O nosso
corpo tem cerca de 2/3 de água que é utilizada para ajudar na circulação do
sangue, na digestão dos alimentos e noutros processos internos. Se utilizarmos
mais água do que a que ingerimos, podemos ter uma desidratação. Com uma
desidratação grave, as células encolhem-se e a circulação pára, causando uma
falha de fluxo de oxigénio aos músculos e a outros órgãos vitais do nosso
organismo. A desidratação pode começar após ficarmos cerca de seis horas sem
ingerir água, e se ficarmos mais que um dia inteiro sem beber água, é motivo
para muita preocupação.
Como procurar e obter água
Quando não
existir água de superfície, escave através do nível de um lençol de água, em
busca de água subterrânea, chuva ou neve derretida que se tenham infiltrado na
terra. O acesso ao nível do lençol de água e ao seu abastecimento de água,
geralmente depende do perfil do terreno e do tipo de solo existente.
Em solo rochoso – Procure nascentes e
infiltrações. Os solos calcários têm mais e maiores nascentes que qualquer
outro tipo de solo. Dado que o calcário se dissolve facilmente, as águas
subterrâneas escavam rapidamente grutas. Procure nascentes nestas grutas.
Uma vez que
a lava é porosa, é uma boa origem de água infiltrada no solo. Procure nascentes
ao longo das encostas de vales que atravessem a corrente de lava.
Procure
infiltrações onde um desfiladeiro seco cruza um leito de arenito poroso. Em
áreas abundantes em granito, procure ervas verdes sobre as encostas. Escave uma
vala na zona mais verde e aguarde que a água se infiltre nela.
Em solo desagregado – Usualmente, a
água é mais abundante e mais fácil de encontrar em solo desagregado do que em
solo rochoso. Procure água ao longo do fundo dos vales ou nas encostas que os
bordejam, pois é nestas áreas que o nível do lençol de água está mais próximo
da superfície. Também podem ser encontradas nascentes acima das marcas deixadas
pelas águas dos rios e ribeiros depois de estas baixarem. Antes de começar a
escavar em busca de água, procure sinais da sua presença. Cave no fundo de um
vale, no sopé de uma encosta ingreme ou
numa mancha verde onde havia uma nascente durante a estação chuvosa. Nas
florestas baixas, ao longo da costa e nas planícies aluviais, o nível do lençol
de água está perto da superfície. Uma pequena escavação favorece, normalmente,
um bom abastecimento de água. Acima do nível do lençol de água encontra-se a
água que escorre, a qual inclui ribeiros, charcos estagnados e água em pauís.
Considere esta água como sendo contaminada e perigosa, mesmo que esteja
afastada de habitações humanas.
Ao longo das costas – Pode ser
encontrada água nas dunas acima da praia ou mesmo nesta. Procure nas depressões
entre as dunas e cave se a areia parecer húmida. Na praia, escave buracos na
areia durante a maré baixa cerca de 100 metros acima da linha da maré alta. A areia faz de filtro da maior parte do sal. Esta água pode ser salobra, mas é razoavelmente segura. Deve-se passar por um filtro de areia para lhe reduzir o sabor salobro. Não beba água do mar. A sua concentração salina é tão elevada que os líquidos do corpo têm de ser drenados para eliminar o sal. Os rins poderão, eventualmente, deixar de funcionar.
Nas montanhas – Escave nos leitos secos
de regatos, pois a água está muitas vezes presente debaixo do areão. Em campos
de neve, ponha neve numa vasilha e coloque-a ao sol protegida do vento.
Improvise ferramentas com pedras chatas ou paus, se não dispuser de apetrechos para
escavar.
Água das plantas - Se não tiver êxito nas suas buscas, ou se não tiver tempo para purificar água duvidosa, uma planta que armazene água pode ser a melhor fonte. Obtem-se com facilidade seiva limpa e doce de muitas plantas. Esta seiva é pura e é, principalmente água.
Muitas plantas com folhas ou caules carnudos, armazenam água bebível. Experimente-as onde quer que as encontre. Tenha muito cuidado com as seivas leitosas ou coloridas que não devem ser ingeridas. Um mito da sobrevivência é que das lâminas dos cactos se pode obter água potável. Embora muitos cactos tenham realmente fluídos no seu interior, é uma solução altamente ácida e pode provocar o vómito, se for ingerida. Muitos cactos possuem fluídos altamente tóxicos para os seres humanos.
Água das plantas - Se não tiver êxito nas suas buscas, ou se não tiver tempo para purificar água duvidosa, uma planta que armazene água pode ser a melhor fonte. Obtem-se com facilidade seiva limpa e doce de muitas plantas. Esta seiva é pura e é, principalmente água.
Muitas plantas com folhas ou caules carnudos, armazenam água bebível. Experimente-as onde quer que as encontre. Tenha muito cuidado com as seivas leitosas ou coloridas que não devem ser ingeridas. Um mito da sobrevivência é que das lâminas dos cactos se pode obter água potável. Embora muitos cactos tenham realmente fluídos no seu interior, é uma solução altamente ácida e pode provocar o vómito, se for ingerida. Muitos cactos possuem fluídos altamente tóxicos para os seres humanos.
Outras fontes – Salgueiros, sabugueiros
e erva, apenas crescem onde a água está próxima da superfície. Procure estes
sinais e cave. Os locais que estão visivelmente húmidos, onde os animais
esgravataram ou onde as moscas pairam, indicam água recente à superfície.
Recolha o orvalho nas noites claras, absorvendo-o com um lenço. Durante uma
forte queda de orvalho pode-se recolher cerca de 0,5 l de água em apenas uma
hora.
Indicadores
de fontes de água
. Insectos em enxames: Procure especialmente as abelhas e os carreiros de formigas.
Especialmente as abelhas são bons indicadores. Elas voam até 6,5 km de distância das suas colmeias.
Formigas também dependem da água. Uma coluna de formigas escalando uma árvore, pode-se estar a deslocar para uma pequena reserva de água estancada. Tais reservas encontram-se inclusivé em zonas áridas.
. Répteis: Eles captam cada gota que precisam, das suas presas ou do orvalho. Portanto não são bons indicadores.
. Aves: Podem juntar-se em torno da água, embora as aves marinhas possam viajar longas distâncias sem água e a sua presença não seja, assim, um indicativo de existência de água. As aves que comem grãos, nunca estão longe da água. Quando voam baixo e em linha recta, costumam dirigir-se directamente para a água. Quando elas regressam após beber, voam de galho em galho, descansando regularmente. As aves aquáticas e as aves de rapina não bebem com frequência e, portanto, não são bons indicadores. Note-se que as aves silvestres e selvagens no seu ambiente natural nunca voam na direcção de uma população, de modo que se estiver numa situação desorientada, deve saber que com alta probabilidade, existe uma população humana para o lado oposto ao do voo das aves.
. Insectos em enxames: Procure especialmente as abelhas e os carreiros de formigas.
Especialmente as abelhas são bons indicadores. Elas voam até 6,5 km de distância das suas colmeias.
Formigas também dependem da água. Uma coluna de formigas escalando uma árvore, pode-se estar a deslocar para uma pequena reserva de água estancada. Tais reservas encontram-se inclusivé em zonas áridas.
. Répteis: Eles captam cada gota que precisam, das suas presas ou do orvalho. Portanto não são bons indicadores.
. Aves: Podem juntar-se em torno da água, embora as aves marinhas possam viajar longas distâncias sem água e a sua presença não seja, assim, um indicativo de existência de água. As aves que comem grãos, nunca estão longe da água. Quando voam baixo e em linha recta, costumam dirigir-se directamente para a água. Quando elas regressam após beber, voam de galho em galho, descansando regularmente. As aves aquáticas e as aves de rapina não bebem com frequência e, portanto, não são bons indicadores. Note-se que as aves silvestres e selvagens no seu ambiente natural nunca voam na direcção de uma população, de modo que se estiver numa situação desorientada, deve saber que com alta probabilidade, existe uma população humana para o lado oposto ao do voo das aves.
. Abundância de vegetação de muitas
variedades: geralmente isto indica
que as plantas estão a utilizar água que está próxima da superfície.
. Animais: os animais ruminantes precisam
de água ao anoitecer e ao amanhecer. Os animais carnívoros obtêm líquidos a
partir da ingestão das suas presas e podem como tal, não indicar a presença de
um local com água. Muitos animais precisam de água regularmente. Os animais de
pasto normalmente nunca estão longe de água. Se seguirem as pegadas de animais
herbívoros, estas conduzirão à água. Os animais carnívoros não são bons
indicadores, porque obtém líquidos das suas presas, no entanto a sua urina é
potável.
. Rastos de animais: habitualmente
guiam-nos até à água.
. Fendas nas rochas
com dejectos de pássaros no exterior: podem indicar uma fonte de água, a qual pode
ser alcançada com uma palhinha.
Métodos de produção de água
O condensador de água
Um método de
obter água é através do “condensador de água”. Funciona da seguinte maneira: o
calor solar eleva a temperatura do ar e do solo debaixo de um lençol de
plástico até o ar ficar saturado de vapor de água. Este condensa-se em
gotícolas na superfície inferior mais fresca do plástico e, lentamente,
escorre, pingando, para um balde.
Embora a
quantidade de água produzida pelos condensadores entre as dezasseis e as oito
horas seja cerca de metade da que produzem durante o dia, a verdade é que
produzem alguma durante a noite. Após o pôr-do-sol, o plástico arrefece
rapidamente, enquanto a temperatura do solo permanece relativamente elevada,
pelo que o vapor de água continua a condensar-se na superfície inferior do
plástico.
Os materiais
básicos para construir um “condensador de água” são:
. uma folha
de plástico com 1,8m por 1,8m. É preferível um plástico liso, pesado, rugoso,
dado que as gotas de água se agarram melhor a ele. É possível dar rugosidade à
superfície de um plástico mais fino esfregando-o com areia fina.
. Uma pedra
lisa do tamanho de um punho, colocada no meio do plástico.
. Um balde,
jarro ou recipiente metálico, de plástico ou de lona para recolher a água.
. Tubo de
plástico flexível com cerca de 1,5 m. Pode prescindir deste tubo, mas este
permite beber água sem retirar o balde do buraco e sem interromper o ciclo
solar.
Não esperemos
começar a beber água imediatamente. O
mínimo que se deverá obter em vinte e quatro horas será pouco mais de 0,5l,
contudo, pode-se obter-se 1 litro ou
mais. O “condensador” também se pode transformar numa possível fonte de
alimento. O balde de água debaixo do plástico atrai cobras e pequenos animais,
os quais rastejam para o fundo do buraco por cima do plástico e depois não
conseguem subir.
Saco de vegetação
Corta-se a
folhagem das árvores ou plantas herbáceas e fecham-se dentro de um saco de
plástico grande e limpo. Manter as folhas elevadas do solo com pedras, para recolher a água debaixo delas. Não deixar as folhas tocar os lados do saco. Tensiona-se o saco com pedras. Deixa-se o saco ao sol. O calor fará com que o líquido contido nas folhagens seja extraído. Se colocarmos o saco num lugar que tenha uma ligeira inclinação, as gotas descem pelo declive e poderão ser recolhidas.
No entanto a água pode ter um sabor amargo. Este método deve ser usado utilizando um ramo novo a cada dia e a água deve ser recolhida ao fim do dia.
No entanto a água pode ter um sabor amargo. Este método deve ser usado utilizando um ramo novo a cada dia e a água deve ser recolhida ao fim do dia.
Saco de transpiração
Este é um processo muito fácil para obter água.
As árvores podem atrair a húmidade desde uma profundidade de 15 m, o qual é demasiado profundo para cavar. Então deixamos que a árvore a bombeie para cima até nós. Para recolher a água, amarra-se um saco plástico ao redor de um ramo que tenha as folhas verdes e em boas condições. A abertura do saco é fechada no próprio ramo. A evaporação das folhas produzirá a condensação no saco. Manter a boca do saco para cima e uma ponta para baixo para recolher a água, ou ata-se um peso ao fundo do saco, de modo que o ramo fique inclinado. A água escorrerá assim para o fundo do saco.
. Também se pode colocar polietileno em forma de tenda sobre uma planta. Suspende-se a tenda a partir de cima, ou segura-se com uma vara por dentro. Evitar que as folhas toquem nos lados da tenda, porque desviarão as gotas e não poderá ser acumulada nos canais de plástico da base.
Este é um processo muito fácil para obter água.
As árvores podem atrair a húmidade desde uma profundidade de 15 m, o qual é demasiado profundo para cavar. Então deixamos que a árvore a bombeie para cima até nós. Para recolher a água, amarra-se um saco plástico ao redor de um ramo que tenha as folhas verdes e em boas condições. A abertura do saco é fechada no próprio ramo. A evaporação das folhas produzirá a condensação no saco. Manter a boca do saco para cima e uma ponta para baixo para recolher a água, ou ata-se um peso ao fundo do saco, de modo que o ramo fique inclinado. A água escorrerá assim para o fundo do saco.
. Também se pode colocar polietileno em forma de tenda sobre uma planta. Suspende-se a tenda a partir de cima, ou segura-se com uma vara por dentro. Evitar que as folhas toquem nos lados da tenda, porque desviarão as gotas e não poderá ser acumulada nos canais de plástico da base.
Água da chuva
Um método simples de recolher água da chuva, é enrolar um
pano à volta de uma árvore inclinada e fazer com que um dos extremos do pano
pingue para dentro de um recipiente.
A água do Orvalho
A roupa pode
ser usada para recolher o orvalho e humidade das ervas e plantas. Coloca-se uma
camisa amarrada ao tornozelo e caminha-se na erva ao amanhecer ou ao anoitecer, depois
drena-se a água da camisa para um
recipiente.
Pode-se
ainda construir um colector de orvalho. Abrindo uma cova pouco funda a qual se forra com uma folha de plástico ou outro material
não absorvente. Colocam-se pedras lisas e limpas nesta folha. O orvalho que se
acumula nas pedras escorrerá para a folha de plástico. De manhã cedo, antes de
o sol evaporar a água retiram-se as pedras e recolhe-se a água.
Água das plantas
As plantas
em forma de taça recolhem água, mas primeiro devem ser removidos os possíveis insectos
e detritos que possam conter.
As videiras
com casca áspera e brotos de 5 cm de espessura, podem conter água potável, mas
é necessário ter cuidado porque nem todas contém água potável e inclusive algumas
podem conter seiva pegajosa e de aspecto leitoso que é venenosa. Algumas vinhas
causam irritação quando tocadas. Portanto é melhor recolher o líquido num
recipiente ou deixá-lo caír directamente na boca, mas sem tocar no tronco. Para
obter água a partir do tronco da videira é preciso fazer um corte no topo.
Faz-se um outro corte no fundo e deixa-se a água ir vazando.
A água dos
catos permanece nos frutos e na polpa. Deve-se levar em conta que alguns catos
são venenosos. Também se deve evitar o contacto com os picos, pois costumam ser
difíceis de remover e podem produzir dolorosas feridas. Aquelas que possuem um
córtex áspero e surtos de 5 cm de espessura, podem conter água potável. No
entanto convém conhecer bem estas plantas, porque algumas podem conter seiva
pegajosa e de aspecto leitoso que é venenosa.
Água a partir da
urina com a energia solar
Também podemos obter água potável a partir da urina, se
tivermos duas garrafas vazias e fita adesiva, criando um simples sistema solar.
. Enche-se metade de uma garrafa com urina. Não encher
demasiado de modo que a urina não saia para fora da garrafa quando colocada
horizontalmente no solo.
. Colar a boca da garrafa vazia à da que contém a urina.
. Colocar as garrafas no chão para deixar o frasco contendo
a urina, completamente exposta ao sol e cobrir com areia e garrafa vazia.
. O sol extrairá a urina por evaporação. A segunda garrafa,
protegida do sol, pois está coberta com areia, terá uma temperatura inferior à
da outra garrafa. A água evaporada na primeira garrafa passará para a segunda
garrafa.
Este método também pode ser usado para destilar a água se
houver suspeita de contaminação.
Águas barrentas
As águas barrentas, estagnadas e poluídas podem ser
ingeridas, se estiverem esgotadas todas as outras fontes e ainda estiver sem
água, mesmo que o charco possa ter cheiro e seja desagradável. No entanto é
necessário tomar certas precauções prévias:
Antes de usar esta água, deve-se ferver pelo menos durante 10 mínutos. De forma a
clarear a água barrenta, deixa-se em
repouso durante 12 horas ou verte-se para um pano que tenha sido cheio de areia,
ferve-se a água poluída e adiciona-se carvão da fogueira para lhe tirar o
cheiro, de seguida deixa-se em repouso
durante cerca de quarenta e cinco minutos antes de a beber.
Água derivada do gelo e neve
cortar e transformar o gelo em água, tendem também a limitar
o abastecimento. Um sobrevivente pode ficar perigosamente desidratado nas
regiões frias do Artico tão facilmente como nas quentes zonas desérticas.
Nunca se deve comer comer gelo ou neve, pois podem produzir queimaduras na boca e nos lábios, impedindo a ingestão de alimentos subsequentes, e mesmo a ingestão de líquidos, além de que também ficamos expostos à infecção das queimaduras. Devido ao ar que contém a neve, se ingerida no seu estado puro, pode provocar diarreia e desidratação. Obtem-se mais água do gelo do que da neve. Para aquecer a neve, derrete-se o gelo e a neve num recipiente. Deve-se derreter primeiro uma pequena quantidade numa panela e em seguida, vai-se adicionando mais neve. Se a panela estiver cheia de neve, formará um espaço oco por dentro e quando a neve derreter queima a panela. Se não dispuser deste sistema e não existir fontes para derreter o gelo, podemos encher o nosso cantil com gelo ou neve e colocá-lo entre duas camadas de roupa para aquecer e começar a derreter com o calor do nosso corpo, é importante que o cantil não toque na pele, pois pode provocar queimaduras também. Ainda se pode embrulhar num pano e sugar a água enquanto o gelo derrete.
Nunca se deve comer comer gelo ou neve, pois podem produzir queimaduras na boca e nos lábios, impedindo a ingestão de alimentos subsequentes, e mesmo a ingestão de líquidos, além de que também ficamos expostos à infecção das queimaduras. Devido ao ar que contém a neve, se ingerida no seu estado puro, pode provocar diarreia e desidratação. Obtem-se mais água do gelo do que da neve. Para aquecer a neve, derrete-se o gelo e a neve num recipiente. Deve-se derreter primeiro uma pequena quantidade numa panela e em seguida, vai-se adicionando mais neve. Se a panela estiver cheia de neve, formará um espaço oco por dentro e quando a neve derreter queima a panela. Se não dispuser deste sistema e não existir fontes para derreter o gelo, podemos encher o nosso cantil com gelo ou neve e colocá-lo entre duas camadas de roupa para aquecer e começar a derreter com o calor do nosso corpo, é importante que o cantil não toque na pele, pois pode provocar queimaduras também. Ainda se pode embrulhar num pano e sugar a água enquanto o gelo derrete.
As camadas de
neve mais próximas da superfície produzem menos água do que as camadas mais
profundas.
Pode-se obter água abrindo um buraco no gelo ou
derretendo-o. São necessários cerca de 50% mais de tempo e de combustível para
obter uma certa quantidade de água a partir da neve que do gelo.
Dentro de certos limites, é seguro comer neve, mas tome as
seguintes precauções:
. Deixe a neve fundir o suficiente para ser moldada num pau
comprido ou numa bola. Não coma a neve no seu estado natural, ela provocará
desidratação em vez de matar a sede.
. Não coma gelo esmigalhado, pois pode causar-lhe lesões nos
lábios e na língua.
. Se estiver quente, frio ou cansado, a ingestão de neve
tenderá a esfriar-lhe o corpo.
. Há normalmente muitos charcos, lagos e ribeiros dos quais
se pode obter água durante o verão. As depressões nos icebergues e nas massas
de gelo flutuante, contém água doce durante os meses mais quentes, tal como
algumas enseadas e angras protegidas onde se acumulou a água proveniente da
neve derretida. Mas toda a água, qualquer que seja a sua origem, deve ser
fervida ou tratada com produtos químicos, se possível. A água de pequenos
lagos, embora de cor levemente acastanhada, é habitualmente bebível. A água
leitosa de um regato glaciar pode ser bebida depois de os sedimentos serem
coados ou decantados. O gelo velho do mar, reconhecível pela sua cor azulada e
pelos cantos arredondados, é bebível. O gelo novo do mar é demasiado salgado.
Qualquer superfície que absorva o calor do sol pode ser
usada para derreter gelo e neve, uma pedra chata, uma lona escura ou uma tela
de sinais. Coloque a superfície de forma que a água seja drenada para um buraco
ou contentor.
Pode-se construir uma máquina de água se não tiver fogão ou
gaz, de forma a transformar a neve e o gelo em água potável. Coloque a neve num
tecido poroso, junte-lhe os extremos e suspenda-o num suporte sobre um
recipiente junto a uma fogueira. O calor derreterá a neve e a água pingará para
o contentor.
Este tema será novamente abordado mais à frente quando
abordarmos a mineralização da água.
Filtragem
e purificação da água
Lembre-se de
que a filtragem não purifica a água, apenas remove as partículas sólidas.
Filtro de água
Escava-se um
buraco ao longo de uma fonte de água e deixa-se que o solo filtre a água. Como alternativa
colocamos diferentes panos atados num
tripé uns a seguir aos outros e coloca-se em cada um deles ervas, areia e
carvão.
Poderá também ser utilizado um saco de plástico, fazendo de
5 a 10 furos pequenos ao redor da sua base e suspendendo-o. Neste saco colocam-se
camadas alternadas de pedra, areia e
pano, usando camadas finas e grossas. De seguida despeja-se a água no filtro e colecta-se novamente noutro
recipiente colocado por baixo do filtro. A água deverá saír quase clara, caso
contrário poderá ser filtrada novamente. Acrescenta-se carvão de uma fogueira
para remover o cheiro e melhorar o gosto.
Outro filtro improvisado consiste em utilizar uma manga de
camisa atada com um nó ou mesmo uma meia. Enche-se o fundo deste recipiente
improvisado com uma camada de gravilha fina, sobrepondo alternadamente camadas
de carvão esmagado e areia, tantas quantas couberem no recipiente. Deve-se dar
a cada camada a espessura de cerca de 2,5 cm. Verte-se a água neste filtro e
recolhe-se na base com um recipiente.
Se resolver filtrar a água, deve-se fazer antes de ferver ou tratar quimicamente e não depois, caso contrário, o filtro pode contaminar de novo a água.
Se resolver filtrar a água, deve-se fazer antes de ferver ou tratar quimicamente e não depois, caso contrário, o filtro pode contaminar de novo a água.
O carvão remove os maus cheiros e os objectos estranhos que
se encontram na água.
Destilador de água
Num recipiente tapado e cheio de água, passa-se um tubo. Coloca-se
o recipiente a ser aquecido no fogo. A outra extremidade do tubo deve ser
colocada noutro recipiente também bem fechado. Este último recipiente deve
estar por sua vez dntro de outro que deve ser cheio com água fria utilizado
para arrefecer o vapor que sai do tubo. Para evitar o desperdício de água
evaporada, as juntas do tubo devem ser seladas com lama ou areia molhada.
Métodos de purificação da água
. Utilizar comprimidos purificadores de água (um para água
limpa dois em água turva). Estes comprimidos purificadores são obrigatórias em
qualquer kit de sobrevivência. Estas pastilhas utilizam iodo ou cloro para
tratar a água. No entanto muitas pessoas são alérgicas ao iodo, portanto convém
certificar antes de as tomar se somos ou não somos alérgicos a este componente.
Após colocar a pastilha na água convém esperar cerca de 30 minutos antes de
ingerir a água, de forma que a sua função seja totalmente eficaz. Ao colocar a
pastilha no recipiente com água, agite um pouco da água na tampa e na área onde
vai colocar a boca. Antes de beber a água poderá despeja-la para outro
recipiente várias vezes, isso irá adicionar mais oxigénio à água e melhorar o
seu sabor.
. Deitar 5 gotas de tintura de iodo a 2% num recipiente de
água limpa; 10 gotas num recipiente com água turva ou fria (deixe repousar
durante 30 minutos antes de beber).
. Ferver a água durante 10 minutos.
. O permanganato de potássio é um produto químico
normalmente vendido sob a forma de pequenos cristais de cor púrpura. Para
purificar a água, acrescentam-se 3 ou 4 cristais do produto a 1 litro de água,
espera-se 30 minutos. O produto químico tingirá levemente a água, mas o líquido
pode ser bebido ou utilizado para cozinhar com segurança.
Identificação de água
contaminada
. As águas que se apresentem com fortes odores, espuma ou
bolhas.
. Aquelas cuja água se encontra descolorada.
. Aquelas que não têm plantas saudáveis à sua volta.
A mineralização da água em alta montanha
Muitas vezes somos alertados sobre o perigo de beber água em
alta montanha, derretendo a neve ou gelo e sem tratamento. Na teoria é muito
melhor beber mais abaixo, quando a neve derreteu e é enriquecida com minerais
do solo, ou adicionar algum tipo de preparado que se vende nas lojas.
Excepcionalmente existe a purificação de água, que tem pouco a ver com a
mineralização. Na verdade, a água da chuva (ou neve), colhida directamente, é
geralmente considerada segura.
Também na teoria, se bebermos água de neve não mineralizada,
existe um grande diferencial em relação aos sais minerais no nosso corpo,
provocando um desequilíbrio que pode ser muito prejudicial.
Pois resulta que isso é mentira. Pode-se beber água da neve
derretida ou gelo, sem qualquer dano para o corpo, seguindo algumas orientações
simples. O que realmente é perigoso será
comer neve ou gelo directamente,
porque o corpo precisa de muito calor para a derreter o que poderia,
eventualmente, provocar uma situação de hipotermia, além de que poderá causar
queimaduras nos lábios e boca. E convém saber que é necessário um grande volume
de neve para obter um litro de água (exactamente um quilo). Mas não existe
risco real para a saúde pelo facto de se beber água obtida de neve limpa, nem
da chuva, nem no geral, qualquer água mineral de baixa mineralização ou
directamente destilada, desde que não tenha sido exposta a poluentes ou agentes
contaminantes.
A água engarrafada de baixa mineralização, recomendada por
alguns nutricionistas e que pode ser encontrada em qualquer supermercado,
contém apenas 0,05g de sais minerais por litro. A proporção aproximada de
minerais no nosso corpo é 9g por litro. Uma água que não estivesse totalmente
mineralizada continha 0g de sais minerais por litro. Uma água engarrafada
contém apenas 0,55% dos sais minerais constituídos pelos nossos fluídos
corporais. Em todo o mundo existem variadíssimas marcas de água engarrafada
para o consumo humano. Se podemos beber dessa água, porque não vamos poder
beber a água da montanha “que não está mineralizada”?
A contribuição de minerais para o corpo, ocorre
principalmente através de alimentos, fornecendo a água uma quantidade muito
baixa de tais sais. Portanto sim, existe um risco, mas apenas se for ingerida somente
água desmineralizada por um longo período de tempo.
E o PH? Também se diz que ás vezes o problema é a grande
diferença de PH entre o nosso corpo e a água da neve. “O PH é a concentração de
iões ou catiões de hidrogénio (H+) presentes numa determinada substância”.
Existe quem defenda que para que a água seja considerada potável, deve ter um
PH entre 6,5 e 8,5. O controlo da água potável é geralmente mais exigente do
que o controlo aplicado à água mineral engarrafada. E muito mais exigente do
que o de refrigerantes, sumos e outros líquidos destinados ao consumo humano.
Em água pura, quando a água tem uma proporção de dois
hidrogénios para cada oxigénio, o PH é igual a 7, é neutra, nem é ácida nem
alcalina. Isto reflecte a mesma quantidade de iões oxidrilo (H+) que de iões
hidroxilo (OH-).
O CO2 do ar
dissolve-se na água destilada (ou de neve), originando um valor de PH entre 4,5
e 5. Na Europa, a chuva e neve têm um PH entre 3 e 5. A maioria dos sumos ou
refrigerantes que normalmente bebemos, têm um valor de PH entre 3 e 4, a
cerveja tem um valor de 4,5, um sumo de laranja ou de maçã tem um valor de 3 e
a cola tem um PH de apenas 2,5. O nosso corpo compensa estes valores, de modo
que o PH mais baixo desta água não deve ser um problema.
E as
supostas diarreias também não parecem ter nenhuma relação com a mineralização
da água, mas sim com os microorganismos que esta pode conter e para os quais o
nosso corpo não está preparado. Neste contexto, quanto mais abaixo recolhermos
a água, mais fácil será que esta esteja contaminada.
Existem várias versões de informação sobre a razão de vários perigos relacionados com o facto de beber água destilada.
Existem várias versões de informação sobre a razão de vários perigos relacionados com o facto de beber água destilada.
A água destilada é H2O sem mais nada. A diferença em relação
à água que bebemos normalmente é que esta última possui outros componentes,
como, sais minerais (principalmente cloreto de sódio, que é o mesmo que dizer
sal comum), cloro, sais de flúor, etc.
Antes de entrarmos a fundo no tema, vamos abordar algumas
terminações relacionadas com este assunto:
Quando se colocam em contacto duas soluções através de uma
membrana permeável em água, esta pode passar de um lado para o outro da parede
através de um processo chamado osmose. Por exemplo, se num lado da membrana
existir água com elevada concentração de sais, e no outro lado existir água com
uma pequena concentração, a água tende a passar através da membrana de forma a
igualar as concentrações, do lado de menor concentração para o de maior
concentração.
Os nossos fluídos corporais possuem uma determinada
concentração de sais minerais, e uma solução dessa mesma concentração que se
denomina isotónica. Se a solução tiver maior concentração, denomina-se
hipertónica e ainda se tiver menos concentração denomina-se hipotónica. De modo
que uma solução isotónica, em contacto com outra hipotónica através de uma
membrana permeável à água, mas não aos sais minerais, fará com que a água passe
do lado hipotónico para o isotónico de forma a igualar as concentrações. Portanto
o nosso organismo encarrega-se de
equilibrar as coisas.
Então, resumindo: (segundo informação da OMD)
. A diferença entre a água destilada e a água “normal”, em
comparação com a diferença de qualquer uma delas e a concentração de sal no
nosso corpo, é ínfima.
. As nossas células não são colocadas em contacto directo
com nada do que bebemos, antes é absorvido pelas paredes do sistema digestivo e
mistura-se com a corrente sanguínea.
. Não existe nenhum estudo científico sério que indique
qualquer efeito (bom ou mau) de água destilada.
Para ser um montanhista e não fracassar na tentativa,
existem 4 pontos básicos que merecem atenção. Quando tentar escalar uma serra
ou uma montanha, tem que considerar a nossa segurança. Mas isso não é tudo: a
hidratação e nutrição também são pontos importantes para praticar este desporto. O montanhismo é fácil,
sempre e quando sabemos com o que contar.
Hidratação
A hidratação é uma base vital em qualquer desporto, pois
mantém o corpo saudável e estável perante uma actividade que exige muito
esforço físico. Embora a água não pareça ser fundamental para escalar uma
montanha, é um elemento que pode escassear no cume. Quem sabe se vai ser fácil
encontrar água mais acima ou haverá neve para derreter, então é preciso evitar
uma situação em que a desidratação nos pregue um truque.
A falta de hidratação pode causar sérios problemas e ser um
forte aliado do MAM (mal agudo de montanha), perda de forças e de consciência.
Para isso, existe uma técnica conhecida de hidratação que será muito útil em
situações extremas.
Técnica de hidratação:
Nas montanhas, ao contrário da vida na cidade, é necessário
beber água constantemente, mesmo sem sentir sede. Em suma: não é preciso ter sede para beber água. Mas
afinal o que é a sede? A sede é um sinal que dão os neurónios quando detectam
desidratação no corpo. Isto significa que quando estamos com sede já estamos
desidratados. Nas montanhas nunca se deve chegar a este estado, pois poderá ser
demasiado tarde e começam as cefaleias, vómitos e até perda de consciência,
dependendo da altitude.
Convém recordar que a quantidade de água por pessoa não deve
passar abaixo de 4 litros, seja para subir uma pequena colina, ou para fazer
uma caminhada de várias horas. Por isso, é conveniente garantir as condições do
local onde se vai fazer montanhismo, onde poder encontrar água e os recursos
que se vai encontrar uma vez chegados ao cimo. Se tivermos a certeza de que
vamos encontrar uma fonte de água no nosso caminho, podemos reduzir o
transporte de líquidos e, assim, viajar mais leves.
Uma coisa muito importante a lembrar é que a neve derretida
ou proveniente de riachos derivados do degelo de glaciares, desidratam. Para
absorver a água, o corpo precisa de sais e minerais que a água vai ganhando no
seu caminho ao contactar com rochas e terra. A neve derretida, por exemplo,
nunca teve qualquer contacto com rochas ou solo, sendo nula de minerais e sais.
Se o corpo ficar desprovido de sais, a água é eliminada directamente,
provocando assim mais desidratação.
Um exemplo claro disto é a cerveja. O consumo de cerveja
faz-nos urinar constantemente, provocando uma forte desidratação no nosso
organismo. É por isso que muitas vezes produz dores de cabeça e tonturas no dia
seguinte (ressaca). A solução para este problema é simplesmente ter à mão
soluções em pó ou sais de hidratação que estão disponíveis em farmácias ou
ginásios. Utilizados estes produtos na montanha, subsidia minerais e sais à
água recém derretida para que o corpo possa assimilar o líquido ingerido.
Para saber o estado de hidratação pode-se verificar a cor da
urina. Se a cor é muito forte, estamos perante um possível quadro de
desidratação, pelo contrário, se a cor é muito leve, quase transparente,
estamos perante uma excelente hidratação.
Curiosidades
O sangue animal não serve para nos hidratar, na verdade,
deve ser evitado para esse fim. Além disso, devido aos nutrientes que contém,
exige energia para a sua digestão. Todos os mamíferos têm patogénicos no seu
sangue, por isso deve ser cozinhado.
A urina contém sais e toxinas, mas pode ser processada com
um destilador solar. Muitas aves, mamíferos e alguns insectos, como abelhas,
formigas e moscas, são indicadores confiáveis da presença de água, riachos ou
lagoas.
Se tiver que racionar água, beba em pequenos goles. Depois
de ficar sem água por um longo período, não deve engolir grande quantidade de
água quando a encontrarmos. Deve-se tomar pequenos goles inicialmente, pois
grandes goles podem causar vómitos numa pessoa desidratada. Com o vómito
perdia-se água do corpo muito valiosa.
O sal é também essencial para a sobrevivência humana. Uma
dieta normal requer uma ingestão diária de 10g. O corpo perde sal através da
transpiração e da urina, por isso é necessário repor essa perda. Os primeiros
sintomas da falta de sal são: caimbras musculares, náuseas ou fadiga. O remédio
será tomar uma pitada de sal em ½ litro de água. Pode-se levar comprimidos de
sal no kit de sobrevivência. Neste caso, apenas basta abrir o invólucro e
dissolver a pastilha na quantidade apropriada de água. Não se devem ingerir
inteiros, pois pode causar dor de estomago e danos nos rins. Se as suas
reservas de sal são poucas e estão perto do mar, a água salgada, contém cerca
de 35g/l de sal, mas não se deve beber no seu estado normal. Deve ser diluída em
água fresca para torna-la potável, ou evaporar a água para se obter os cristais
de sal. Se não encontrar nenhuma forma de obter sal, pode-se usar o sangue de
animais, que é uma valiosa fonte de minerais.
Deve-se evitar
beber café ou álcool, pois eles podem oferecer aquecimento num curto prazo, mas
causam desidratação mais rapidamente.
A água
geralmente se ingerida mórna, será melhor e mais rapidamente absorvida pelo
nosso organismo, do que se estiver no estado natural ou fria.
Resta concluir
este tema com uma chamada de atenção. Todos os assuntos aqui tratados carecem
de imenso conhecimento, tanto das técnicas como das plantas, da qualidade da
água, etc. O método mais eficaz para purificar a água é a fervura, pelo que se
deve sempre ferver a água antes de ingerir, por um período nunca inferior a 10
minutos. Levem sempre no vosso equipamento reservas de água, de forma a
evitarmos as situações de sobrevivência aqui explicadas.
Esperamos ter
sido úteis com este trabalho.
Boas caminhadas
e … nunca se esqueçam de levar água.
Parabéns pelo artigo, esta fantastico!!!
ResponderEliminarSaudações Montanheiras
Obrigada Dorita. Saudações Montanheiras
ResponderEliminarExcelente texto , obrigado por compartilhar com o mundo montanhístico , abraço !
ResponderEliminarExcelente artigo! Parabens pelo otimo trabalho.
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