Equilíbrio de fluidos
Os alpinistas
iniciantes podem não conseguir aperceber-se da perda de líquidos corporais,
porque nos cumes das altas montanhas a temperatura do ar é fresca, diminuindo
cerca de 0,6ºC por cada 100 metros de progressão em altitude.
É fácil esquecer que quando se sobe montanhas
origina-se desidratação. A perda diária de água em altitude inclui a que se
origina pela urina (1,3 litros), fezes (0,1 a 0,2 litros), suor (0,1 litros) e
água que passa através dos pulmões e da pele (0,7 a 1,1 litros). Como o ar fica
mais seco em altitude (e como se estimula a hiperventilação), a perda de água
pode ser suficientemente alta para provocar uma desidratação no decorrer de
vários dias.
Pugh, por exemplo, diz
que os alpinistas deveriam beber até 6,2 litros de água por dia para compensar as
perdas produzidas através da urina, das fezes, do suor e dos gases expirados. A
água que a maioria dos alpinistas geralmente bebem, na realidade é apenas entre
1,6 e 2,5 litros por dia.
Pugh estimou que uma pessoa que escala 7
horas, deveria beber entre 3 a 4 litros de água, apenas para manter o volume
normal diário de urina de um adulto deveria beber 1,4 litros de água por dia.
As suas observações foram aprovadas por um estudo de campo de Consolazio e dos
seus colegas em 1972. Observaram que os homens perdiam de 3,5 a 4 quilos
durante uma permanência de 12 dias a 4.325 metros de altitude. A perda de água
corporal correspondia a aproximadamente 50% da perda de peso total, o restante
correspondia a gordura corporal, proteínas e minerais.
É curioso que os
compartimentos de fluidos do corpo não correspondiam igualmente a esta perda.
Hoyt e os seus companheiros observaram este fenómeno em homens novos que
estiveram em Pikes Peak no Colorado, a uma altitude de 4.325 metros, durante 10
dias. Esses homens perderam 1,5 litros de água corporal no total, a água
extracelular expandiu-se em 1,2 litros, o volume de plasma desceu cerca de 20%
e o fluido intracelular reduziu 2,7 litros.
Um comportamento
surpreendentemente parecido de equilíbrio de fluidos tinha sido descrito
anteriormente entre as pessoas que vivem ao nível do mar e que estiveram 6 dias
no mesmo lugar. Apesar do facto de que o volume de plasma e o volume de líquido
extracelular se costumarem expandir e contrair em harmonia.
Para complicar esta desidratação,
nos indivíduos saudáveis, frequentemente produz-se uma diurese (quer dizer,
maior produção de urina) devido à altitude durante os primeiros dias de
exposição.
Recomendações de segurança
Fazer actividades de
lazer e permanecer a grande altitude assume frequentemente um disfrute da
actividade se for efectuada de forma segura. Se pretendes viajar para um lugar
situado a grande ou extrema altitude, as oito sugestões seguintes ajudar-te-ão
a tratar de forma sensata a hipotermia e a hipoxia.
. Subir lentamente.
. Fazer a subida por
etapas. Se a subida for superior a 3.000 metros, deve-se limitar a ganância de
altitude a 300 metros diários.
. Deve-se subir com um
guia ou com pessoas qualificadas.
. Deve-se evitar a
desidratação e o esgotamento.
. Deve-se fazer uma
alimentação rica em hidratos de carbono para reduzir os sintomas de mal de
altitude.
. Deve-se utilizar
medicamentos como medida preventiva.
. Da mesma forma que
mergulhar, o que implica entrar num ambiente hiperbárico, escalar, que envolve
um ambiente hipobárico-hipóxico, acarreta normalmente riscos significativos. As
actividades de lazer e as actividades a grande altitude não deveriam ser
efectuadas sem uma planificação cuidadosa. As expectativas referentes ao
rendimento em altitude devem ser ajustadas para estarem em concordância com a
experiência em montanha, conhecimentos, condição física e estado de
aclimatação.
. Um dos alpinistas
mais influentes do século, refere-se da seguinte forma em relação à altitude.
Reinhold Messner disse: “o melhor alpinista não é o que faz uma loucura uma ou
duas vezes e morre na segunda, mas sim aquele que faz muitas coisas ao mais
alto nível e sobrevive”.
E sem mais, terminamos
este tema.
Boas caminhadas
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