27 agosto 2014

Altitude: o ambiente hipobárico da Terra (12)




Condições raras causadas pela altitude

Devemos estar conscientes de que existem outras condições médicas relacionadas com a altitude.





A primeira, é o mal crónico de altitude, que se desenvolve em residentes saudáveis após meses e anos em altitude. O mal crónico de altitude caracteriza-se por policitemia (condição na qual existe um número anormalmente alto de glóbulos vermelhos), entorpecimento, fraqueza, alterações do sono, cor azulada da pele (cianose) e alteração do estado mental.





A hipoventilação (diminuição da quantidade de ar que entra e sai dos pulmões durante a respiração) está presente e supõe-se que é a causa de tudo isto. A recuperação acontece lentamente após a descida da montanha, sendo uma condição que pode originar deficiência ou até a morte.





As hemorragias retinianas de grande altitude, são resultado de uma lesão pouco comum na retina do olho. Estas hemorragias têm consequências pouco importantes, a menos que apareçam em determinadas partes do olho (por exemplo na mácula – pequena área ao centro do olho). A causa é provavelmente a mesma que a do mal de altitude e do edema cerebral.





A incidência das hemorragias da retina está directamente relacionada com a altitude: desconhecem-se casos abaixo dos 3.000 metros, mas praticamente todos os alpinistas já experimentaram esta situação acima dos 6.700 metros. A hemorragia da retina acontece geralmente desapercebidamente e não tem tratamento ou prevenção específicos, porque também se cura de forma espontânea no espaço de uma ou duas semanas. É desconhecido o motivo exacto desta situação, no entanto a maioria dos entendidos na matéria acreditam que, aumentos repentinos da pressão enquanto se executam exercícios, originam rupturas nos capilares retinianos.





Ainda que existam poucos dados disponíveis, os problemas médicos que pudessem existir antes, têm grande influência no que pode ocorrer aos que vão para grandes altitudes.





Por exemplo, as pessoas com doenças pulmonares podem sofrer alta pressão sanguínea, uma deterioração na difusão de O2 e CO2 e uma hipoxia exagerada. É desconhecido o risco da exposição à altitude por parte das pessoas com doenças da artéria coronária. No entanto é reconhecido que a hipoxia pode originar espasmos nas artérias que alimentam o coração, pelo que essas pessoas podem correr riscos maiores. Sabe-se que as pessoas com insuficiência cardíaca congestiva deveriam evitar a exposição à altitude (acima dos 2.000 metros), porque é provável que retenham líquidos e desenvolvam uma hipoxia grave.






Para a semana voltaremos a este tema, até lá…





Boas caminhadas

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