Para conseguir obter conforto,
intimidade, protecção e abrigo, não existe nada melhor do que uma tenda bem
desenhada, leve e estável.
Nenhum outro elemento do
equipamento do montanheiro sofreu uma metamorfose tão grande nos últimos anos
como a tenda de campanha, com o surgimento de uma variedade enorme de formas e
desenhos. A tradicional e familiar tenda
de cavalete, triangular ou canadiana, ainda é muito popular,
mas na sua constante procura para
alcançar espaço interno conciliado com menor peso, os desenhadores de tendas,
criaram desenhos especiais e passaram a
usar aros e varetas de fibra de vidro em substituição das rígidas varas
de alumínio. Muito importante foi também a adopção de um tecido de Gore-Tex,
transpirável e impermeável, em substituição do nylon, simplesmente impermeável
para o qual eram necessárias duas camadas (um duplo tecto e a tenda interna
para combater a condensação). Verificou-se, assim, um desenvolvimento tão
incrível de formas, tamanhos e materiais, e que se encontram actualmente ao
alcance do montanheiro principiante.
A questão relativa ao peso de uma
tenda, é um elemento difícil de categorizar. Assim, e a título de exemplo, um
modelo de 3,6 kg com espaço suficiente para caberem 3 montanheiros, será na
realidade, em termos práticos, mais leve que uma tenda que pese apenas metade
desta, desde que seja possível repartir
o peso da tenda, transportando, por exemplo, uma pessoa as varetas e os
espéques, outra o tecto duplo e a outra a tenda interior, diminui-se drasticamente
o peso da tenda por pessoa. No entanto se não se viajar acompanhado, aquela tenda pesará demasiado para ser transportada
por uma só pessoa. Por outro lado, se possuirmos uma tenda unipessoal, poderá verificar-se a necessidade
de partilhá-la, ocasionalmente com um
amigo, sendo que neste caso, se é realmente unipessoal, o amigo terá que ser
muito intimo e não haverá muito espaço tornando-se desconfortável.
No geral, nas tendas que se
denominam como unipessoais, raramente cabe um cachorro, as tendas para duas
pessoas são confortáveis para uma única pessoa e as tendas para 3 pessoas
costumam ter espaço habitável suficiente para duas pessoas. Portanto é
conveniente ter presente estas situações quando se pensar comprar uma tenda.
Geralmente, os fabricantes costumam, poupar no tamanho, tanto para baixar o
custo do que se fabrica como para diminuir o peso do produto final. Por essa
razão o modelo ultraleve que pensamos comprar pode vir a revelar-se demasiado
pequeno, principalmente se houver a intenção de ir acompanhado.
Convém ainda lembrar, que se
houver a intenção de acampar com uma tenda pequena e de pouco peso, pode-se
querer fazê-lo numa tempestuosa noite de inverno e, nessas ocasiões, revelam-se
bem penosas e longas as horas de
escuridão invernal, durante as quais uma
tenda pequena e com pouco volume interno vai-se parecendo cada vez mais com um caixão. Torna-se claustrofóbico e muito
desconfortável e é nesse momento que se deseja que deveria ter comprado uma
tenda maior com mais algum espaço interno para nos movimentar-mos decentemente no seu interior.
Ao decidir que tipo de tenda se
deseja, é preciso levar em consideração se praticamos na maioria das vezes,
montanhismo apenas no verão e a baixas altitudes, ou se pensamos acampar na
montanha, e quem sabe, no mais duro inverno. Uma tenda com apenas uma vara à
frente e outra atrás, com um peso de 1,5 kg e confeccionada com um nylon leve e
impermeável, pode proporcionar suficiente protecção nas suaves noites de
primavera e verão, mas o montanheiro de
altitude e principalmente em tempo de
inverno, precisa de uma tenda em forma de “A” ou de cúpula geodésica, com fortes
costuras e um pouco mais de peso, para que esta suporte a tensão do vento, as
tempestades e o peso da neve.
Construção da Tenda
A construção da tenda é
importante, principalmente em tendas de alto nível e naquelas que vão ser
usadas no inverno. Felizmente, a maioria dos pontos mais importantes podem ser
testados no comércio antes de se comprar.
As costuras – O melhor método de coser as costuras para conseguir a
máxima resistência é aquele em que as arestas do tecido se dobram um em torno
do outro e se costuram juntas. As costuras simples não resistem à tensão e
pressão suposto para o uso da tenda, assim como este outro tipo de costuras
rematadas, resultarão praticamente inúteis nas tendas que vão ser sujeitas a
grandes pressões, como por exemplo, debaixo de neve, suportando fortes ventos
ou com um uso muito frequente.
Os pontos – Os pontos das costuras devem estar uniformemente
espaçados, devem ter a mesma tensão e percorrer em linha recta todo o
comprimento da costura. O ideal seria ter 3 a 4 pontos por cada centímetro. O
ponto de cadeia fechada é mais duradouro e tem menos probabilidades de se
desfazer do que o ponto de cadeia simples tendo ainda a vantagem de que se um
dos pontos rebentar, não se desfaz, ao contrário do sistema de cadeia simples.
É preciso ter cuidado com os pontos torcidos e as variações na tensão, pois
todos são potenciais pontos fragilizados. Os fios soltos nos pontos onde acabam
as costuras e os bordos sem remate do tecido, indicam sem dúvida, que o fabrico
foi descuidado. As costuras que terminam sem uns pontos para trás, constituem
outro aviso de possíveis pontos débeis. Também se devem testar cuidadosamente
os locais mais difíceis de costurar, como os extremos dos fechos e os cantos
mais estreitos, pois são as zonas mais prováveis para encontrar costuras
imperfeitas.
Os reforços – Os locais onde se deve certificar se existem reforços,
são as uniões das costuras, os ápices, os extremos da cobertura das varetas e
os pontos onde se encontram os ilhós, os laços dos espeques e as correias.
Estes dois últimos deverão ser garantidos com rebites de forma a garantir uma
resistência adicional. O melhor tipo de reforço consegue-se acrescentando um
pedaço de nylon ou inclusive de couro, cosendo-se depois as correias e os laços
entre o aumento e o material da tenda. Deve-se testar também, devido à sua
grande importância, as costuras nos pontos de reforço, pois um fio solto nesses
lugares poderá trazer sérias consequências no terreno.
As tendas de cúpula ou “IGLU”
Com a recente onda de novos
materiais e novas técnicas utilizadas no fabrico de equipamento para o campo,
era apenas uma questão de tempo para que os gurus de todo o mundo do desenho de
tendas começassem a dar atenção ao que disse Buckminster Fuller nos anos 60.
Fuller era arquitecto e inventor, sendo um dos mais importantes do século XX,
sendo ele o primeiro que começou a procurar e desenvolver conceitos de desenho
baseados no princípio geodésico. Graças aos recentes avanços na obtenção de
materiais flexíveis e tubulares para o fabrico das varetas, como a fibra de
vidro e as aleações de alumínio, a tenda geodésica é hoje uma realidade e não
uma fantasia de desenhador. As grandes vantagens das tendas de cúpula consistem
num aumento de espaço vital e no facto que a sua forma física facilita o desvio
do ar e da chuva. Como não tem esquinas, bordas cortadas a pique nem
superfícies planas, os desenhos em forma de cúpula oferecem ao ar uma
superfície sem irregularidades. Outra vantagem a levar em conta é a menor
relação superfície/volume. Este pode ser um factor bastante importante para
aqueles interessados em acampar com tempo frio, porque quanto menor seja a
superfície da tenda, menos calor irradiará.
È necessário, portanto, menos material para
construir este tipo de tenda, em comparação com as tradicionais, ainda que a
dissimulação no peso do material da tenda esteja mais que compensada pelo
aumento de peso devido ao elaborado sistema de varetas necessárias para manter
esta tenda de pé e esticada.
E quais são as desvantagens deste
tipo de tenda? Os problemas que podem surgir mais frequentemente ao
experimentar este tipo de tendas devem-se às varetas. Seja pelo aumento do seu
peso, pela chapa metálica que une as secções, pela necessidade de manejar com
cuidado as varetas conectadas através do que parecem metros de material ou pelo
dano que os maus tratos não intencionados podem causar às varetas, a realidade
é que as varetas constituem a maior desvantagem. Pode ser que a inexperiência
torne a montagem da tenda de cúpula mais demorada do que as tradicionais, no
entanto parece que necessita de um certo tempo para nos habituarmos a elas. O
peso constitui outra desvantagem deste tipo de tendas. Se normalmente
repartimos a tenda com alguém, então o peso deixa de ser um problema tão grave,
pois ao dividir a carga, podem-se manter pesos baixos, no entanto as tendas de
cúpula pesam geralmente, mais que as tradicionais, além de serem mais
dispendiosas.
Parece existir uma controvérsia
sobre que sistema será melhor para unir as varetas das tendas de cúpula. Uns
argumentam que não existe uma tenda que se mantenha de pé por si própria, ou
seja, uma tenda sem ancoragens exteriores, enquanto que outros afirmam que a
interacção das varetas do desenho geodésico proporciona uma estrutura mais
rígida em face dos ventos fortes.
O desenho geodésico utiliza uns
conceitos muito avançados segundo os quais, as varetas seguem os arcos de
círculos máximos, sendo circulo máximo a distância mais curta entre dois pontos
numa superfície curva. Ao cruzar as varetas da tenda, de modo que formem
polígonos cuja pressão para o exterior seja equilibrada por factores de
compressão equivalentes, origina-se uma estrutura virtualmente livre de
distorção. Isto pode parecer complicado, mas na realidade é bastante simples. A
estrutura das varetas do desenho geodésico é tal que a pressão do vento se
distribui sobre todo o sistema de varetas, evitando-se assim que danifique o
material da tenda. Isto não é apenas ruidoso e desagradável na hora de dormir,
mas também pode debilitar o tecido e as costuras da tenda. Além disso, a
estrutura das varetas diminui de um modo efectivo o comprimento real das
varetas sem sujeição, reduzindo assim a possibilidade de distorção por acção do
vento.
A rigidez da estrutura aumenta
muito se for usado um desenho geodésico de quatro varetas, pelo facto de que
todas as varetas se encontram num estado de tensão para fora e ao mesmo tempo,
estão comprimidos pelo tecto duplo, que se encontra sujeito pelos espeques.
Assim equilibram-se as forças vectoriais (direcionais), o que favorece a
estabilidade.
O desenho de varetas cruzadas é
provavelmente inferior, a menos que se use uma tenda que tenha apenas uma
camada de material. Devido à existência, neste desenho, de grandes comprimentos
de varetas sem sujeição, a tenda deforma-se muito pela acção do vento, pelo que
necessitará de uma ancoragem considerável para a manter estável com condições
de vento. Além disso, como a tenda se
deforma devido às pressões laterais, existe o risco de que o tecto duplo entre
em contacto com a tenda interna e a molhe, devido à condensação. Resumindo, os
sistemas de varetas cruzadas são uteis para tendas pequenas de uma só camada de
material, como as de Gore-Tex, mas para conseguir uma verdadeira estabilidade
com mau tempo, é preciso pensar num desenho geodésico de quatro varetas. É
preciso dizer também que os desenhos de varetas cruzadas de tamanho médio não
se deformam demasiado ao ser submetidas a ventos laterais, podendo inclusivé
evitar isto, ancorando as varetas firmemente ao solo.
Os sistemas de varetas das tendas
de cúpula devem ser flexíveis e curvar-se com facilidade, mas não ao ponto de
se deformarem demasiado debaixo de pressão. As varetas de fibra de vidro
prensada, ou seja, reforçada com um método especial, são muito melhores, mas
têm o problema de serem maciços e não se
poderem unir por meio de cordas elásticas que atravessam a parte oca.
As varetas de fibra de vidro são
muito sensíveis às baixas temperaturas e podem facilmente quebrar se as
temperaturas baixarem a menos de 0º. Estas varetas são no entanto relativamente
baratas, colocando o preço das tendas de cúpula ao alcance da maioria dos
excursionistas. As melhores varetas para estas tendas são as americanas com uma
liga de alumínio chamada 70/75T9. Estas varetas ficam todas unidas por intermédio
de cordas elásticas, possuem uniões de encaixe perfeito e são geralmente do
mesmo tamanho, pelo que são substituíveis não existindo dúvidas de distinção
quando se precisar comprar. Este tipo de varetas é o mais utilizado nos modelos
de tenda mais caros. À medida que os projectos avançam para cúpulas que se
mantenham em pé por si próprias, continua a busca de varetas mais leves,
resistentes e elásticas. Alguns fabricantes fazem testes com todo o tipo de
materiais estranhos como epóxido de grafite, titânio e até safira moída.
Os materiais das tendas melhoram
também de forma contínua e actualmente está-se a experimentar em diversos
protótipos com um nylon muito leve, mas resistente.
Conselhos para escolher a
tenda
Antes de mais nada é necessário
definir as necessidades de cada um, ponderando, nomeadamente, a questão de se
fazer ou não campismo durante todo o ano, se é necessária uma tenda que aguente os
rigores do campismo de altitude, ou se apenas se faz campismo ao fim de semana
durante o verão. Ter também em conta se a tenda é destinada para um
montanheiro, para um ciclista, para um canoísta ou caso viaje sozinho, a maior
preocupação será o peso. Deverá ainda ponderar se precisa de espaço para a família, para os
amigos, para o cão, assim como quanto se pode gastar por uma tenda.
É preciso ter presente, que uma
boa tenda representa um grande
investimento e deveria por norma, durar muito tempo. Que uma tenda seja cara,
não quer dizer necessariamente que seja
boa e o menor preço não indica forçosamente a sua inferioridade. Assim cada um deve colocar-se a si próprio todas
estas questões e de seguida, dirigir-se
a um bom estabelecimento e perguntar mais ainda. Se levarmos algum tempo a
analisar os diferentes problemas, tipos e modelos, com certeza elegeremos a
tenda adequada às nossas necessidades.
As tendas de Gore-Tex
Tal como alguns de vós já tereis
noção, o Gore-Tex é uma pelicula plástica, parecida com teflon, de 0,025 centímetros
de espessura, com 1.400 milhões de poros por centímetro quadrado. Os poros são
cerca de 20.000 vezes menores que uma gota de água, o que evita que a chuva ou
o orvalho os atravesse. No entanto, estes poros são cerca de 700 vezes maiores
que as moléculas de vapor de água, as quais, em condições adequadas, são
capazes de atravessar o tecido. Como o Gore-Tex é muito fino, deve-se unir a
outro material para aumentar a sua duração. Assim, geralmente nestas tendas
encontramos laminado unido com nylon anti-agarre. O laminado resultante fica a
ter um peso total de 67,8 gramas por metro quadrado, um pouco mais pesado que o
nylon tradicional utilizado para fazer tendas. No que este tecido ganha aos
pontos é no facto de não necessitar de duplo tecto, o que pode diminuir até 1
kg o peso da tenda.
As tendas de Gore-Tex normalmente
não têm respiradores, porque este tecido tem melhores resultados sendo
constituído por uma unidade completamente fechada. O calor corporal aquece o ar
e cria no interior da tenda uma pressão de vapor ligeiramente superior à do
exterior, pressão essa que faz empurrar o vapor de água para fora da tenda
através dos minúsculos poros do Gore-Tex. Se deixarmos uma porta aberta ou se
existir algum tipo de ventilação, a pressão no interior iguala-se à do
exterior, o que permitirá que a humidade se condense, se a superfície do tecido
estiver suficientemente fria, tal como acontece com o nylon impermeável.
Levando isto em conta, parece que se o tempo estiver frio, podem aparecer dois
tipos de problemas específicos nas tendas de Gore-Tex. Se alguém estiver
envolto num saco cama espesso, o calor corporal que irradia não é suficiente
para aquecer o ar do interior da tenda, o
que geralmente dá origem ao arrefecimento do interior da tenda. Poderá,
inclusive, segundo alguns cientistas, existe a possibilidade de envenenamento por
monoxido de carbono se cozinharmos dentro de uma tenda de Gore-Tex fechada. Se
esta se fecha hermeticamente para, por exemplo, conseguir-se uma pressão de
vapor suficientemente elevada ou para
libertar o vapor produzido ao cozinhar, o monóxido de carbono originado pelo fogão aceso, pode acumular-se no interior da
tenda até alcançar proporções perigosas.
Como tal, se quiserem cozinhar no interior de uma tenda de Gore-Tex, é preciso
improvisar uma ventilação adequada.
Se mesmo assim continuar a
existir problema com o vapor no interior da tenda, apesar de ter as portas
abertas, será melhor cozinhar no seu exterior. Deve-se também ter presente que
é perigoso acender um fogão, especialmente de petróleo, no interior de uma tenda
fechada, seja ou não de Gore-Tex.
Os espeques
Uma tenda é boa, somente na boa
relação que exista com as ancoragens que a prendem ao solo. O rendimento de uma
tenda é pior quando as condições de ancoragem são más, pelo que, se a tenda
estiver colocada no terreno, neve ou terra mole, pode acontecer que os espeques
cedam à pressão dos tensores, sobretudo se existir muito vento. Esta situação
por sua vez, origina que o tecido perca a tensão e se afrouxe. As tendas que se
fixam por si próprias, evitam em grande parte este problema, mas de qualquer
forma precisam de estar fixas ao solo. Se estivermos dentro da tenda, o peso
corporal pode ser suficiente para criar essa fixação. No entanto a tenda deve
permanecer presa também quando ninguém estiver dentro dela.
È necessário verificar que as
espias que prendem aos espeques sejam suficientemente compridas de forma que
sobrem espeques de diferentes tamanhos, pois é surpreendente a quantidade de
tendas cujas espias só encaixam nos espeques mais pequenos. Isto transporta-nos
para a questão dos espeques que são fornecidos com as tendas. Muitos
fabricantes, num esforço para diminuir o
custo e o peso das tendas, apenas proporcionam espeques baratos e de pouco
peso, que na maioria dos casos, são completamente inadequados.
Segurar a tenda
A . Os ganchos de
alumínio e os espeques de liga leve, apenas servem para segurar a tenda interna
quando esta não tem de suportar demasiada tensão.
B. Os espeques de
aço grosso cobertos com zinco, são bastante adequados para solos duros e
rochosos.
C. Os espeques de
aço galvanizado, especialmente as que têm secções em forma de “U” ou com bordas
onduladas, devem-se usar em solos húmidos e arenosos.
D. Os espeques
muito resistentes de plástico, são bons para segurar os tensores principais ou
as tendas que se seguram a si próprias, no entanto não se devem comprar duma
qualidade que se possa rachar quando sujeita a baixas temperaturas.
E. Os dormentes
enterrados dão optimo resultado na neve. Os modelos mais pequenos costumam ter
boa aceitação.
F. Quando a neve
é profunda ou em terra muito solta, podem-se utilizar rochas para reforçar os
espeques pouco firmes.
G. Putros
sistemas de segurar a tenda em neve ou areia são: (1) bocados afiados de
madeira ou plástico, (2) um saco cheio de neve, (3) um ramo enterrado, (4) um
esqui.
As varetas que se usam nas tendas de
cúpula e as de aros podem ser de dois tipos diferenciadas pelo facto de estarem
unidos ou não no seu interior por um cordão elástico. Nos primeiros (acima) um
pedaço de material elástico percorre o interior oco da vareta, permitindo assim
um fácil e rápido encaixe das varetas. As secções não se perdem e facilmente se
dividem para guardar. Nos segundos (abaixo) as varetas não unidas por cordas
elásticas , são geralmente de fibra de vidro maciço. Se unirmos as varetas com um
material elástico por intermédio de um nó simples, podem-se unir de forma
permanente.
A maioria dos ventos rebentam os
tensores, no entanto se a corda rebentar, pode-se prender novamente ao espeque
atando-a sobre si mesma com um nó corrediço.
Conservação da tenda
Apesar de a maioria das modernas
tendas, utilizadas pelos montanheiros, serem fabricadas com um nylon que não se
corrói, nunca se deve guardar a tenda húmida, pois os fios que as mantêm unidas,
podem ser de algodão e, como tal, apodrecerem.
Deve-se tentar manter a tenda sempre
em boas condições, retirando as manchas de sujidade com uma esponja húmida de cada
vez que se termine uma viagem, principalmente a parte interior da tenda, que se
suja com muita facilidade. É preciso fazer que a tenda esteja limpa e seca
antes de a guardar durante as temporadas em que não se vá usar a mesma. É
aconselhável levar uma pequena caixa de reparações do tipo que se vende nas
lojas da especialidade. Se montarmos a tenda num solo quebrado e com pedras,
devemos colocar algo por baixo para a proteger e nunca devemos colocar o fogão
sobre o piso da tenda, pois provavelmente derreterá. Antes de sair em viagem,
devemos montar a tenda e confirmar que tudo esteja em perfeitas condições,
verificar se tem a quantidade necessária de espeques e se as espias estão
completas incluindo os seus nós. O mesmo deve-se fazer ao regressar.
Como verificamos nestas linhas acima, montar a barraca não é
assim tão simples como parece. Basta-nos ficar com a esperança de termos
ajudado de alguma forma a elucidar algumas dúvidas que existissem.
Boas caminhadas.
Excelente compêndio de informação.
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