Efeitos fisiológicos
dos iões do ar
Acredita-se que os pequenos iões do ar (tanto positivos como
negativos) entram no corpo humano através do aparelho respiratório.
Estudos realizados em animais e em pessoas demonstraram que
uma ionização excessiva e positiva do ar inalado reduzia o movimento dos cílios
na traqueia e originava secura da garganta, dores de cabeça, comichão e
obstrução dos seios nasais.
A ionização não deu como resultado nenhum destes sintomas.
Apesar do lógico ceticismo sobre os efeitos dos iões do ar na função
fisiológica, existem dois intrigantes estudos que dão evidência bioquímica de que um neurotransmissor cerebral está
intimamente implicado.
Esses estudos foram inspirados pelo facto de que os efeitos
da serotonina (por exemplo, contracção da musculatura lisa, constrição dos
vasos sanguíneos, aumento da frequência cardíaca) eram muito similares aos
efeitos atribuídos aos iões positivos. Os investigadores também levantaram a
hipótese de que os iões negativos seriam capazes de neutralizar os efeitos da
serotonina. Em duas experiências separadas, utilizaram-se medicamentos que têm
os efeitos opostos sobre a síntese e eliminação de serotonina. A reserpina
esgota a serotonina do cérebro, enquanto que a iprionacida actua de forma a
aumentar o aporte de serotonina (imitando a acção teórica dos iões positivos do
ar).
Com a reserpina, o tecido da traqueia ficava resistente ao ar
ionizado positivamente. Isto apoiava a ideia de que a ausência de serotonina
estava envolvida. Quando se administrou iprionacida ao tecido da traqueia, os
efeitos dos iões positivos do ar duplicaram (sem usar iões positivos reais) e
resistiu a influência dos iões negativos do ar.
Estes resultados
demonstram que o neurotransmissor cerebral serotonina pode ser uma parte do
mecanismo biológico pelo qual os iões positivos e negativos actuam no corpo
humano. Estes resultados também podem explicar como são afectadas as pessoas
sensíveis ao tempo.
Mais algumas experiências com animais, concretamente com
ratos expostos a factores stressantes, demonstraram que os iões negativos do ar
tinham um efeito redutor da ansiedade mensurável. Estes testes utilizaram
técnicas sofisticadas para medir as respostas dos sistemas nervoso e endócrino
anteriormente situações stressantes.
Observaram-se adaptações no hipotálamo, nas glândulas
suprarrenais, no metabolismo cerebral, no comportamento, na actividade, na
alimentação e nos agentes stressantes.
Os estudos médicos efectuados em pessoas reforçam os
resultados conseguidos nesses animais. Conforme já foi dito num capítulo
anterior, algumas pessoas experimentavam um síndroma de irritação antes e
durante os ventos sharav.
O médico Felix Sulman prescreveu em 1971 um medicamento anti
serotonina (sandomigran) a 80 pacientes sensíveis ao vento sharav.
Observou que 70 dessas pessoas perderam todos os sintomas
associados ao excesso de serotonina, incluindo dores de cabeça, falta de sono,
irritabilidade e tensão. Sulman e os seus colegas demonstraram mais tarde que
os pacientes sensíveis ao sharav excretavam maiores quantidades de serotonina
na urina do que os pacientes não sensíveis. Isto sugere que essas pessoas
sensíveis ao tempo possuem alguma característica desconhecida que altera o seu
equilíbrio bioquímico debaixo da
influência desses agentes meteorológicos
stressantes.
Curiosamente, inclusive quando o tempo está claro e calmo,
originam-se mudanças nos níveis de iões no ar durante o decorrer do dia.
Para a semana voltaremos a este tema, até lá…
Boas caminhadas
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