20 agosto 2014

Altitude: o ambiente hipobárico da Terra (11)




Edema Cerebral

Como foi mencionado no artigo anterior, o mal de altitude está relacionado com o inchamento do cérebro. O edema cerebral parece ser uma forma extrema do mal de altitude que inclui perda de conhecimento. A diferença entre estas duas afecções motivadas pela altitude não está clarificada.





A progressão desde um mal de altitude moderado, até originar a perda de conhecimento pode ocorrer num curto espaço de tempo como 12 horas, mas normalmente tarda cerca de 3 dias até ocorrer. O edema cerebral pode ser fatal se não for tratado. A incidência de edema cerebral é pequena, aproximadamente cerca de 1% das pessoas expostas a uma hipoxia hipobárica atinge este nível. Na maioria dos casos, o edema cerebral ocorre seguidamente a um edema pulmonar.





As pressões elevadas dentro da medula e do crâneo,  originam deslocações de líquidos. Estes podem ser diagnosticados através de tomografia axial computorizada (TAC) e através de ressonância nuclear magnética. Os sintomas mais comuns incluem, mudança de consciência e falta de coordenação em grandes grupos musculares (ataxia), estes detalhes podem ser usados para diferenciar os edemas cerebrais do mal de altitude (ver a tabela do artigo anterior). Ao primeiro sinal desses dois detalhes, deve-se começar a descer a montanha imediatamente e administrar dexametasona e oxigénio suplementar. É normal que as complicações durem durante algumas semanas. A prevenção do edema cerebral é idêntica à do mal de altitude.






Edema Pulmonar

O edema pulmonar ocorre em pessoas que vivem ao nível do mar e que fazem grandes ascensões rápidas sem fazer aclimatação. As principais pessoas susceptiveis de sofrer deste mal, são os homens mais novos, saudáveis e activos. O Edema pulmonar pode ocorrer entre 12 e 96 horas após uma ascenção rápida de montanha. Da mesma forma que o edema cerebral, o edema pulmonar pode originar uma situação desesperada e dramática e acabar por ser fatal ao fim de 12 horas se não for tratado.





Os sintomas do edema pulmonar estão descritos na tabela do artigo anterior. Frequentemente também estão presentes nestes casos, os sintomas de mal de altitude (principalmente náuseas e dor de cabeça. Os casos menos graves de edema pulmonar podem ser tratados com repouso numa cama e oxigénio suplementar no próprio local. Os casos mais graves necessitam de uma descida urgente da montanha, o que é bastante eficaz, e de medicação.





Existem estudos médicos que demonstram que a maioria das pessoas acumulam uma pequena quantidade de excesso de líquido nas paredes dos alvéolos quando sobem a altitudes. Em algumas pessoas, o líquido acumula mais e gruda-se aos alvéolos, fazendo com que o edema pulmonar seja clinicamente óbvio. Existe uma pequena percentagem de pessoas que são muito propensas a ter edema pulmonar e podem chegar a ter até 10 ataques deste problema ao longo da sua vida, no entanto não se sabe porque ocorre isto.





As medidas que previnem o edema pulmonar, incluem as seguintes: ascender lentamente, escalar e dormir em altitudes baixas, limitar a actividade física, evitar exposição ao frio e passar o mínimo tempo possível em altitude. Em pessoas com um historial de edemas pulmonares, a acetazolamida pode ser útil.




Para a próxima semana voltaremos a dar continuidade a este tema, até lá…





Boas caminhadas

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