01 outubro 2014

Padrões climáticos e os iões do ar (3)



Efeito dos iões do ar sobre o cérebro

Robinson e Dirnfield também deram nome a um grupo de sintomas “síndrome de irritação por serotonina”. A serotonina é um neurotransmissor cerebral que afecta directamente a pituituitária e a secreção das hormomas ACTH e prolactina. Este nome clínico foi atribuído porque os seus sintomas assemelhavam-se à hiperactividade da serotonina no cérebro médio e porque os pacientes excretam uma quantidade de serotonina anormalmente grande na urina.





Um estudo posterior demonstrou que esta situação pode ser tratada com êxito inalando ar que contenha uma grande quantidade de iões negativos pequenos ou mediante medicamentos que bloqueiem a serotonina.





Ao explicar estas observações clínicas, Sulman e os seus colegas chegaram à conclusão que os ventos sharav eram um agente stressante que originava mudanças hormonais e metabólicas no corpo humano. Realizaram-se observações adicionais relativas aos ventos sharav: a produção de noradrenalina e adrenalina aumentavam; as respostas diferiam em função do tempo de residência no Médio Oriente, e entre pessoas, provavelmente devido a diferenças na secreção de adrenalina.





As mulheres são mais sensíveis do que os homens às mudanças de tempo e as crianças (10 a 15%) são menos sensíveis do que os adultos (20 a 30%).





Num resumo publicado, o doutor Sulman reviu as respostas do corpo humano aos ventos sharav. Identificou duas respostas relevantes a este forte agente stressante ambiental: ambos servem para diminuir o eixo da resposta HPA aos agentes stressantes.

. Pré-sensibilidade ao tempo. Os iões do ar são moléculas de oxigénio (ou água) carregadas positivamente ou negativamente que alcançam determinada região, 1 ou 2 dias antes da chegada de uma frente meteorológica. Esses iões entram no corpo através dos alvéolos dos pulmões. Os iões positivos libertam um excesso de serotonina que provoca um síndrome de irritação que inibe o eixo hormonal HPA.

. Pós-sensibilidade ao tempo. Os pacientes sensíveis ao tempo reagem aos ventos secos e quentes libertando adrenalina. Quando a exposição é prolongada, pode originar um esgotamento suprarrenal e a resposta corporal aos ventos sharav é inadequada porque a adrenalina que se produz é insuficiente.





A existência da síndrome de irritação por serotonina foi apoiada pela tese doutoral de Jonathan Charry, exposta na Universidade de Nova Iorque em 1974. Demonstrou que este síndrome implicava um tempo de reacção visual mais lento e aumentava a fadiga nas pessoas sensíveis quando existiam altas concentrações de iões positivos.





Para a semana voltaremos a este tema, até lá…





Boas caminhadas







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