O artigo desta semana é um presente do nosso associado João Paulo Soares
que efectuou à uns tempos atrás o mítico Camiño del Rey. Transcrevemos o artigo
que o nosso associado redigiu para tentar explicar um pouco da história deste
mítico trilho. Contamos que esta iniciativa seja um incentivo para os nossos
associados e leitores colaborarem futuramente neste nosso blog. Desde já deixamos
os nossos agradecimentos ao nosso associado e elogios pela actividade levada a
cabo pelo próprio.
Depois de já ter tentado cruzar este caminho e de
não ter arranjando companhia, decidi faze-lo mesmo sozinho, deixei a família no
hotel e pus pés a caminho, decidido a completar o trilho e assim foi.
“El Camino
del Rey”, trail de alto risco
Uma breve espelicação
geológica.
Estamos perante um fenomeno
geológico, em que a junção das placas Iberica e Africana deram origem a esta
elevação, a qual sofreu uma progressiva erosão feita pelo rio Guadalhorce
“cortando” a rocha calcaria, dando assim
origem a uma paisagem de alto valor paisagistico e de rara beleza para quem
gosta da natureza. O desfiladeiro da garganta Del Chorro é composto por 2
desfiladeiros, o desfiladeiro de los Gaitanejos a norte e o desfiladeiro Gaitanes ao sul, intercalados por uma zona
mais aberta conhecido pelo nome de La Hoiya. E é neste cenario que temos o
nosso trilho.
Evolução geologica do desfiladeiro.
El Caminito del Rey é uma passagem cravada nas
paredes dos desfiladeiros de Chorro e Gaitanejo, a norte de Málaga, na Espanha.
A construção, concluída em 1905, foi feita enquanto era construída uma hidroelétrica no rio Guadalhorce. Os trabalhadores necessitavam de uma passagem que cruzasse os desfiladeiros para o transporte de materiais, vigilância e manutenção do canal.
Em 1921 o rei Afonso XIII teve que cruzar o ‘Caminito’ para a inauguração da Represa Conde del Guadalhorce, e desde então a rota passou a ser conhecida por seu nome atual.
Trata-se de um caminho pedonal com
aproximadamente 3 km de comprimento, uma largura média de apenas 1 mt e com uma
altura de até 100 mt acima do rio, a maior parte em paredes completamente
verticais. Actualmente encontra-se bastante danificado, devido ao abandono, e a falta de manutenção fez com que a
estrutura do caminho ficasse comprometida,
havendo inclusivamente troços que entraram em colapso, deixando apenas a
viga metálica de suporte. Todos esses factores ajudaram a criar uma lenda negra
após vários acidentes mortais se terem dado, a maioria por desrespeito às regras
de segurança mais elementares e a falta de experiencia. São vidas que se perdem
e as quais merecem todo o meu respeito.
Apesar de perigoso, o acesso ao caminho é
permitido. O problema é que, após a morte de quatro turistas em dois acidentes
ocorridos em 1999 e 2000, o governo local fechou as entradas e aplicou uma
coima de 6000€ a quem fosse apanhado a circular nesta via sem autorização. No
entanto, os aventureiros encontram meios de entrar no local e os acidentes
continuaram.
Contudo isso será em breve, coisa do passado pois
está actualmente em curso um projecto de recuperação do "Camino" com
base nos elementos originais que o constituem, financiado pelo Concelho
Provincial de Málaga em conjunto com a Junta de Andaluzia, um custo de 18
milhões de euros e que permitirá a sua utilização em total segurança, este
projecto deveria estar concluido em finais de 2012, mas a falta de verbas não o
permitiu, ficando assim adiado para tempo incerto. Isto é, se for á boa maneira
tuga, teremos este trilho nestas condições por muitos e muitos anos.
Os Abutres sempre á espera...
Ponte que leva a água para a central.
Este tipo de passagens é uma constante.
Estamos perante uma
das melhores escolas de escalada de Espanha.
Aqui podemos ter a percepção da imponência do desfiladeiro.
Dedico este trilho a todos os meus amigos que gostam destas
andanças.
JPS
The end
E para terminar este artigo apresentamos um video gentilmente cedido pelo nosso associado, o qual este filmou na sua travessia do Camiño del Rey. O CMB agradece a cedêndia do mesmo e o presente artigo.
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