Edema Cerebral
Como foi mencionado no
artigo anterior, o mal de altitude está relacionado com o inchamento do
cérebro. O edema cerebral parece ser uma forma extrema do mal de altitude que
inclui perda de conhecimento. A diferença entre estas duas afecções motivadas
pela altitude não está clarificada.
A progressão desde um
mal de altitude moderado, até originar a perda de conhecimento pode ocorrer num
curto espaço de tempo como 12 horas, mas normalmente tarda cerca de 3 dias até
ocorrer. O edema cerebral pode ser fatal se não for tratado. A incidência de
edema cerebral é pequena, aproximadamente cerca de 1% das pessoas expostas a
uma hipoxia hipobárica atinge este nível. Na maioria dos casos, o edema
cerebral ocorre seguidamente a um edema pulmonar.
As pressões elevadas
dentro da medula e do crâneo, originam
deslocações de líquidos. Estes podem ser diagnosticados através de tomografia
axial computorizada (TAC) e através de ressonância nuclear magnética. Os
sintomas mais comuns incluem, mudança de consciência e falta de coordenação em
grandes grupos musculares (ataxia), estes detalhes podem ser usados para diferenciar
os edemas cerebrais do mal de altitude (ver a tabela do artigo anterior). Ao
primeiro sinal desses dois detalhes, deve-se começar a descer a montanha
imediatamente e administrar dexametasona e oxigénio suplementar. É normal que
as complicações durem durante algumas semanas. A prevenção do edema cerebral é
idêntica à do mal de altitude.
Edema Pulmonar
O edema pulmonar
ocorre em pessoas que vivem ao nível do mar e que fazem grandes ascensões
rápidas sem fazer aclimatação. As principais pessoas susceptiveis de sofrer
deste mal, são os homens mais novos, saudáveis e activos. O Edema pulmonar pode
ocorrer entre 12 e 96 horas após uma ascenção rápida de montanha. Da mesma
forma que o edema cerebral, o edema pulmonar pode originar uma situação
desesperada e dramática e acabar por ser fatal ao fim de 12 horas se não for
tratado.
Os sintomas do edema
pulmonar estão descritos na tabela do artigo anterior. Frequentemente também
estão presentes nestes casos, os sintomas de mal de altitude (principalmente
náuseas e dor de cabeça. Os casos menos graves de edema pulmonar podem ser
tratados com repouso numa cama e oxigénio suplementar no próprio local. Os
casos mais graves necessitam de uma descida urgente da montanha, o que é
bastante eficaz, e de medicação.
Existem estudos
médicos que demonstram que a maioria das pessoas acumulam uma pequena
quantidade de excesso de líquido nas paredes dos alvéolos quando sobem a
altitudes. Em algumas pessoas, o líquido acumula mais e gruda-se aos alvéolos,
fazendo com que o edema pulmonar seja clinicamente óbvio. Existe uma pequena
percentagem de pessoas que são muito propensas a ter edema pulmonar e podem
chegar a ter até 10 ataques deste problema ao longo da sua vida, no entanto não
se sabe porque ocorre isto.
As medidas que
previnem o edema pulmonar, incluem as seguintes: ascender lentamente, escalar e
dormir em altitudes baixas, limitar a actividade física, evitar exposição ao
frio e passar o mínimo tempo possível em altitude. Em pessoas com um historial
de edemas pulmonares, a acetazolamida pode ser útil.
Para a próxima semana
voltaremos a dar continuidade a este tema, até lá…
Boas caminhadas
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