Conforme o prometido, neste artigo continuamos a transcrever
o documento da UIAA, cujo tema aborda as crianças e como estas podem ser
afectadas pela altitude.
Doenças relacionadas
com a altitude: MAS/EPA/ECA/SIMS
As crianças pequenas não são relatoras fiáveis dos seus
sintomas, inclusive quando podem falar. Em crianças com menos de 3 anos de
idade, viajar para qualquer ambiente novo pode originar alterações de
distúrbios de sono, de apetite, de actividade e estado de espírito. Algumas
crianças maiores, principalmente dos 3 aos 8 anos de idade e as crianças com
dificuldades de aprendizagem ou de comunicação, podem ser incapazes de
descrever os seus sintomas, o qual torna difícil reconhecer o mal de altitude.
Em crianças com mais de 8 anos, supõe-se que o mal de altitude se manifestará
da mesma forma como acontece com os adultos.
Em todas as idades (crianças e adultos), os sintomas de mal
de altitude são inespecíficos e podem-se confundir com variáveis não
relacionadas como comorbidades,
indiscrição dietética, intoxicação ou factores psicológicos associados a
viagens longas ou problemas pré-existentes. No entanto, quando se ascende com
crianças, será prudente assumir que tais sintomas estão relacionados com a
altitude até que se prove o contrário. Mesmo que os dados sejam preliminares,
as crianças necessitam de um tempo aproximado do dos adultos para a
aclimatação.
Mesmo que ainda não existam dados científicos, recomenda-se a
não ascender e dormir com crianças de idade pré-escolar, a altitudes superiores
a 3.000 e 4.000 metros, é preferível dormir a menos de 2.500 metros.
Directrizes para o diagnóstico:
. Factores de risco:
. Taxa de subida,
altitude absoluta obtida, tempo transcorrido desde o término da ascenção
(normalmente aparecem sintomas depois de 4 a 12 horas, no entanto é possível
que apareçam após um dia da ascenção).
. Esforço, frio,
desidratação.
. Infecções
respiratórias virais, anteriores e actuais.
. Ausência
unilateral de uma artéria pulmonar.
. Hipertensão
pulmonar, hipertensão pulmonar perinatal.
. Doença cardíaca
congénita.
. Síndrome de Down.
. Susceptibilidade
individual
. Nova ascenção a
altitude após uma larga estadia em altitude.
. Grupos organizados
. Sistemas de testes e pontuação:
. Lake Louise
Symptom Score (LLSS) questionário de auto-relato para adolescentes.
. Lake Louise
Age-Adjusted Symptom Score (LLAASS) questionário para 4 a 11 anos de idade.
. Lake Louise
Symptom Score (CLLS) para crianças pré-verbais.
Tabela 1
>3 pontos = AMS (se não existir evidência para outro
motivo dos sintomas.
Nota: Dor de cabeça deve estar presente
(apenas alguns casos sem dor de cabeça foram relatados)
Tabela 2
>3 pontos = AMS (se não existir evidência para outro
motivo dos sintomas.
Nota: Esta pontuação ainda não foi
validada, portanto deve ser usada com cuidado. Inclui-se aqui porque parece ser
muito útil para o diagnóstico de AMS neste grupo de idade especificamente.
Tabela 3
>7 pontos = AMS (se não existir evidência para outro
motivo dos sintomas). Com a pontuação de mais de 4 pontos na irritação e comer
+ brincar + dormir com a pontuação de mais de 3 pontos.
Irritação*= Um estado de irritação não se explica facilmente
devido a causas como o cansaço, fome, dentição ou dor causada por uma lesão. O
comportamento irritante pode incluir choro, inquietação ou tensão muscular.
Classifica o comportamento inquieto da criança durante as últimas 24 horas sem
a tua intervenção.
Tabela 4
No próximo
artigo continuaremos a transcrever este documento da UIAA. Até lá…
Boas
caminhadas
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