Nesta segunda parte do tema
Orientação e Cartografia, vamo-nos cingir especificamente a uma
componente prática, na sequência da primeira parte, que abordou apenas a
componente teórica, que serviu para ajudar melhor a compreender esta
continuação.
Como agir no caso de se perder
O que deve fazer se se perder num local deserto depende em
grande parte das circunstâncias. De noite ou com tempo frio, a prioridade é
encontrar um abrigo, com bom tempo, a prioridade é encontrar uma estrada, uma
povoação ou um telefone.
Mal suspeite de que se perdeu, pare e avalie a situação.
Continuar às cegas apenas poderá agravá-la.
Se tiver um mapa, verifique a legenda para saber o que
significam os símbolos. Provavelmente ficará com uma noção aproximada do local
onde se encontra.
Olhe em volta à
procura de pontos de referência que condigam com o mapa.
Procure localizar no mapa a última posição antes de se
perder e tente traçar o caminho desde então, recordando cursos de água ou
outros pontos de referência por onde tenha passado.
Estude as curvas de nível do mapa para fazer uma ideia da
configuração do terreno na área onde se perdeu. As curvas de nível muito espaçadas correspondem a terreno pouco
acidentado. A inexistência de curvas de nível indica uma planície ou um
planalto. As curvas muito fechadas assinalam normalmente os contrafortes de um
monte ou vale.
Verifique também a escala do mapa, por exemplo 1:50 000
significa que 1 cm no mapa equivale a 50 000 cm (0,5 km) no terreno.
Sirva-se de um dedo como medidor tosco, se não tiver papel e
lápis. O dedo indicador da maioria dos adultos mede cerca de 2,5 cm da ponta
até à primeira articulação. Além disso, as cartas topográficas apresentam uma
quadrícula que juntamente com a escala pode ser utilizada para calcular
distâncias sem a ajuda de uma régua.
Rode o mapa até os símbolos ficarem alinhados com os pontos
de referência que representam. Decida-se quanto à direcção a tomar para
alcançar uma estrada ou uma povoação.
Verifique se existe algum obstáculo, uma escarpa ou um rio
largo por exemplo, a barrar-lhe o caminho até ao destino escolhido. Se houver,
arranje maneira de o contornar sem se desviar demasiado.
Procure no mapa e no terreno um ponto de referência para se
orientar. Verifique no mapa o seu avanço, procurando outros pontos de
referência de um lado e do outro do caminho, à medida que for avançando.
E se não tiver mapa nem bússola?
Mesmo que não tenha mapa ou bússola, poderá encaminhar-se
para local seguro, desde que observe alguns preceitos.
Considere em primeiro lugar voltar atrás pelo mesmo caminho
até à ultima estrada principal por onde tenha passado.
Se não for possível voltar atrás, olhe à sua volta. Se
avistar uma estrada dirija-se para lá.
Se conseguir orientar-se por pontos de referência no terreno
de modo a reconhecer pelo menos vagamente o sítio onde se encontra, dirija-se
para a estrada, caminho, via férrea ou curso de água mais próximo que saiba ir
dar a lugar seguro.
Orientação sem Carta ou Bússola
O passo fundamental para se determinar a direcção, é
localizar os quatro pontos cardeais no terreno. Existem vários métodos para o
fazer sem bússola.
Pelo Sol
O Sol nasce a Este e põe-se a Oeste nos dias do Equinócio
(por volta de 21 de Março e 21 de Setembro), mas ligeiramente a Sul destes
pontos no Outono e Inverno e ligeiramente a Norte destes pontos na Primavera e
Verão. Contudo convém lembrar que a direcção é função do nosso propósito. Se
formos obrigados a atingir um ponto ou local específicos, é forçoso que alinhe
a direcção pretendida com o Norte ou o Sul Magnéticos ou Geográficos. Mas se
apenas pretende manter uma direcção, a trajectória do Sol é o melhor ponto de
referência permanente.
A Bússola das mãos
Se for de manhã, estenda o braço direito na direcção em que
o Sol está a nascer, que é o Este, desta forma, ficaremos com o Oeste na
direcção do braço esquerdo, o Norte estará à nossa frente e o Sul estará atrás
de nós. Se for da parte da tarde, basta estender o braço o braço esquerdo na
direcção em que o Sol vai caindo, que é o Oeste, assim o Este ficará no lado do
braço direito, o Norte à frente e o Sul atrás.
Método da sombra da
vara
1 - Cravar uma vara
no chão, em local onde se possa projectar uma sombra distinta, marcar onde a
sombra da ponta da vara bater no chão.
2 – Aguardar que a sombra da vara se desloque alguns
centímetros. Se a vara tiver cerca de 1 metro, bastam quinze minutos. Quanto mais
comprida for a vara, tanto mais rapidamente se deslocará a sombra. Marcar a
nova posição da sombra da ponta da vara.
3 – Traçar uma linha recta, passando pelas duas marcas
referidas, obtendo aproximadamente, a linha Este-Oeste. A primeira marca fica sempre
para Oeste, a segunda marca fica sempre para Este, a qualquer hora do dia e em
qualquer lugar da Terra.
4 – Qualquer linha perpendicular à anterior indicará,
aproximadamente, a direcção Norte-Sul, a qual ajudará a orientar para qualquer
direcção de marcha.
Determinação da hora
pelo método da sombra da vara
Ao meio-dia, a hora dada por este relógio de Sol está
próxima da hora dos relógios convencionais e o espaçamento das outras horas,
comparado com o das horas convencionais, varia um pouco o local e a data.
Para saber as horas do dia crava-se a estaca verticalmente
na intersecção das linhas Este-Oeste e Norte-Sul. A ponta Oeste da linha
Este-Oeste indica as 6 horas e a ponta Este as 18 horas, em qualquer ponto da
Terra. A linha Norte-Sul fica assim transformada na linha do meio-dia. A sombra
da vara é o ponteiro das horas deste relógio de Sol e com ela pode estimar as
horas usando a linha do meio-dia e a linha das 6-18 horas como referências. A
sombra pode deslocar-se quer no sentido do movimento dos ponteiros do relógio,
quer no sentido contrário, conforme a localização e a estação do ano, mas este
facto não altera a maneira de ler este relógio de Sol. O relógio de Sol não é
um relógio em sentido comum. Nele o dia tem doze horas desiguais e lêm-se sempre
6 horas ao nascer do Sol e 18 horas ao pôr do Sol.
Método do relógio
Pode usar-se o relógio para determinar, aproximadamente,
quer o Norte quer o Sul verdadeiros. Apenas na zona temperada do Norte o
ponteiro das horas é apontado para o Sol. A meia distância entre o ponteiro das
horas e s 12 horas do relógio corre uma linha que aponta o Sul. Para poupar
tempo e à luz do dia, a linha Norte-Sul pode ser determinada a meia distância
entre o ponteiro das horas e a 1 hora. Se tiver dúvidas acerca de qual das
extremidades da linha aponta o Norte, basta recordar que o Sol está a Este
antes do meio-dia e a Oeste da parte da tarde.
O relógio também pode ser usado para orientação na zona
temperada do Sul, porém o método é diferente. Aponta-se a marca das 12 horas do
relógio para o Sol e a meia distância entre as “12” e o ponteiro das horas
estará a linha que indica o Norte. À luz
do dia, e para poupar tempo, esta linha pode ser determinada a meia distância
entre o ponteiro das horas e o “1”. As zonas temperadas em ambos os hemisférios
ficam compreendidas entre os 23,5º e os
66,5º de latitude.
Método das sombras
iguais
1. Crava-se uma vara ou ramo verticalmente em local
apropriado para se obter uma sombra nítida com, pelo menos 30 cm de
comprimento. Marca-se a sombra do topo da vara com uma pedra, cavaco ou
qualquer outra coisa. Esta operação tem de ser feita cinco a dez minutos antes
do meio-dia (hora solar).
2. Traça-se um arco cujo raio seja o comprimento da sombra
anteriormente marcada e cujo centro seja a base da vara. Para fazer isto,
pode-se usar um cordel, os atacadores dos sapatos ou uma outra vara.
3. À medida que o meio-dia se for aproximando, a sombra irá
encurtando. Após o meio-dia, o comprimento da sombra irá aumentando até cruzar
o arco. Mal a sombra da ponta da vara tocar o arco pela segunda vez, marque o
sítio.
4. Risque uma linha recta que passe pelas duas marcas para
obter a linha Este-Oeste.
Embora esta seja a versão mais rigorosa do método da sombra
da vara:
. Tem de ser efectuada próximo do meio-dia.
. Para se completar o processo, o observados tem de estar
atento à sombra e executar o passo 3 no instante em que a ponta da sombra tocar
o arco.
Orientação durante a
noite
Orientar-se à noite no céu parece ser difícil, mas na
realidade é como ler um mapa de estradas. Se olharmos para o céu durante algum
tempo percebemos que toda a esfera celeste parece rodar em torno de um ponto
fixo. No hemisfério Norte, a esse ponto chamamos Pólo Norte Celeste. Próximo
desse ponto encontra-se uma estrela não muito brilhante, mas importante porque
está orientada a Norte e ao contrário de todas as outras estrelas mantendo a
mesma posição ao longo da noite. No meio de tantas estrelas apenas temos que
encontrar a Estrela Polar.
Encontrar o Norte
A Polar encontra-se na constelação da Ursa Menor, mas é mais
fácil de localizar pela constelação da Ursa Maior. As duas estrelas da
extremidade da “caçarola” (que são as mais brilhantes desta constelação e dão
pelo nome de Dubhe e Merak), são normalmente designadas por “guardas”. A
Estrela Polar fica no prolongamento da linha que une as “guardas” (cerca de
cinco vezes a distância que as une), esta linha tem que ser prolongada para o
lado de convexidade da cauda. A Uesa Maior roda lentamente em torno da Estrela
Polar e nem sempre aparece na mesma posição.
A constelação de Cassiopeia também pode ser usada. Este
grupo de cinco estrelas brilhantes apresenta-se como um “M” cambado (ou como um
“W”, quando está próxima da linha do horizonte). A Estrela Polar fica
exactamente em frente da Estrela do centro a cerca de meio caminho entre a
Cassiopeia e a Ursa Maior. A Cassiopeia também roda lentamente em torno da
Estrela Polar e localiza-se sempre em posição quase diametralmente oposta à da
Ursa Maior. Esta posição constitui um auxiliar valioso quando a Ursa Maior se
encontra baixa ou fora da vista devido à vegetação ou ao terreno elevado.
Encontrar o Sul
A Sul do Equador, encontrar esse ponto cardeal não é assim
tão fácil, pois não há uma estrela brilhante próxima. Ainda assim, a constelação
do Cruzeiro do Sul ajudará a localizar a direcção geral do Sul e, a partir
desta base, qualquer outra direcção. Este grupo de quatro estrelas brilhantes
tem a forma de uma cruz, e daí o seu nome. As duas estrelas que formam o eixo
maior do Cruzeiro são designadas por “pontas”. Prolonga-se o eixo maior da
Cruz, na direcção do nosso pé, quatro vezes e meia a distância que separa as
duas “pontas” e obtém-se um ponto imaginário. Este ponto assinala a direcção
geral do Sul. Deste ponto, olha-se perpendicularmente à linha do horizonte e
escolhe-se uma referência no terreno.
Pela Lua
Tal como o Sol, a Lua nasce aproximadamente a Este e põe-se
a Oeste. Mas por ter um período de rotação diferente da Terra, ela nasce e
põe-se sempre em horas diferentes.
As fases da Lua são causadas pela sua posição em relação ao
Sol, a parte iluminada é a que se encontra na direcção do Sol.
A Lua Cheia é visível toda a noite, nasce a Este, atinge a
máxima altura no céu na direcção Sul e põe-se aproximadamente a Oeste. Pelo
contrário, a Lua Nova não é visível porque atravessa o céu durante o dia.
Em Quarto Crescente (forma de “D”) a Lua é visível no início
da noite aproximadamente a Sul e põe-se a Oeste no início da madrugada. Pelo
contrário em Quarto Minguante (forma de “C”) a Lua nasce a Este no início da
madrugada e encontra-se na direcção Sul ao amanhecer.
Para os habitantes do Hemisfério Sul, a Lua não é visível na
direcção Sul, mas sim a Norte. A Lua em Quarto Crescente passa a ter a forma de
“C” e consequentemente, tem a forma de “D” em Quarto Minguante.
Orientação por
indícios e informações
Igrejas – (Nas antigas) estão normalmente orientadas
de Oriente para Ocidente, isto é, a entrada está voltada a poente e o altar a
nascente. Outra maneira, o altar fica do lado da Terra Santa.
Cataventos – Colocados nas torres das igrejas e
noutros edifícios com uma cruzeta, com as indicações dos pontos cardeais.
Acção Clorofilia – O cimo (copa) dos pinheiros
inclinam-se mais para o Sol nascente. Os ramos das árvores são maiores e mais
numerosos do lado Sul, por ser desse lado que incide mais o Sol.
Casca das árvores – Apresentam-se mais rugosas, mais
grossas e com mais fendas do lado em que são batidas pelas chuvas, isto é, do
lado voltadas a Norte ou Noroeste.
Caracóis – Geralmente encontram-se mais nas paredes
voltadas a Sul e a Este.
Formigas – Têm o formigueiro e principalmente as
estradas abrigadas dos ventos dominantes (Norte em Portugal, ficando portanto a
entrada virada a Sul).
Moínhos – Em Portugal, a porta está geralmente
voltada para Sudeste (também devido aos ventos dominantes).
Criptogâmicos – (Musgo, cogumelos, etc) A sua
existência, que se desenvolve mais no lado húmido, indica-nos o Norte. O Sol
incide no lado Sul porque estamos a Norte da zona tórrida.
A título de curiosidade, é importante no final do dia
sabermos quanto tempo temos de luz solar. Pois existe um método simples de o
calcular, basta estender o nosso braço
colocando a nossa mão em frente e colocando o sol na intersecção do dedo
polegar e do indicador, os dedos que ficam para baixo em direcção à linha do
horizonte, dão-nos um tempo aproximado
de quando o sol desaparecerá, contando que cada dedo equivale a 15
minutos de luz solar, basta somar quinze minutos pelos dedos que separam o Sol
da linha do horizonte.
A Variação ou
Declinação Magnética
Aparentemente, para orientar a carta, o único que temos que
fazer, é verificar a direcção que a bússola nos indica o Norte e alinhar a
carta com essa direcção. Mas desgraçadamente a vida não é assim tão simples.
Para tornar isto mais complicado e como já dissemos no artigo anterior, existem
3 Nortes, entre os quais temos que eleger e o mais exacto ou não que resultará
a nossa orientação vai depender do que elegermos. O Norte Geográfico é o Pólo
Norte, que não terá grande interesse para nos orientarmos na montanha. O Norte
Verdadeiro é o Norte que assinalam as linhas de coordenadas, da quadricula, da
carta e o Norte Magnético, que muda ligeiramente de posição todos os anos e que
nos é assinalado pela bússola. A diferença entre o Norte Verdadeiro e o Norte
Magnético chama-se Variação ou declinação magnética. A causa desta aparente
anomalia é derivada pela atração magnética que se situa numa pequena ilha
situada ligeiramente a Oeste do Polo Norte Geográfico, e consequentemente a
variação magnética será um pouco diferente dependendo do local onde nos
encontremos. Nas cartas, geralmente está indicado o valor aproximado da
declinação.
Portanto o Norte Verdadeiro, que é o que as cartas nos
indicam, está na direcção do Polo Norte Geográfico e o Norte que nos assinala a
agulha da bússola está a cerca de 2.250 km de distância do geográfico. No
Dakota existe muito pouca declinação, porque o Norte Magnético está mesmo muito
próximo. Na Califórnia, o Norte Magnético situa-se ligeiramente a Este do Norte
Verdadeiro e no New England está um pouco a Oeste. Estas diferenças servem para
exemplificar um pouco as diferenças existentes.
Para corrigir a declinação na bússola e podermos orientar a
carta correctamente, temos que ler primeiro na legenda da carta qual é a
declinação (neste exemplo prático será 352 graus).
1. Roda-se o limbo até que o Norte coincida com a seta de
direcção do rumo.
2. Coloca-se um dos lados da bússola paralelo a qualquer
meridiano (ou linha de quadrícula Norte-Sul) no mapa.
3. De seguida, giram-se ambos, a bússola e o mapa, até que a
ponta vermelha da agulha imãnada indique a declinação (neste caso 352 graus). O
mapa neste momento está orientado e portanto coincide com o terreno.
Processos de
Orientação
A carta topográfica
As cartas topográficas estão divididas em quadriculas com
numeração, estas servem para calcularmos as coordenadas geográficas. Portanto
as quadrículas das cartas ajudam-nos a localizar com toda a precisão, a nossa
posição. Para calcular as coordenadas, primeiro seguimos as linhas horizontais
(a) e verificamos que o quadrado sombreado (neste caso será a nossa
localização) se situa entre as linhas com os números 43 e 44. De seguida
subimos pelas linhas verticais (b) e verificamos que o quadrado se situa entre
os números 25 e o 26. A posição do quadrado é portanto 4.325. Para sermos mais
exactos utilizaremos uma referência com 6 dígitos. Podemos utilizar o lado
graduado da bússola para dividir os lados da quadrícula identificada com a
referência de 4 dígitos em 10 partes iguais e deste modo conseguimos a terceira
e sexta numeração. Desta forma sabemos que a nossa posição exacta é 436.253.
Orientação de uma carta
Sabe-se que muita gente se colocou a caminhar em direcção
errada, simplesmente porque pegaram na carta como se fosse um livro, que tem
uma parte de cima e uma parte de baixo e não como um mapa que tem um Norte e um
Sul. Portanto, um mapa deve-se segurar comparando-o com os acidentes de
terreno, ainda que implique pegar nele de pernas para o ar. Devemos observar as
características da paisagem que nos rodeia, identificando lagos, bosques,
colinas, etc, e comparar com as suas
representações na carta. Se não estiverem no seu sítio, devemos dar a volta ao
mapa até que todos os pontos identificados fiquem no devido sítio em relação à
carta. Devemos levar em conta que não temos uma perspectiva de um pássaro em
relação ao terreno, pelo que é necessária uma certa práctica para orientar e
interpretar a carta desta forma.
Métodos de orientação:
a) Com a bússola: Determina-se a declinação cartográfica,
marca-se sobre a carta a direcção do Norte Magnético (na escala de tangente).
Faz-se coincidir a direcção da agulha magnética com a
direcção marcada na carta (Norte Magnético) ficando assim a carta orientada.
b) Conhecendo o ponto de estação (ponto onde nos
encontramos) e identificando um ponto do terreno na carta.
Faz-se coincidir a direcção do terreno (ponto estação –
ponto identificado) com a sua homóloga na carta (ponto de estação na carta –
ponto identificação na carta). A carta fica orientada.
c) Não sendo conhecido o ponto estação, mas sendo conhecido
e identificado no terreno uma linha bem defenida (estrada, linha de água, linha
férrea, etc).
1) Há que determinar o ponto estação para isso.
a) Por comparação com os objectos que nos rodeiam. Depois de
a carta estar orientada através da comparação carta-terreno e pelo cálculo da distância
a 1 ou 2 acidentes comparados, sabe-se a nossa posição (ponto de estação).
b) Por intersecções – Orienta-se a carta, escolhe-se um
ponto de referência no terreno e com uma régua, marca-se na carta a direcção
segundo a qual se vê o ponto (a direcção marcada deve passar pelo sinal que
representa na carta o ponto escolhido). Repete-se a operação para outro ponto
de referência. O cruzamento das duas linhas traçadas, de preferência 3, é o
ponto estação.
Determinar o local
onde nos encontramos
Procurar os símbolos.
Uma vez orientada a carta, segure-a com firmeza. Examine no
mapa a área onde julgamos encontrar-nos e procurar localizar símbolos que
representem pontos de referência fáceis de identificar, tais como o cume de um
monte, uma ponte ou uma igreja. Devemos olhar à nossa volta e procurar
encontrar esses pontos de referência no terreno. Depois, mira-se ao longo do
mapa de modo que o símbolo neste e o ponto correspondente no terreno fiquem
alinhados. A nossa posição situa-se algures ao longo dessa linha. Repete-se o
processo com outros pontos de referência e a nossa posição será algures no
triângulo formado geralmente por essas linhas.
Como Utilizar a
bússola
. Colocamo-nos em frente ao objecto cuja direcção tomamos
como referência.
. Mantemos a bússola nivelada (deve estar paralela ao solo
de preferência). Mantendo-a assim, a agulha move-se livremente.
. Mantemos a bússola directamente à nossa frente, não
angulada.
. Para alinhar a agulha magnética e a flecha de orientação,
mantemos a bússola o mais próxima possível, de forma que se veja a esfera
olhando-a para baixo e não desnivelada. Assim seremos capazes de situar a
agulha exactamente sobre a flecha de orientação com os extremos alinhados.
. Devemos estar afastados de tempestades magnéticas, rochas
eruptivas, grandes massas de ferro (torres, pontes, hangares, etc), cabos
condutores de energia eléctrica, etc, pois provocam desvios da agulha da
bússola.
Orientação pela
bússola
. A agulha magnética da bússola indica-nos o Norte
Magnético, pelo que, para se determinar o Norte Geográfico, bastará entrar em
linha de conta com o valor da declinação magnética.
. Na prática, para nos orientarmos com a bússola, colocamo-la
horizontalmente e rodamos o limbo graduado até que o Norte fique alinhado com a
linha de leitura. Com este procedimento obtemos uma orientação Norte, que é o
mesmo que 0º ou 360º. De seguida segura-se a bússola nivelada à nossa frente a
uma distância que se consiga ver facilmente.
Seguidamente roda-se o corpo e a bússola simultaneamente,
até que o extremo vermelho da agulha fique sobre a ponta da seta de direcção.
Neste momento estaremos orientados para o Norte magnético.
Para seguir essa direcção, deslocamo-nos ao longo da linha indicada pela seta
de direcção.
. A direcção a seguir, no terreno é definida com base na
linha Norte-Sul do mostrador.
Como determinar o azimute magnético de um alvo usando a
bússola
Primeiro deve-se alinhar a fenda de pontaria com a linha de
pontaria e com o alvo. Depois deste alinhamento, espreita-se pela ocular para o
mostrador e lê-se a medida junto ao ponto de referência.
Quando nos é dado um
azimute
Se nos é fornecido um azimute em graus, rodamos o mostrador
da bússola de modo que esse valor fique virado para a linha de referência.
Segura-se a bússola horizontalmente à nossa frente, com a linha de direcção a
apontar para a frente.
Rodamos o corpo até que a ponta vermelha da agulha magnética
esteja alinhada com o Norte do mostrador. Neste momento ficamos virados na
direcção do deslocamento.
Orientação com carta
e bússola
. Coloca-se a bússola sobre a carta, de modo a que as
respectivas linhas Norte-Sul fiquem
paralelas.
. Roda-se todo o conjunto (a carta e o mostrador da bússola
devem manter as mesmas posições relativas), até que a ponta da agulha que
indica o Norte Magnético fique sobre o ponto do mostrador que define a
declinação.
. Deve-se notar que esta operação deverá ser efectuada fora
da influência de quaisquer massas metálicas.
Transformação de um
rumo do mapa para a bússola
1. Segura-se a carta, plana e calcula-se o rumo a olho, para
evitar erros de 180º no rumo final. No exemplo apresentado, o rumo de “A” a “B”
é de aproximadamente 45 graus.
2. Coloca-se a bússola sobre a linha imaginária que une “A”
a “B”, de forma que a seta indicadora do rumo apresente essa direcção.
3. Roda-se o limbo da bússola, até que as linhas de
orientação fiquem paralelas aos meridianos da carta, e agora lê-se o rumo na
marca de indicação dos graus. Já temos o rumo verdadeiro. Se nos situamos numa zona
onde a variação magnética é superior a 3 graus, devemos tomar particular
atenção. Para conseguirmos um rumo magnético teremos que aumentar (somar) de
modo que se o rumo verdadeiro for de 46 graus e a declinação magnética, segundo
o mapa, fôr de 5º, o rumo magnético será de 51 graus. Teremos então que rodar o
limbo da bússola até que a marca indicadora, marque 51 graus.
4. Para conseguir o rumo, segura-se a bússola plana na mão,
à nossa frente. Rodamos até que o extremo vermelho da agulha imânada coincida
com o Norte do limbo e seja paralela às linhas de orientação. A direcção a
seguir, é a que aponta a seta de indicação do rumo.
Como devem compreender Muito fica por abordar sobre este
tema, mas apenas tentamos deixar uma ideia simples de como nos orientarmos.
Lógicamente, aconselhamos que frequentem uma formação e saiam para o campo com pessoas que
dominem esta matéria, de forma a aprofundarem os conhecimentos. E para terminar
este artigo, gostaríamos de deixar algumas chamadas de atenção de forma a evitar
problemas de desorientação quando sairmos para o monte.
Assim, qualquer pessoa que se aventure a pé na montanha,
pode reduzir ao mínimo os riscos de se perder, se observar algumas regras
simples:
Informe alguém do local aonde vai e da hora a que espera
chegar. Confirme a sua chegada para que o seu contacto não peça
desnecessariamente auxilio.
Calcule quanto tempo a sua viagem irá demorar. Um adulto em
boa forma pode estimar a caminhada em campo aberto à velocidade de cerca de 4
km/h, excluindo as paragens para descansar.
Acrescente 50 minutos à sua estimativa por cada 500 m de
escalada ao longo do percurso.
Informe-se das condições meteorológicas antes da partida e
vista-se em conformidade com a previsão do estado do tempo.
Se se deslocar para um local desconhecido, tente reunir um
grupo de pelo menos quatro pessoas. Se uma se ferir ou magoar, um membro do
grupo pode ficar junto à vítima, enquanto os outros dois buscam socorro.
Se tiver pouca experiência de caminhar em campo aberto,
pondere bem antes de se aventurar sozinho.
Se os seus planos forem alterados por qualquer razão após a
partida, informe aqueles que o esperam, se tal for possível. Deste modo poderá
evitar alarmes falsos e impedir que
quaisquer serviços de socorro sejam alertados desnecessariamente.
Posto isto, basta-nos terminar com os votos de boas
caminhadas … e, orientados
Nota: gostaríamos de deixar aqui o nosso agradecimento ao
Benjamim Ribeiro, pela sua colaboração na parte de orientação nocturna.
Excelente artigo - arriscaria a dizer o melhor actualmente disponível em língua portuguesa - bem explicado, bem escrito, bem ilustrado, em suma, parabéns!!
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