Condições raras causadas pela altitude
Devemos estar
conscientes de que existem outras condições médicas relacionadas com a
altitude.
A primeira, é o mal crónico de altitude, que se
desenvolve em residentes saudáveis após meses e anos em altitude. O mal crónico
de altitude caracteriza-se por policitemia (condição na qual existe um número
anormalmente alto de glóbulos vermelhos), entorpecimento, fraqueza, alterações
do sono, cor azulada da pele (cianose) e alteração do estado mental.
A hipoventilação
(diminuição da quantidade de ar que entra e sai dos pulmões durante a
respiração) está presente e supõe-se que é a causa de tudo isto. A recuperação
acontece lentamente após a descida da montanha, sendo uma condição que pode
originar deficiência ou até a morte.
As hemorragias retinianas de grande altitude,
são resultado de uma lesão pouco comum na retina do olho. Estas hemorragias têm
consequências pouco importantes, a menos que apareçam em determinadas partes do
olho (por exemplo na mácula – pequena área ao centro do olho). A causa é
provavelmente a mesma que a do mal de altitude e do edema cerebral.
A incidência das
hemorragias da retina está directamente relacionada com a altitude:
desconhecem-se casos abaixo dos 3.000 metros, mas praticamente todos os
alpinistas já experimentaram esta situação acima dos 6.700 metros. A hemorragia
da retina acontece geralmente desapercebidamente e não tem tratamento ou
prevenção específicos, porque também se cura de forma espontânea no espaço de
uma ou duas semanas. É desconhecido o motivo exacto desta situação, no entanto
a maioria dos entendidos na matéria acreditam que, aumentos repentinos da
pressão enquanto se executam exercícios, originam rupturas nos capilares
retinianos.
Ainda que existam
poucos dados disponíveis, os problemas médicos que pudessem existir antes, têm
grande influência no que pode ocorrer aos que vão para grandes altitudes.
Por exemplo, as
pessoas com doenças pulmonares podem sofrer alta pressão sanguínea, uma
deterioração na difusão de O2 e CO2 e uma hipoxia exagerada. É desconhecido o
risco da exposição à altitude por parte das pessoas com doenças da artéria
coronária. No entanto é reconhecido que a hipoxia pode originar espasmos nas
artérias que alimentam o coração, pelo que essas pessoas podem correr riscos
maiores. Sabe-se que as pessoas com insuficiência cardíaca congestiva deveriam
evitar a exposição à altitude (acima dos 2.000 metros), porque é provável que
retenham líquidos e desenvolvam uma hipoxia grave.
Para a semana
voltaremos a este tema, até lá…
Boas caminhadas
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