Na história da Terra, as cadeias
montanhosas formaram-se e desapareceram devido à acção conjugada dos vulcões e
dos sismos, à colisão de continentes e ao clima.
O geólogo escocês James Hutton
(1726-1797) acreditava que as montanhas se formavam quando a rocha quente
irrompia dos vulcões. Falhou, no entanto, sobretudo por não ter reconhecido os
efeitos da deriva dos continentes na formação das montanhas.
As placas continentais estão em constante movimento, provocando a
respectiva separação, ou colisão. Quando um continente fricciona com outro,
empurrando-se, a área de impacto continua a enrugar-se e a elevar-se, num
processo que dura milhões de anos. A crosta continental é constituída por rocha
dura, mas a presença permanente da gravidade e a pressão das rochas que se
encontram por cima fazem com que a crosta pareça mais mole. Como resultado, a
rocha dobra-se para cima e, novamente, para baixo, enrugando-se como um
cobertor amarrotado. A cadeia montanhosa que daí resulta acaba por ser uma
sequência de dobras consecutivas que se cavalgam.
As cadeias de montanhas mais recentes estão ainda a crescer. É o que
sucede por exemplo co os Alpes, os quais resultam da colisão do continente Africano
com a Europa. Da mesma forma, os Himalaias são o resultado da colisão entre a
Eurásia e o subcontinente indiano. Neste caso, o processo começou há 65 milhões
de anos, com violentíssimas erupções vulcânicas que separaram a Índia de outros
continentes ao sul. Então, o subcontinente Indiano encaminhou-se para norte,
empurrando o grande mar de Tétis. A densa crosta oceânica enterrou-se sob a
Ásia. Porque os sedimentos no leito do mar não eram tão densos quanto essa
crosta, estes foram escavados e comprimidos entre os continentes para formarem como
que um “bolo” às camadas. A Ásia demorou 45 milhões de anos até conseguir abrandar
o avanço da Índia, elevando o planalto tibetano durante todo esse processo, e
abrindo fendas a centenas de quilómetros a norte. Uma dessas fendas é uma vasta
falha, com mais de 9000 metros de profundidade, entretanto ocupado pelo Lago
Baical.
Partes dos Himalaias estão ainda a crescer. O maciço de Nanga Parbat,
no norte do Paquistão, cresce 5 milímetros por ano. Contudo, à medida que
cresce, a rocha não aguenta o seu próprio peso e a região tem sofrido
desmoronamentos devastadores.
Quando moles e imaturas, as
rochas são comprimidas horizontalmente e acabam por inclinar-se ou dobrar.
Rochas mais duras, completamente formadas, quebram-se ou fracturam-se. Quando a
rocha está sob tensão, formam-se falhas. Sob compressão, elevam-se uns blocos
chamados patamares.
As montanhas na história
Os picos montanhosos mais espectaculares e as cadeias mais altas são o
resultado das mais recentes actividades no processo de formação das montanhas.
No entanto são também provas de antigas colisões de continentes. A cadeia dos
Apalaches que se estende ao longo de toda a costa da América do Norte, as zonas
montanhosas do Norte da Escandinávia, o ocidente da Gronelândia e partes da
Escócia têm cerca de 250 milhões de anos. Numa determinada altura, antes de o
oceano Atlântico se ter aberto, estiveram unidas numa grande cadeia de
montanhas, que resultou de uma colisão de continentes ainda mais antiga. Mesmo
nas rochas mais antigas da Terra, no Canadá, Gronelândia, África do Sul e
Austrália, há provas de cadeias montanhosas que datam dos tempos em que os
primeiros continentes se formaram na Terra.
Ciclo permanente
A crosta da
Terra regista a história de uma constante batalha entre a elevação das
montanhas e as forças de erosão e gravidade.
Quando as
montanhas encharcadas e pontiagudas se formam, de princípio desgastam-se
rapidamente, surgindo rochedos e vales.
À medida que a erosão continua, os vales alargam-se e as colinas
tornam-se suaves. Surgem camadas de rocha dura e resistente. Rapidamente toda a
paisagem será coberta com areia igual à que se encontra abaixo, com cristas
paralelas sobressaindo das linhas de dobras e de camadas de rocha mais dura.
Por vezes, toda a área dum continente é elevada em vez de ser deformada com
montanhas, surgindo dessa forma os planaltos. Com o tempo, os rios começam a
cortar gargantas e vales nas zonas de planalto, como aconteceu no Grand Canyon,
no Arizona, deixando a terra plana entre eles.
Também por vezes, à medida que os vales se alargam, a terra fica
ondulada até encontrar um nível mais novo e mais baixo, com apenas alguns cumes
de rocha dura. Quanto mais alta for a montanha e mais encharcadas as suas
encostas, mais desmoronamentos e erosão se produzirão. Os picos cobertos de neve são rachados por
cunhas de gelo que se introduzem nas fissuras da rocha (crioclastia). Os rios e
glaciares transportam os detritos para o mar. Os rios que drenam uma área
montanhosa ficam muitas vezes vermelhos em virtude dos sedimentos em suspensão,
que transportam até ao oceano.
Aí chegados assentam no seu leito, voltando a serem trazidos outra vez à superfície, algumas
centenas de milhões de anos mais tarde, formando então uma nova cadeia
montanhosa. É assim que se repete o ciclo o ciclo das rochas.
No processo chamado “ciclo das
rochas”, a rocha é empurrada para cima e irrompe do interior da Terra, surgindo
montanhas que são erodidas para virem a formar novas rochas no mar. Estas novas
rochas acabam por vir à superfície e o ciclo repete-se sempre e uma vez mais.
A formação dos Himalaias
Tal como já referimos acima, há
cerca de 45 milhões de anos, o subcontinente indiano e a Eurásia colidiram uma
com a outra. A crosta continental é relativamente leve, por isso foi empurrada
e dobrada, subindo sempre, formando desse modo uma cadeia montanhosa conhecida
pelo nome de Himalaias. Estas montanhas assinalam uma região da crosta da Terra
em que duas placas continentais ainda estão a sofrer os efeitos da respectiva
colisão. Por sua vez, também a placa indo-australiana está a comprimir-se para
norte contra a placa eurasiática. Eventualmente, essas duas massas de terra
continentais acabarão por ficar ligadas.
Situado a 8848 metros acima do
nível do mar, o Mont Everest é a montanha mais alta do mundo. Medições precisas
da sua altitude, têm sido recentemente efectuadas com a ajuda de dados obtidos
por satélite.
O Everest está situado na
cordilheira do Himalaia, na fronteira entre a República Popular da China
(Tibete) e o Nepal. Em Nepalês o cume é chamado de Sagarmatha (rosto do céu), e
em Tibetano Chomolangma ou Qomolangma (mãe do universo).
O Everest foi assim baptizado por
Sir Andrew Scott Waugh, então governador geral da India Colonial Britânica, em
homenagem ao seu predecessor, Sir George Everest.
Radhanath Sikdar, um matemático e
topógrafo indiano de Bengala, que foi o primeiro a identificar o Everest como a
montanha mais alta do globo, de acordo com os seus cálculos trigonométricos realizados
em 1852. Precisamente por esse facto alguns indianos pensam que o pico deveria
ser chamado de Sikdar e não de Everest.
Curiosidades
Segundo informações ciêntíficas,
o Mauna Kea, é a montanha mais alta do mundo, se levarmos em consideração a
medição desde a sua base até ao cume, uma vez que esta tem 10.203 metros a
partir do fundo do Oceano Pacífico (5998 metros abaixo da superfície e 4.205
metros acima desta). De acordo com este critério, o Mont Everest é cerca de
1.350 metros mais abaixo.
Mauna Kea significa “Montanha
Branca” no idioma havaiano, sendo uma referência ao seu cume que se encontra regularmente
coberto pela neve no inverno. É um vulcão que se encontra extinto. A última
erupção terá ocorrido há cerca de 4500 anos. No seu topo encontra-se um
observatório astronómico, o Observatório W. M. Keck.
Contamos com este artigo, ter ido de encontro às vossas expectativas, de
forma a compreendermos melhor como se forma o meio que tanto acarinhamos e do
qual disfrutamos em perfeita harmonia com a sua natureza.
Boas caminhadas
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