Conforme tinha prometido, aqui estou a publicar um artigo sobre a utilização de lenços triangulares. Embora tenham caído em desuso estas técnicas de utilização de lenços triangulares no socorrismo, é importante lembrar que são aplicadas em situações de recurso e de improviso e são estas mesmas situações com que nos deparamos na montanha, por isso mesmo aconselho que transportem na vossa mochila dois ou três lenços triangulares, nunca se sabe quando farão falta e não ocupam assim tanto espaço e nem pesam muito.
Pode-se obter um lenço triangular, cortando na diagonal um pedaço de tecido (linho ou algodão), com pelo menos um metro quadrado. Os lenços triangulares podem ser usados de numerosas formas:
. Abertos – Podem servir para apoiar ou proteger os braços ou o peito, e ainda para fixar pensos em zonas como a cabeça, a mão ou o pé.
. Dobrados – Podem ser ajustados de acordo com as necessidades formando:
. Gravatas largas – Estas gravatas são utilizadas para imobilizar membros durante o transporte, ou para os suspender.
. Gravatas estreitas – Este tipo de gravatas é útil para segurar um penso numa articulação, se não se dispuser de outra ligadura, para aplicar como uma ligadura, imobilizar uma fractura, ou para fazer uma rodilha ou sogra (método de enrolar o lenço de forma a fazer uma argola, usada para envolver uma ferida com objecto estranho espetado ou um osso de uma fractura exposta de forma a cobrir a ferida sem tocar no objecto ou osso).
Métodos
. Suspensão – Este método é utilizado para apoiar e proteger os braços, antebraços, pulsos ou mãos lesionados e para imobilizar um membro superior quando há lesões no peito. Pode fazer-se a suspensão com ou sem elevação. Deve ser sempre feita do lado lesionado para dar maior apoio e protecção.
. Coberturas – Estes métodos são utilizados para segurar pensos nas mãos, pés, cabeça, etc.
Embora as figuras que apresento sejam elucidativas, será conveniente treinar bastante estas técnicas e métodos com alguém que perceba de socorrismo, de forma a saber quando aplicar correctamente estas técnicas para não agravar a situação quando pensamos que estamos a ajudar.
Por exemplo, quando existe uma lesão num olho, antigamente cobria-se apenas um olho, mas chegou-se à conclusão que o ideal é tapar os dois olhos, pois se a lesão tiver um objecto estranho no olho, o que fica destapado faz movimentos naturais de piscar, forçando o olho lesionado a efectuar esses movimentos em simultâneo, agravando desta forma a lesão e provocando maior sofrimento à vítima.
Para qualquer cobertura desde o ombro até à mão, será aconselhável fazer suspensão do membro.
Neste capítulo apenas abordarei a temática das coberturas e suspensões deixando as imobilizações para um futuro capítulo abordando fracturas, luxações e entorses. Portanto, se o tema vos interessa mantenham-se atentos. Vão visitando o nosso blog, que tentaremos colocar sempre artigos interessantes e úteis para os amantes da montanha.
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