Recomendações para fazer uma visita segura a grandes
altitudes
É normal que a
altitude origine um certo desconforto. Existem algumas precauções que podem ser
tomadas para que a experiência seja o máximo de positiva possível. Uma nutrição
correcta e uma ingestão de líquidos adequada, podem ter uma grande influência
na permanência em altitude.
Boa nutrição
Como a perda de
apetite e a actividade física enérgica são coisas que andam associadas na vida
em altitudes extremas, é fundamental ingerir uma quantidade de calorias
adequada e selecionar os nutrientes de uma forma correcta.
Quem sabe bem isto,
são os nutricionistas e os fisiologistas, que aconselham os desportistas como
fazer a mistura adequada de hidratos de carbono e de gordura na alimentação.
Também é muito
importante para a saúde dos alpinistas, que costumam perder peso durante as
suas visitas a grandes altitudes. As pessoas que costumam viver ao nível do mar
e que se alimentam pouco, podem perder até 3 quilos durante a primeira semana
que passem em altitude.
Os alpinistas
perguntam constantemente o que deve conter a melhor alimentação de altitude
para que o rendimento seja óptimo. Parece que os hidratos de carbono são
importantes em altitude. Num estudo de campo, dois grupos de pessoas
alimentaram-se de forma diferente, um grupo alimentou-se com uma dieta normal e
outro grupo com uma dieta rica em hidratos de carbono.
O rendimento, no que
diz respeito à resistência, do grupo que fez uma alimentação rica em
carbohidratos, foi superior quando efectuavam exercícios intensos e além disso,
também foram menores os seus sintomas de mal de altitude. Outros estudos
demonstram que não ingerir energia em altitude, em forma de hidratos de
carbono, pode levar a uma perda de massa muscular e um declínio no desempenho
do rendimento.
Durante a aclimatação à altitude, ocorrem
melhorias no rendimento devido ao atraso do esgotamento das reservas de
glicogénio dos músculos. Exemplificando a sabedoria do corpo, o apetite e os
alimentos mais apetecidos, coincidem com a necessidade de uma ingestão contínua
de hidratos de carbono. A maioria dos alpinistas, quando estão em altitude
preferem o sabor dos alimentos que têm pouca gordura e grandes quantidades de
hidratos de carbono, e as comidas gordurosas são desagradáveis para os
alpinistas.
A junção desta
situação com a adaptação metabólica, pode explicar porque diminui o peso
corporal durante os primeiros dias de exposição à altitude. Por outras
palavras, como a alimentação é baixa em calorias e baixa em gorduras, o corpo
utiliza as suas próprias reservas de gordura como combustível.
Curiosamente, as
experiências bioquímicas demonstram que a utilização celular de nutrientes fica
alterada durante as três primeiras semanas de aclimatação à altitude. A gordura
converte-se no combustível predominante durante a actividade física e a
utilização de hidratos de carbono diminui. Isto protege as reservas locais de
carbohidratos do glicogénio nos músculos e no fígado e serve para melhorar o
tempo que se aguenta antes do esgotamento.
Quando se escala em
altitudes extremas, isto pode ser a diferença entre a vida ou a morte.
Desconhecem-se os mecanismos para economizar o glicogénio muscular e a mudança
de um metabolismo gordo, mas existem três teorias. A primeira é que este
fenómeno pode ser provocado pelo exercício prolongado e de baixa intensidade,
que caracteriza a escalada e que estimula principalmente o metabolismo gordo. A
segunda é que uma alimentação pobre em calorias e hidratos de carbono,
juntamente com um elevado gasto de energia (por exemplo, um longo dia de
escalada), pode reduzir as reservas de glicogénio nos músculos e no fígado,
forçando a uma mudança do metabolismo.
A terceira é que o
sistema nervoso autónomo pode sofrer uma alteração. Concluiu-se que a exposição
a grande altitude aumenta de uma forma crónica a estimulação simpática nervosa
e eleva a noradrenalina no plasma.
Por sua vez, a noradrenalina faz com que o
tecido adiposo liberte no sangue ácidos gordos livres e glicerol. De seguida
esses ácidos gordos são absorvidos pelas fibras musculares através de uma acção
massiva.
No próximo artigo
terminaremos este tema, até lá…
Boas caminhadas
Sem comentários:
Enviar um comentário
comentários