“Febre da Carraça”
. Febre da carraça
. Introdução
. Definição da doença
. Ciclo de vida da carraça
. Forma de apresentação da doença
. O que fazer
. Prevenção
Introdução
Vulgarmente
designada por “febre da carraça”, a febre escaro-nodular (FEN) é a rickettsiose
com maior impacto em Saúde Pública em Portugal.
O
receio do aumento de casos de morte devido à febre da carraça em Portugal – só em
2012 foram confirmadas 220 infeções e morreram 10 pessoas – levou o Instituto
Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) a intensificar a vigilância,
controlo e prevenção nesta área. Os distritos mais afectados têm sido Beja e
Bragança.
Definição da doença
A
FEN é causada por uma bactéria, a Rickettsia conorii, que infecta
frequentemente a carraça. Só surge doença no ser humano após a picada por uma
carraça infectada. A bactéria em questão causa uma lesão inflamatória dos vasos
sanguíneos, denominada vasculite, que a nível da derme é responsável pelo
exantema (ou manchas).
A
doença ocorre fundamentalmente nos meses de Verão, quando são mais frequentes
as actividades ao ar livre e manifesta-se principalmente por febre elevada e
exantema.
Existem ainda outras doenças
transmitidas por carraças, como a Borreliose de Lyme, Febre Q, Tularémia, e Ehrlichiose,
que não serão abordadas nesta apresentação.
Ciclo de vida da “Carraça”
Em geral são as carraças adultas
que chamam mais a atenção pelo seu tamanho; sobretudo as fêmeas que
ingurgitadas com sangue aumentam várias vezes de volume. As carraças passam
cerca de 90 % da sua vida fora do hospedeiro e encontram-se mais activas na
primavera e verão e em zonas rurais, factores que devem ser tidos em conta em
qualquer programa de controlo de carraças. O crescente aumento do número de
hospedeiros (nomeadamente cães e gatos abandonados) e um clima cada vez mais
com características tropicais resultantes do aquecimento global, alertam-nos
para uma proliferação destes parasitas e o consequente perigo em termos de
saúde pública.
Uma fêmea
grávida deposita no chão cerca de 2000 a 4000 ovos, podendo atingir um número
superior a 12000. Cerca de um mês depois nascem as larvas, sobem a vegetação e
aguardam até que um hospedeiro conveniente passe ao qual se fixam. Após alguns
dias, já totalmente ingurgitadas, caem no chão, procuram abrigo e
transformam-se em ninfas, que por sua vez procuram a sua “refeição”,
ingurgitam, destacam-se e transformam-se em carraças adultas. Nessa altura as
fêmeas adultas trepam a vegetação, aguardam a passagem de um “cliente” de
eleição, permanecendo sempre no mesmo uma a quatro semanas até que se destacam,
caem no chão e procuram abrigo em locais com alguma humidade, preferencialmente
em zonas de vegetação de baixa e média altura. É neste comportamento que reside
em parte a explicação para o facto de animais em pastoreio, cães após um dia no
campo ou em zonas cinegéticas serem as “refeições” sanguíneas predilectas para
estes parasitas.
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