. Transporte para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade respiratória.
. Lavagem gástrica com administração posterior de carvão activado também
conhecido como carvão vegetal.
. Perfusão de soro fisiológico (equipas de resgate).
Atropa Belladona – É
uma planta bonita com caule ramificado que forma uma mata espessa e que cresce
normalmente na borda dos bosques de folha larga, entre escombros e em locais
abandonados. São conhecidos casos de intoxicação por serem confundidas as suas
bagas de cor escura com arándonos. A ingestão de 3 bagas pode ser fatal. O
alcaloide principal é a hiosciamina e em menor proporção a atropina e
escopolamina.
Sinais e sintomas:
. Náuseas e vómitos.
. Pele e mucosas secas (boca e olhos), vermelhidão da face, midríase
(pupila dilatada), confusão, delírio, agitação, coma.
. Taquicardia.
. Morte.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade respiratória.
. Lavagem gástrica com administração posterior de carvão activado
também conhecido como carvão vegetal.
. Tratamento sintomático.
. Administração de antidoto: fisostigmina 1.2 mg em 1-2 minutos que
pode ser repetido até que diminuam os sintomas de agitação. Se reaparecerem os
sintomas, pode-se administrar em perfusão contínua (2 mg em 500 cc de soro
glicosado 5% em 12 horas) ou em pastilhas
de 0,2 – 0,5 mg por via EV lenta em 5 minutos, podendo-se repetir esta dose
passados 30 minutos se persistirem os sintomas neurológicos. A dose máxima é de
4 mg/hora. Efeitos secundários: bradicardia, hipotensão, convulsões. Se se
manifestarem estes efeitos secundários, podem-se contrariar com atropina em
doses de 0,5 mg por cada mg de fisostigmina (efectuado por Equipas de resgate e
socorro especializadas).
Bryonia Dioica (Nabo do
Diabo, Erva Papeira) – É uma planta vivaz cujo fruto é uma baga de cor
vermelha. Cresce na margem das florestas . Contem um glucósido chamado
brionina. A ingestão de 15 bagas pode matar uma criança e a ingestão de 40
bagas pode matar um adulto.
Sinais e sintomas:
. Náuseas, vómitos, diarreia sanguinolenta.
. Cólicas, convulsões, coma, morte.
. O suco da planta pode produzir lesões na pele.
Tratamento:
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com charope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado
. Tratamento sintomático.
Colchicum autumnale (Narciso
de Outono) – É uma planta herbácia que contém dois alcaloides. Cresce
nos prados dos Pirinéus. A ingestão de 5 a 10 sementes pode ser mortal,
costuma-se chamar arsénico vegetal.
Sinais e sintomas:
. Período de latência: 2 a 6 horas.
. Ardor na boca, enjoo, vómitos, dor abdominal, diarreia
sanguinolenta.
. Dor de cabeça, cólicas, delírio, convulsões.
. Taquicardia, hipotensão.
. Morte em 90% dos casos.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado
. Tratamento sintomático.
Conium Maculatum (Cicuta,
Cegude) – Cresce nas bermas dos caminhos. Contém diversos alcaloides. A
intoxicação ocorre por se confundir as suas folhas com Perejil ou a sua raíz
com Chirivia. O seu odor desagradável ajuda a fazer a diferenciação correcta. A
sua toxicidade é muito conhecida pelo facto de ter sido a causa da morte do
filósofo Sócrates. São conhecidos casos de pessoas que morreram após comerem
perdizes que haviam comido Cicuta.
Sinais e sintomas:
. Ardor na boca, enjoo, vómitos e diarreia.
. Midriase (dilatação pupilar), dificuldade visual, alucinações, dores
musculares, paralisia progressiva.
. Insuficiência renal. A urina solta um odor característico de
amêndoas amargas.
. Morte devido a paragem respiratória em 3 a 4 horas. Se for tratado a
tempo, a mortalidade é inferior a 10%.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Diurese forçada.
. Tratamento sintomático.
Coriaria Myrtifolia
– É um arbusto que cresce nas margens. O seu fruto é uma baga de cor
avermelhada que contém a glucoside coriamirtina. A intoxicação ocorre por ser
confundida com a Amora, como aconteceu com oito crianças da povoação de
Terrassa, em que um deles faleceu. São conhecidos casos de intoxicação devido à
ingestão de caracóis e perdizes que tinham ingerido estas bagas. A ingestão de
15 a 20 bagas pode ser fatal para um adulto.
Sinais e sintomas:
. Período de latência entre 30 a 120 minutos.
. Náuseas, vómito, diarreia sanguinolenta, boca seca.
. Vertigens, cefaleia, agitação, convulsões de 5 a 10 minutos de
duração e que se repetem a cada 10 ou 30 minutos, coma.
. Dispneia (falta de ar).
. Morte devido a paragem cardíaca em 15% dos casos.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Diurese forçada.
. Se estiver com convulsões pode-se administrar diazepan (equipas de
resgate e saúde especializadas).
. Tratamento sintomático.
Daphne mezereum – É
um arbusto que produz uma baga vermelha. Encontra-se em bosques de abetos e
carvalhos. A intoxicação é devido à confusão que se faz com as groselhas. A
ingestão de 10 a 15 bagas pode matar uma criança.
Sinais e sintomas:
. Ardor na boca, dor abdominal, náuseas e diarreia.
. Febre, vertigens, falta de ar.
. Morte em 30% dos casos.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Tratamento sintomático.
Datura Stramonium
(Estramonio) – Planta herbácea que cresce nas margens dos rios e em
taludes. O alcaloide principal é l-hiosciamina e em menor proporção atropina e
escopolamina. A ingestão de cerca de 20 sementes pode ser mortal.
Sinais e sintomas:
. Náuseas, vómitos.
. Secura da pele e mucosas (boca, olhos), vermelhidão da cara,
midríase, confusão, delírio, agitação, coma.
. Taquicardia.
. Morte.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Antídoto: fisosrigmina 1-2 mg em 1-2 minutos que se poderá repetir
até que estabilizem os sintomas de agitação. Se reaparecerem estes sintomas,
pode-se administrar em perfusão contínua (2 mg em 500 cc de soro glicosado 5%
em 12 horas) ou em pastilhas de 0,2 – 0,5 mg por via EV lenta em 5 minutos,
podendo-se repetir esta dose passados 30 minutos se persistirem os sintomas
neurológicos. A dose máxima é de 4 mg/hora. Efeitos secundários: bradicardia,
hipotensão, convulsões. Se surgirem estes efeitos secundários, podem-se
contrariar com atropina em doses de 0,5 mg por cada mg de fisostigmina.
(equipas de resgate e socorro especializadas).
Hedera Helix (Hédera)
– É uma videira que se pode encontrar em todo o género de habitats florestais,
rochosas, etc. A sua toxicidade é derivada do alto conteúdo de saponósidos. O
fruto contém uma glucoside e um alcaloide e as folhas contém cristais de
oxalato cálcico. Entre 1976 e 1981 registaram-se 50 casos de intoxicação, tendo
sido alguns deles fatais. A dose fatal para uma criança é de 3 bagas.
Sinais e sintomas:
. Prostração, febre, diarreia, vómitos.
. Espasmos musculares, convulsões, paralisia, coma.
. Morte devido a paragem respiratória.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com charope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Tratamento sintomático.
Lonicera Xylosteum
(Madresilva) – É um arbusto que produz bagas vermelhas. Cresce próximo
e nos limites dos bosques. Os sintomas aparecem
a partir da ingestão de 30 bagas.
Sinais e sintomas:
. Vómitos e diarreia.
. Arritmias, convulsões, coma, morte.
Tratamento:
. Evacuação para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Tratamento sintomático.
Nerium Oleander (Loendro,
Adelfa) – É um arbusto rico em glucósides. Encontra-se em torrentes do
litoral mediterrâneo meridional.
Sinais e sintomas:
. Náuseas, vómitos, diarreia por vezes sanguinolenta, dor abdominal.
. Dor de cabeça, alterações de equilíbrio, sonolência, coma.
. Arritmias cardíacas. Paragem cardíaca.
Tratamento:
. Evacuação da vítima para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Antídoto: Pode ser útil a administração de fragmentos de FAB
purificados de anticorpos antidigoxina em doses de 80-120 mg EV em 20 segundos
após ter efectuado a prova de sensibilidade cutânea.
. Tratamento sintomático.
Ricinus Communis (Figueira
Infernal, Erva dos Carrapatos) – É um arbusto. O alcaloide principal é
a ricina, potente inibidor da síntese proteica. A mastigação de 3 sementes numa
criança ou 10 sementes num adulto pode provocar a morte. Numa análise de 424
casos registou-se uma mortalidade global de 8%.
Sinais e sintomas:
. Náuseas, vómitos, diarreia coleriforme, dor abdominal.
. Convulsões, destruição de células hepáticas, hemólise, insuficiência
renal.
Tratamento:
. Evacuação da vítima para um centro hospitalar.
. Adoptar medidas para manter a actividade cardiorrespiratória.
. Induzir o vómito com xarope de Ipeca ou lavagem gástrica com
administração posterior de carvão activado.
. Tratamento sintomático.
Urtica Urens e Urtica Dioica
(urtiga) – É uma planta herbácea com pelos urticantes.
Sinais e sintomas:
. O contacto com a pele provoca dor e urticária.
. A sua ingestão pode originar salivação abundante, vómitos e
arritmias.
Tratamento:
. Lavar com água abundantemente.
. Pode-se administrar um anti histamínico (Cetirizina, Ebastina,
Loratadina) ou um corticóide tópico (hidrocortisona 1%).
Intoxicação por setas
Nos últimos 10 anos conhecem-se 2 casos de falecimento motivados por
intoxicação por setas na Catalunha e nos últimos anos registaram-se 52 casos de
intoxicação.
Estas intoxicações ocorrem no Outono, normalmente ao confundirem-se
espécies comestíveis com as tóxicas. Estas intoxicações classificam-se em dois
grupos, em função do seu período de incubação:
. Inferior a 6 horas.
. Entre 6 horas e 3 dias (mais graves, pois podem lesar órgãos
vitais).
Digitalis Purpurea (Dedaleira)
– É uma planta que possui flor arroxeada em forma de dedal, em cachos crescendo
todas as flores junto do extremo do caule, pertence à família da escrofulária e
mede de 60 cm a 1,20 metro de altura. É designada como perigosa. É comum
desabrochar na Primavera e permanecer durante todo o Verão. As folhas longas,
aveludadas, lanceoladas e ovais saem do caule da planta. É composta por
numerosos cardiotónicos como a digitalina, digoxina e digitoxina. É uma planta
que cresce de Norte a Sul de Portugal e em doses elevadas, pode provocar
fibrilação cardíaca. O envenenamento surge devido à sucção das flores ou
ingestão das sementes, caule ou folhas da planta. Existem estudiosos que
afirmam que a infusão de apenas uma pequena parte de uma folha (cerca de 10g)
pode causar a morte de um adulto.
Sinais e sintomas:
. Visão desfocada, urticária, vómitos, diarreia, náuseas, dor de
estômago. Ritmo cardíaco irregular ou lento, pressão arterial baixa, fraqueza,
sonolência ou confusão, dor de cabeça, depressão e eventualmente desmaio.
Tratamento:
. Providenciar a evacuação para o centro hospitalar mais próximo.
Datura Suaveolens L.
(Trombeteira) – É uma planta cultivada como ornamento que eventualmente
escapa do cultivo tornando-se invasora e planta daninha tóxica que ocupa
terrenos baldios e áreas húmidas. É facilmente distinguida pelas grandes flores
pendulares com corola infundibuliforme, lacínias longamente caudadas e quatro
estames com filetes longos e pilosos próximo da base e com anteras laminares.
Os princípios activos desta planta são alcalóides beladonados (atropina,
escopolamina e hioscina). Embora em Portugal practicamente não existam registos
de envenenamento por plantas, existe um registo de que no dia 16 de Agosto de
2006 durante uma simples experiência entre jovens amigos ao fazer uma infusão
com esta planta, o que infelizmente terminou em tragédia. Três rapazes na idade
da inocência, ingeriram o vulgo “chá-do-diabo” e um deles foi traído pelo
veneno da Trombeteira, acabando por falecer. Esta planta está classificada na
classe das tóxicas.
Sinais e sintomas:
. Vómitos, náuseas, boca seca, pele seca, dilatação pupilar, rubor da
face, hipertermia, taquicardia, distúrbios comportamentais, confusão mental,
agitação, depressão neurológica, coma, distúrbios cardiovasculares e
respiratórios, e nos casos mais graves pode culminar em morte.
Tratamento:
. Providenciar a evacuação para o centro hospitalar mais próximo.
Técnicas utilizadas no tratamento das intoxicações por
vegetais
Técnica de lavagem gástrica
(a nível hospitalar)
. Em pessoas inconscientes deve-se proteger a via aérea através de
entubação endobronquial.
. Antes da lavagem deve-se fazer aspiração gástrica.
. Utilizam-se sondas de grande calibre com buracos na ponta para
evitar a obturação ao recuperar restos sólidos.
. O paciente coloca-se em decúbito lateral esquerdo e em posição de
Trendelenburg.
. Introduz-se de cada vez 300 ml de água ou soro fisiológico a 45ºc de
temperatura e repete-se a aspiração 10 vezes até o líquido saír claro.
Carvão activado
. O carvão activado tem uma elevada capacidade de absorção e portanto
pode reduzir a passagem das substâncias tóxicas desde o estômago para o sangue.
. Apenas é eficiente quando se administra poucos minutos depois da
ingestão do tóxico. Se for administrado uma hora depois da ingestão do tóxico
ou quando o estômago contém comida, a sua eficácia é reduzida.
. Está contra-indicado quando existe risco de aspiração pulmonar ou
quando se tem intenção de administrar posteriormente um antídoto ou xarope de
ipeca para provocar o vómito, pois o carvão irá eliminar o antídoto ou o xarope
de ipeca.
. Doses: 50 gramas de carvão activado em 300 ml de água. No caso de
produtos muito tóxicos deve-se juntar 25 gramas de sulfato de sódio.
. Em tóxicos de circulação enterhepática deve-se administrar 50
gramas de carvão activado em 15 ml de
água a cada duas horas, até um máximo de 10 doses. As 3 primeiras doses
misturam-se com 25 gramas de sulfato sódico.
. Em crianças administra-se a metade desta dose.
Indução do vómito
. Apenas é eficaz nas primeiras horas que se seguem à ingestão do
tóxico.
. Está contra-indicado em pessoas inconscientes.
. Utiliza-se o xarope de ipeca em doses de 30 ml com 250 ml de água
morna em adultos ou 20 ml com 200 ml de água morna em crianças de 5 a 12 anos.
. Se forem administrados 150-200 ml de líquidos antes ou depois do
xarope, aumentam as possibilidades de provocar o vómito.
. Se o vómito não ocorrer em cerca de 20 ou 30 minutos, pode-se
repetir a dose. Se após 5 minutos de administrar a segunda dose, não ocorrer o
vómito, será necessário efectuar uma lavagem gástrica.
Tratamento caseiro de
emergência para situações de envenenamento
. Quando suspeitar de envenenamento por plantas, deve-se induzir o
vómito.
. Em alternativa, faz-se um antídoto, misturando chá e carvão com uma
parte igual, se tiver disponível, de leite de magnésio. O carvão absorve o
veneno e leva-o para fora do corpo.
. Quando os venenos fazem reacção com a pele, deve-se lavar a pele,
retirando o veneno, com água e sabão, e tirar a roupa envenenada.
. Quando os venenos são inalados, desloca-se o paciente para o ar
fresco, desaperta-se as roupas e aplica-se respiração artificial (utilizando
algum tipo de filtro para colocar na via aérea devido a possível intoxicação de
quem presta o socorro).
Tratamento caseiro para
situações Nettles urticante (urtigas)
Quando se toca nesta planta roça-se a pele nos seus pelos minúsculos e
a pele começa a queimar, a dar comichão e a inchar. Pode-se preparar um remédio
caseiro rapidamente para reduzir o desconforto causado pelo ardor originado por
esta planta.
. Corta-se um pedaço de fita adesiva, cerca de 6 cm de comprimento.
Aplica-se a fita adesiva sobre a pele afectada e de seguida retira-se a fita. A
fita adesiva remove os pelos minúsculos cravados na pele. Repete-se a operação
com a fita adesiva se for necessário.
. Adiciona-se 1/4 de chávena de bicarbonato de sódio para uma tigela
pequena. Adiciona-se água em pequenas quantidades, misturando lentamente até
formar uma pasta.
. Aplicar a pasta directamente no local onde a urtiga esteve em
contacto com a pele. Permitir que esta pasta penetre na pele até que a sensação
ardente ou a comichão pare.
. Limpar a pasta de bicarbonato de sódio da pele. Aplicar de seguida
uma leve camada de anti-histamínico creme para reduzir a vermelhidão e o
inchaço.
No caso de não ter bicarbonato de sódio, pode utilizar vinagre
misturado em partes iguais com água e esfregar esta solução sobre a pele. Pode
ainda esfregar gengibre fresco e alho na pele irritada, como outra alternativa.
Mel ou sumo de limão ajudam a aliviar o desconforto.
Se estiver numa caminhada e não possuir nenhum destes elementos à mão,
pode procurar Jewelweed ou as unidades de bloqueio enrolado, que geralmente
crescem perto das urtigas. Esfregar essas plantas na pele ardente também traz
algum alívio.
As plantas venenosas proliferam em qualquer canto, a povoar um jardim,
no campo, na montanha e no entanto passamos por elas constantemente,
indiferentes ao perigo que elas representam.
São efectivamente, poucas as plantas que matam, mas as que o fazem,
fazem-no sem dó nem piedade.
Os cientistas e os estudiosos defendem que “as plantas existem para
dar beleza a um determinado espaço. Se não se conhecer a planta, estuda-se e não
se prova”.
Não podemos atribuir apenas características maléficas às plantas, pois
embora neste artigo apenas falemos nesse aspecto, muitas destas plantas aqui
abordadas têm demonstrado óptimos resultados medicinais quando tomadas nas
devidas quantidades e com as devidas precauções e acompanhamento especializado.
As plantas curam as pessoas desde os primórdios. O Homem quis aproveitar as
vantagens da natureza e conseguiu fazer com que muitas plantas obtivessem um
fim terapêutico.
Apesar das tentativas, é impossível fazer uma estatística
incontestável das plantas mais venenosas.
Primeiro, porque o efeito da toxina varía muito de pessoa para pessoa,
sendo que as vítimas mais resistentes podem ter apenas vómitos ou outras
reacções menos graves, no entanto as mais fracas podem morrer.
Segundo, porque a quantidade de veneno capaz de causar problemas ao
ser humano, varia de planta para planta.
Terceiro, porque existem várias formas de contágio: comendo a planta,
tendo contacto pela pele e até cheirando o perfume que a planta exala.
A morte pode ser evitada, se as pessoas estiverem cientes de que as
plantas desconhecidas podem matar.
Seja por curiosidade, ou seja por desconhecimento, não arrisque, pois
poderá ser a ultima coisa que fará.
“Tudo é veneno e nada é veneno, é a dose que
faz o veneno – Paracelso”
Boas caminhadas
parabéns! Muito lindo,didático.
ResponderEliminarRecomendo procurar o Professor Carlos Tokarnia na UFRRJ para engrandecer ainda mais o trabalho, por ser ele, o maior especialista em plantas toxicas no mundo. - Creio que será engrandecedor conhecer tal grande cientista,simples,acessível e sábio.