Efeito dos iões do ar
sobre o cérebro
Robinson e Dirnfield também deram nome a um grupo de sintomas
“síndrome de irritação por serotonina”. A serotonina é um neurotransmissor
cerebral que afecta directamente a pituituitária e a secreção das hormomas ACTH
e prolactina. Este nome clínico foi atribuído porque os seus sintomas
assemelhavam-se à hiperactividade da serotonina no cérebro médio e porque os
pacientes excretam uma quantidade de serotonina anormalmente grande na urina.
Um estudo posterior demonstrou que esta situação pode ser
tratada com êxito inalando ar que contenha uma grande quantidade de iões
negativos pequenos ou mediante medicamentos que bloqueiem a serotonina.
Ao explicar estas observações clínicas, Sulman e os seus
colegas chegaram à conclusão que os ventos sharav eram um agente stressante que
originava mudanças hormonais e metabólicas no corpo humano. Realizaram-se
observações adicionais relativas aos ventos sharav: a produção de noradrenalina
e adrenalina aumentavam; as respostas diferiam em função do tempo de residência
no Médio Oriente, e entre pessoas, provavelmente devido a diferenças na
secreção de adrenalina.
As mulheres são mais sensíveis do que os homens às mudanças
de tempo e as crianças (10 a 15%) são menos sensíveis do que os adultos (20 a
30%).
Num resumo publicado, o doutor Sulman reviu as respostas do
corpo humano aos ventos sharav. Identificou duas respostas relevantes a este
forte agente stressante ambiental: ambos servem para diminuir o eixo da
resposta HPA aos agentes stressantes.
. Pré-sensibilidade ao
tempo. Os iões do ar são moléculas de oxigénio (ou água) carregadas
positivamente ou negativamente que alcançam determinada região, 1 ou 2 dias
antes da chegada de uma frente meteorológica. Esses iões entram no corpo
através dos alvéolos dos pulmões. Os iões positivos libertam um excesso de
serotonina que provoca um síndrome de irritação que inibe o eixo hormonal HPA.
. Pós-sensibilidade ao
tempo. Os pacientes sensíveis ao tempo reagem aos ventos secos e quentes
libertando adrenalina. Quando a exposição é prolongada, pode originar um
esgotamento suprarrenal e a resposta corporal aos ventos sharav é inadequada
porque a adrenalina que se produz é insuficiente.
A existência da síndrome de irritação por serotonina foi
apoiada pela tese doutoral de Jonathan Charry, exposta na Universidade de Nova
Iorque em 1974. Demonstrou que este síndrome implicava um tempo de reacção
visual mais lento e aumentava a fadiga nas pessoas sensíveis quando existiam
altas concentrações de iões positivos.
Para a semana voltaremos a este tema, até lá…
Boas caminhadas
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