2-4 Novembro
Filipe Correia – CM “N”aventuras (Clube de Montanhismo “N”aventuras)
Teresa Macedo – CMB (Clube de Montanhismo de Braga)
Paralelamente à atividade a Peña Trevinca do Clube do CMB,
resolvemos levar a cabo um projeto antigo, o de visitar o Parque Natural de
Somiedo. A decisão de ser na mesma altura prendeu-se com o facto da previsão
meteorológica ser de instabilidade.
O Parque Natural de Somiedo, é um parque natural localizado na área central das montanhas da Cantábria no Principado das Astúrias, no norte de Espanha. Estende-se por 39.164 hectares, correspondendo geograficamente com o município de Somiedo, que é completamente incluída no parque, bem como os municípios de Belmonte e Teverga.
É um dos poucos lugares onde a natureza pura impera. As suas
paisagens, fauna, gentes e gastronomia tornam-no um local único. Um dos trilhos
mais conhecidos é o Lago do Vale, que foi o polo de atração para a nossa
viagem. Existem muitos outros, lindíssimos, que com grande pena nossa não
pudemos percorrer, dada a escassez de tempo. Ficaram, no entanto, a vontade e a
certeza de lá voltar…
1º Dia
A partida foi a 2 de
Novembro, calma, desfrutando do próprio percurso até ao Porto de Somiedo onde
obtivemos as informações finais para chegar à Polla de Somiedo, fornecidas por
um caminheiro que por ali parava tão fascinado com a paisagem quanto nós. A
vila é muito acolhedora, e as gentes afáveis e simpática. Instalámo-nos no
Parque de Campismo da povoação e fizemos o reconhecimento do local: Posto de
turismo, trilhos, restauração…
2º Dia
Apesar do vento e
chuva que se fizeram sentir durante a noite, no dia seguinte foi possível
iniciar a caminhada, cujo ponto de partida ficava a cerca de 8Km, no final de
uma estrada íngreme e sinuosa. Apesar de ser possível fazer o percurso com veículo
adaptado, esta possibilidade está restringida e há que estacionar antes de
chegar ao l’Auterio, onde se inicia o percurso a pé.
No início sobe-se por entre os prados até ao vale ricamente
arborizado, que nesta altura estava com uma profusão de cores soberba, de
acordo com as cores outonais desta época.
Os prados albergavam o gado bovino tranquilo, pachorrento
que, nalguns casos acumulava as funções de guarda de propriedade dos seus
donos…
Durante o percurso observámos várias cabanas
típicas de região, em excelente estado de conservação e com um enquadramento
paisagístico fantástico.
O nevoeiro resolveu fazer-nos companhia e perseguiu-nos de
forma consistente e decidida, quase nos ultrapassando, até um determinado ponto
em que as correntes de vento impediram a sua progressão.
Seguindo a as indicações, chega-se a um percurso em zig-zag
que culmina numa área murada que contorna o Lago. Este Lago é o maior das Astúrias,
com cerca de 24ha nesta altura, após ter sido submetido a obras de aproveitamento
hidrelétrico na Central de La Malva.
Almoçámos nas margens do Lago, aproveitando para apreciar
toda a beleza envolvente. O clima junto ao Lago era agreste, com frio e vento
forte. A fome foi mais forte e a vontade de permanecer também.
Voltamos pelo mesmo caminho,
tranquilos e confiantes apesar da chegada apressada da noite porque o percurso
assim o permitia, com grande segurança. Não chegou a ser necessário o recurso a
lanternas…
Em seguida: regresso à base para jantar e descansar.
A noite foi fria mas confortavelmente passada.
3º Dia
O dia amanheceu triste e chuvoso… Antes de iniciar a viagem
de regresso, deliciámo-nos com uma fantástica tortilla, pão e cerveja. Já com o
conforto gastronómico, iniciámos o trajeto de volta para Braga, que foi bem
mais longo: não era nosso desejo abandonar tão mágico lugar.
Texto:
Teresa Macedo
Fotografia:
Filipe Correia
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