O Sol e os olhos
A radiação ultravioleta é muito absorvida pela córnea, o que poderá
provocar a lesão do olho.
Ela pode também originar uma conjuntivite e a diminuição da visão ou
cegueira, quase sempre temporária.
A oftalmia das neves é uma queratoconjuntivite (inflamação da
conjuntiva e da córnea) superficial originada por uma queimadura produzida por
radiações solares UVB. Após 4 – 12 horas de exposição, aparece um vermelhão
conjuntival, fotofobia intensa, lacrimejamento, ardência dos olhos e dor
intensa.
A exposição crónica à luz solar sem protecção, pode originar
cataratas.
Prevenção
. Os óculos escuros reduzem o incómodo do reflexo, mas também reduzem
a acomodação pupilar, e como não impedem a passagem das radiações
ultravioletas, estas podem lesar a retina. Por este motivo, em alta montanha
devem-se utilizar óculos que sejam capazes de filtrar as radiações
ultravioletas. A cor clara ou escura dos óculos não tem influência na
capacidade de filtração.
. Quando se adquirir uns óculos de sol, deve-se ter atenção nos ícones
que descrevem as características dos diferentes tipos de vidros. Estes ícones
referem-se às diferentes situações em que se recomenda o uso de cada tipo de
vidros (lentes): meio, luminosidade, tratamento, transmissão luminosa e filtro.
- Meio
. Montanha: lentes adaptados ao uso em montanha, principalmente no
inverno, quando a forte luminosidade pode ferir a retina. Estes vidros eliminam
a luz excessiva.
. Terra: lentes que aumentam o contraste e permitem ao olho receber a
todo o momento uma informação visual de alta qualidade, graças ao optimo
equilíbrio da qualidade das cores e da quantidade de luz que passa através do
filtro.
. Água: lentes que eliminam mais de 99% dos reflexos provenientes das
superfícies horizontais reflectidas, como a água, a neve e o gelo.
- Luminosidade
. Sol: lentes adequadas a condições de luminosidade intensa.
. Sol e nuvens: lentes adequadas a condições de luminosidade
média-elevada.
. Nuvens: lentes adequadas a condições de luminosidade média.
. Nevoeiro: lentes adequadas a condições a condições de luminosidade e
visibilidade fraca.
- Tratamento
. Activo: permite reflectir o excesso de luz, aumentando o conforto
visual.
. Mático: muda a cor da lente e a absorção da luz, conforme a variação
da radiação solar.
. Antinevoeiro: evita a formação de névoa nas lentes.
Transmissão luminosa
(números em branco sobre fundo
negro): explicitam a percentagem de luz que a lente deixa passar. Quanto maior
for o valor, menos luz absorve o cristal.
Categoria de filtro
(números em negro sobre fundo
branco): valor atribuído pela norma CE (EN 1836). Quanto maior for o valor,
mais luz absorve a lente e portanto menos a deixa passar para o olho. Em alta
montanha aconselha-se a categoria 4.
. Em caso de se perderem os óculos, uma alternativa eficaz consiste no
método esquimó de fazer uns óculos com material opaco (papel de alumínio de
embrulhar chocolates, lenço de algodão, peúga) fazendo uns cortes em forma de
grelha que permita a visão e reduza as radiações lumínica e ultravioleta,
evitando assim o risco de conjuntivites e de retinopatia actínica. Estes óculos
opacos fornecem uma protecção superior às dos óculos escuros sem lentes
tratadas.
. Esfregar com sabão as maçãs do rosto, pálpebras e narinas elimina a
luz reflectida nestas zonas, diminuindo a quantidade de luz que chega aos
olhos.
. O uso de gorro reduz a exposição em cerca de 50%.
. As máscaras faciais de neoprene usadas para o frio extremo também
são uteis para a radiação solar.
Tratamento
. Irrigar os olhos com água ou soro fisiológico.
. Pode-se administrar ibuprofeno (400-600 mg a cada 6 – 8 horas) ou
paracetamol (500 mg a cada 6-8 horas) para aliviar a dor.
. Na montanha deve-se evitar a utilização de gotas que contenham
atropina, pois a atropina dilata a pupila e as radiações ultravioletas penetram
mais na retina, agravando a lesão.
. A inflamação da córnea devido aos raios ultravioletas resolve-se geralmente
ao fim de 24-76 horas.
Não se esqueçam de proteger os olhos e…
Boas caminhadas
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