Osvaldo Oliveira, Amadeu Barros e João Rodrigues do CMB, conquistaram o cume do Toubkal
numa jornada marcada por condições climatéricas bastante adversas, aos quais se juntou o amigo Manuel João nesta aventura.
No passado dia 18 de Abril, exactamente às 9:55 h locais (10:55 h em Portugal), três associados do Clube de Montanhismo de Braga “conquistaram o TECTO DO NORTE DE ÁFRICA”, o cume do Monte Toubkal, pelo corredor Sul, com 4.167 metros de altitude, acima do nível do mar, tecto da cordilheira do Atlas, destacando-se de outras montanhas circundantes que também superam os 4.000 metros, tais como Imouzzerr (4010 metros), Toubkal-Oeste (4030 metros), Timesguida (4089 metros), Ras (4083 metros) e Biiguinnoussene (4002 metros). A progressão para o cume, embora bastante íngreme, contudo não é tecnicamente difícil nem muito extensa, mas este ano foram fustigados por rajadas de vento constantes, muitas vezes a cima dos 80kms hora.
Ascensão
Dia de cume, 18 de Abril – Era dia de tentar atingir o cume do Toubkal e nós estávamos confiantes de que seríamos capazes de o conquistar, já lá havíamos estado há dois anos atrás. Se no primeiro dia a única dificuldade tinha sido as muitas horas de caminhada – cerca de quatro horas em terreno muito irregular e em permanente ascensão – com um desnível de cerca de 1500 metros, seguindo-se cerca de uma hora de progressão em neve até chegar ao refúgio de Neltner, numa cota de 3.207 metros de altitude. Neste segundo dia, podiam aparecer desafios maiores, o trilho, a partir do refúgio de Neltner até ao cume, estava todo coberto de muita neve e a experiência de um dos colegas a caminhar em neve era praticamente nula.
A nossa alvorada começou às 2:00 h, mas a intempérie que se fazia sentir – muita neve, nevoeiro e ventos muitos fortes, levaram a adiar a saída por mais três horas. Então, ás 5:00 h, iniciamos a preparação de todo o equipamento necessário – GPS, máquinas fotográficas, bandeiras, crampons, bastões, piolet e roupa adequada às rajadas de vento e às temperaturas baixas que se faziam sentir, seguindo-se o pequeno-almoço reforçado, já na sala do refúgio, com outros alpinistas.
O grupo do Clube de Montanhismo de Braga estava em forma. E foi com esse espírito que, às 6:35 h, passo a passo, iniciaram a ascensão. Foram subindo e descansando e subindo e descansando de novo, conquistando metro a metro dos cerca de 960 metros de desnível, do refúgio até ao cume. Tiveram que fazer mais paragens que as normais, já que as rajadas de vento eram constantes e, por vezes, tinham mesmo que parar e ficar bem agarrados aos piolet, para se travarem, para além de ter que enfrentar a rarefacção de oxigénio, que se ia fazendo sentir em função da altitude.
Aos 3.985 metros de altitude, bem perto do Toubkal Oeste, não se conseguia avistar a pirâmide que assinala o topo do Djbel Toubkal, como é habitual, já que o nevoeiro denso fechava qualquer indicação do percurso e o objectivo final. Contudo, eles sabiam que estavam bem perto e que agora já não lhes podia escapar o objectivo, o cume do Toubkal. Por volta das 9:55 da manhã do dia 18 de Abril de 2011, após cerca de 3:20m de subida, atingiram o cume do Djbel Toubkal a 4.167 metros de altitude! Não se via nada de lá de cima, estávamos só nós, o vento e o nevoeiro – ainda procuram o D. Sabastião, podia ser que andasse por ali…! Mas o facto de chegarmos lá acima é absolutamente fascinante, para os sentidos, para a pele e para a alma.
Aqui desfraldamos as bandeiras do Município de Braga e da Socimorcasal (empresa patrocinadora) e um cachecol do sempre glorioso Sporting Clube de Braga, no cume mais alto do Norte de África. Ainda dedicamos algum tempo a tirar mais umas fotos, com outros alpinistas que, entretanto, foram chegando.
Prova superada, ou quase, porque como diz o nosso alpinista português, o João Garcia, chegar ao topo é só metade da conquista pois ainda há o percurso de regresso. E descer pode ser mais rápido, menos difícil, mas é igualmente perigoso. Felizmente correu tudo bem e a descida, decorreu sem qualquer sobressalto. Regressados ao refúgio de Neltner, tomamos uma bebida isotónica para retemperar, refizemos as mochilas e iniciámos a descida até à base da montanha, a aldeia berbere de Imlil. Daqui, partimos em direcção a Marraquexe, onde celebramos a ascensão conseguida, num jantar festivo em pleno coração do centro da cidade.
No dia seguinte, dedicamos algum tempo a apreciar o ambiente exótico e animado da cidade e exploramos o insólito labirinto de vielas da sua Medina, visitamos a famosa mesquita e os célebres encantadores das serpentes do deserto e da cobra capelo, na famosa praça Djemaa el Fna que ainda abriga acrobatas, vendedores de água, dançarinos, músicos e barracas de comida.
Depois de terem percorrido algumas montanhas e cumes das mais emblemáticos a nível mundial, como são o exemplo do Kilimanjaro na Tanzânia, o Monte Branco em França, o Pico Aneto e o Monte Perdido nos Pirinéus, o Monte McKinley no Alasca, o Aconcágua na Argentina e o Elbrus na Rússia, o Jebel Toubkal em Marrocos surge como mais uma conquista bem sucedida por parte de elementos do Clube de Montanhismo de Braga. Foi, aliás, mais uma entrada com o pé direito para esta instituição recém-criada, mas que se propõem continuar na senda da conquista de cumes, procurando levar cada vez mais alto as bandeiras de Portugal, da nossa cidade de Braga e do Sporting Clube de Braga.
numa jornada marcada por condições climatéricas bastante adversas, aos quais se juntou o amigo Manuel João nesta aventura.
No passado dia 18 de Abril, exactamente às 9:55 h locais (10:55 h em Portugal), três associados do Clube de Montanhismo de Braga “conquistaram o TECTO DO NORTE DE ÁFRICA”, o cume do Monte Toubkal, pelo corredor Sul, com 4.167 metros de altitude, acima do nível do mar, tecto da cordilheira do Atlas, destacando-se de outras montanhas circundantes que também superam os 4.000 metros, tais como Imouzzerr (4010 metros), Toubkal-Oeste (4030 metros), Timesguida (4089 metros), Ras (4083 metros) e Biiguinnoussene (4002 metros). A progressão para o cume, embora bastante íngreme, contudo não é tecnicamente difícil nem muito extensa, mas este ano foram fustigados por rajadas de vento constantes, muitas vezes a cima dos 80kms hora.
Ascensão
Dia de cume, 18 de Abril – Era dia de tentar atingir o cume do Toubkal e nós estávamos confiantes de que seríamos capazes de o conquistar, já lá havíamos estado há dois anos atrás. Se no primeiro dia a única dificuldade tinha sido as muitas horas de caminhada – cerca de quatro horas em terreno muito irregular e em permanente ascensão – com um desnível de cerca de 1500 metros, seguindo-se cerca de uma hora de progressão em neve até chegar ao refúgio de Neltner, numa cota de 3.207 metros de altitude. Neste segundo dia, podiam aparecer desafios maiores, o trilho, a partir do refúgio de Neltner até ao cume, estava todo coberto de muita neve e a experiência de um dos colegas a caminhar em neve era praticamente nula.
A nossa alvorada começou às 2:00 h, mas a intempérie que se fazia sentir – muita neve, nevoeiro e ventos muitos fortes, levaram a adiar a saída por mais três horas. Então, ás 5:00 h, iniciamos a preparação de todo o equipamento necessário – GPS, máquinas fotográficas, bandeiras, crampons, bastões, piolet e roupa adequada às rajadas de vento e às temperaturas baixas que se faziam sentir, seguindo-se o pequeno-almoço reforçado, já na sala do refúgio, com outros alpinistas.
O grupo do Clube de Montanhismo de Braga estava em forma. E foi com esse espírito que, às 6:35 h, passo a passo, iniciaram a ascensão. Foram subindo e descansando e subindo e descansando de novo, conquistando metro a metro dos cerca de 960 metros de desnível, do refúgio até ao cume. Tiveram que fazer mais paragens que as normais, já que as rajadas de vento eram constantes e, por vezes, tinham mesmo que parar e ficar bem agarrados aos piolet, para se travarem, para além de ter que enfrentar a rarefacção de oxigénio, que se ia fazendo sentir em função da altitude.
Aos 3.985 metros de altitude, bem perto do Toubkal Oeste, não se conseguia avistar a pirâmide que assinala o topo do Djbel Toubkal, como é habitual, já que o nevoeiro denso fechava qualquer indicação do percurso e o objectivo final. Contudo, eles sabiam que estavam bem perto e que agora já não lhes podia escapar o objectivo, o cume do Toubkal. Por volta das 9:55 da manhã do dia 18 de Abril de 2011, após cerca de 3:20m de subida, atingiram o cume do Djbel Toubkal a 4.167 metros de altitude! Não se via nada de lá de cima, estávamos só nós, o vento e o nevoeiro – ainda procuram o D. Sabastião, podia ser que andasse por ali…! Mas o facto de chegarmos lá acima é absolutamente fascinante, para os sentidos, para a pele e para a alma.
Aqui desfraldamos as bandeiras do Município de Braga e da Socimorcasal (empresa patrocinadora) e um cachecol do sempre glorioso Sporting Clube de Braga, no cume mais alto do Norte de África. Ainda dedicamos algum tempo a tirar mais umas fotos, com outros alpinistas que, entretanto, foram chegando.
Prova superada, ou quase, porque como diz o nosso alpinista português, o João Garcia, chegar ao topo é só metade da conquista pois ainda há o percurso de regresso. E descer pode ser mais rápido, menos difícil, mas é igualmente perigoso. Felizmente correu tudo bem e a descida, decorreu sem qualquer sobressalto. Regressados ao refúgio de Neltner, tomamos uma bebida isotónica para retemperar, refizemos as mochilas e iniciámos a descida até à base da montanha, a aldeia berbere de Imlil. Daqui, partimos em direcção a Marraquexe, onde celebramos a ascensão conseguida, num jantar festivo em pleno coração do centro da cidade.
No dia seguinte, dedicamos algum tempo a apreciar o ambiente exótico e animado da cidade e exploramos o insólito labirinto de vielas da sua Medina, visitamos a famosa mesquita e os célebres encantadores das serpentes do deserto e da cobra capelo, na famosa praça Djemaa el Fna que ainda abriga acrobatas, vendedores de água, dançarinos, músicos e barracas de comida.
Depois de terem percorrido algumas montanhas e cumes das mais emblemáticos a nível mundial, como são o exemplo do Kilimanjaro na Tanzânia, o Monte Branco em França, o Pico Aneto e o Monte Perdido nos Pirinéus, o Monte McKinley no Alasca, o Aconcágua na Argentina e o Elbrus na Rússia, o Jebel Toubkal em Marrocos surge como mais uma conquista bem sucedida por parte de elementos do Clube de Montanhismo de Braga. Foi, aliás, mais uma entrada com o pé direito para esta instituição recém-criada, mas que se propõem continuar na senda da conquista de cumes, procurando levar cada vez mais alto as bandeiras de Portugal, da nossa cidade de Braga e do Sporting Clube de Braga.
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