Seis associados do Clube de Montanhismo de Braga, Paulo Costa, Amadeu
Barros, Vitor Veloso, Manuel Martins, Paulo Soares e Cláudio Ribeiro,
deslocaram-se para os Alpes Apeninos no passado dia 25 de Julho de 2014, para
aí tentarem conquistar alguns dos cumes mais emblemáticos do maciço do Monte
Rosa (segundo ponto mais alto da Europa Ocidental e o mais alto dos denominados
Alpes Apeninos e artilhado pela Itália e pela Suíça).
Antevinha-se como uma aventura cansativa e que contemplava algumas
dificuldades. Para além dos perigos naturais, como sejam as possibilidades de avalanches,
a travessia de glaciares e de arestas, teriam ainda que contar com a
instabilidade meteorológica própria das montanhas mais altas, associadas a
baixas temperaturas.
Naquele dia 25 de Julho de 2014, pelas 21:30h o grupo partiu de Braga,
fazendo a deslocação em automóvel, chegando a Cervínia, já em Itália, no dia 26
de Julho, cerca das 20h. Nessa localidade ficou o Cláudio Ribeiro que tinha a
intenção de fazer a ascensão do emblemático Cervino (designado do lado suíço
por Matterhorn). De seguida, os restantes cinco associados deslocaram-se para a
povoação italiana de Stafal onde improvisaram a respectiva pernoita.
No dia seguinte despertaram cedo e apanharam o teleférico que os transportaria
para o maciço do Monte Rosa.
O dia apresentou-se com o céu limpo, e prometia boas condições para a subida
da montanha. A ascensão para a “Punta Giordani”, local eleito para a actividade
desse primeiro dia, veio a revelar-se extremamente cansativa, devido ao facto
de o grupo não estar aclimatado à altitude, e além disso, porque as mochilas
apresentavam-se muito pesadas, dado que iam preparados para ficar na montanha
por 3 dias.
No decorrer da subida, o tempo começou a fechar e o grupo ficou
envolvido por um espesso manto de nevoeiro.
No entanto, ao fim de algumas horas, todos conseguiram alcançar o cume
do “Punta Giordani”, situado a 4.046 metros de altitude. Aí chegados cuzaram-se
cum um grupo de Italianos que tinha alcançado aquele ponto quase em simultâneo,
e com a habitual entreajuda nestas situações foram tiradas as fotos da praxe. Em
conversa com esse grupo, ficou-se a saber que tinha acabado de falecer um
montanhista que escalava numa aresta que conduzia aquele mesmo local, em
virtude de uma queda, o que fez redobrar os cuidados e a apreensão de todos.
O grupo iniciou depois a descida, com cautelas, e sempre envoltos por
um denso nevoeiro. Optou-se então por descer para a povoação de Stafal, dado
que avizinhava-se mau tempo e seria insensato serem apanhados por este no cimo
da montanha.
Os dois dias seguintes foram passados num parque de campismo situado na
localidade de Gressoney–Saint-Jean, onde a chuva foi uma companheira constante.
No dia 29 de Julho, juntou-se ao grupo o Manuel Silva, actualmente radicado na
Suíça bem como Cláudio Ribeiro, que tinha tentado, entretanto, mas sem sucesso
(devido às más condições meteorológicas), a ascensão do emblemático Cervino.
No dia 30 de Julho, as previsões
meteorológicas anunciavam uma melhoria das condições de tempo e o grupo, agora composto
por sete elementos, tentou novamente a sua sorte, voltando a subir à montanha.
O dia começou com bom tempo, o que permitiu ascender
até ao refúgio Gnifetti, situado a 3.640 metros de altitude. Neste ponto o
tempo começou novamente a fechar, o vento aumentou de intensidade e a
temperatura baixou consideravelmente, pelo que o grupo optou por tentar
arranjar dormida no refúgio, para tentarem subir aos cumes mais altos no dia
seguinte, caso o tempo muda-se para melhor.
Infelizmente o refúgio estava com
capacidade esgotada e foi também dada a informação de que não era permitido
montar tendas nas suas imediações. Aguardou-se por ali por algumas horas,
sempre na expectativa de que alguém cancelasse a pernoita no refúgio.
Entretanto verificou-se que alguns grupos tentavam subir mais um pouco, mas que
regressavam ao fim de 15 a 20 minutos, desiludidos e informando que era muito
difícil subir mais, devido às condições do terreno (muita neve acumulada pela
precipitação dos dias anteriores) e meteorológicas.
Perante este cenário, revelava-se
insensato tentar subir mais, pelo que foi decidido abortar a actividade e
regressar à base.
O grupo desceu da montanha e ainda
no final desse dia deslocou-se para Xamonix para matar saudades das vistas do
Monte Branco para iniciarem a viagem de regresso a casa, o que acabou por se
verificar no passado dia 02 de Agosto.
Não deixou de constituir mais um
sucesso para o Clube de Montanhismo de Braga, que mais uma vez honra a sua
cidade natal, uma vez que o grupo foi dando-a a conhecer junto dos diversos
alpinistas e “indígenas” com que se foi cruzando.
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