Todas as semanas verificamos mudanças nos factores
atmosféricos, quando passam frentes meteorológicas pela nossa povoação. É
razoável, devido aos vários factores que alteram o estado de espírito, esperar
que as mudanças de tempo possam alterar a homeostase interna que afectam a
saúde e o rendimento físico ou mental.
Ainda que grandes variações de temperatura, humidade,
velocidade do vento, radiação solar e pressão do ar já tenham sido abordados em
artigos anteriores, este capítulo foca-se na ionização do ar, um factor
ambiental específico que se tem vindo a estudar durante mais de 40 anos.
Ainda que os projectos experimentais e os resultados dos
estudos sobre os iões do ar devam ser criteriosamente analisados, e ainda que a
investigação não seja conclusiva, é possível que existam efeitos subtis sobre a
saúde e o rendimento. Estes efeitos são aparentemente maiores para as pessoas
sensíveis às mudanças bruscas das condições meteorológicas.
Biometeorologia
Este capítulo descreve
formas como o tempo e o clima afectam a saúde e o rendimento humano. É um tema
importante, porque todos sofremos mudanças em função da meteorologia e todos os
agentes ambientais fortes, têm algum efeito sobre o sistema imunológico através
do sistema nervoso central e a maioria ainda envolve o sistema endócrino.
Antes de mais, convém
explicar algumas definições. A meteorologia
é o estudo do tempo e a sua previsão. A biometeorologia
trata dos efeitos dos factores ambientais
nos organismos vivos. O clima
é o estado médio do tempo num local específico no decorrer de vários anos. A climatologia médica preocupa-se com a
influência dos climas naturais sobre a saúde. Trata das doenças causadas ou
agravadas pelos elementos climáticos. Muitas dessas doenças são: exaustão pelo
calor, golpe de calor, congelações, hipotermia, doenças por descompressão, mal
de altitude, dores de cabeça e agravamento climático da asma e da bronquite.
Portanto a
biometeorologia trata de respostas fisiológicas e a climatologia médica
concentra-se na relação entre a fisiologia e a doença.
Os sistemas meteorológicos e os climas de regiões geográficas
concretas, consistem em muitos factores geofísicos, incluindo a temperatura, a
velocidade do vento, a humidade, a pressão atmosférica, a precipitação, a
densidade de iões positivos ou negativos no ar e a radiação (por exemplo solar,
infravermelha e ultravioleta).
Durante séculos, os
cientistas teorizaram que o tempo, e principalmente as mudanças nos sistemas
meteorológicos, afectam o comportamento humano, a saúde e o desempenho. Um dos
estudos mais significativos, de entre os primeiros que se levaram a cabo de
forma sistemática, foi conduzido pelo sociólogo francês Émile Durkheim que
avaliou a influência da temperatura e do clima nos suicídios. Concluiu que os
índices de morte por suicídio não foram influenciados pelo clima.
No entanto, este estudo não descarta os efeitos das condições
atmosféricas sobre o comportamento. Para resolver este assunto é necessário
considerar todos os elementos que formam o meio físico e avaliar como podem ter
influência no comportamento de maneira conjunta ou independente.
No próximo artigo voltaremos a este tema, até lá…
Boas caminhadas
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