Cozinha
A diarreia durante uma
expedição pode ser causada falta de higiene. Aqui também os esforços contínuos
para manter um elevado nível de higiene na cozinha, ajudarão a reduzir o número
de horas de trabalho perdido devido às infecções intestinais.
É obrigatório lavar as mãos antes de
empreender qualquer trabalho na cozinha. Uma pessoa deve ocupar-se do
abastecimento, de forma a não ficar qualquer dúvida acerca de sobre quem recai
a responsabilidade de cozinhar cada dia, e quem tem o dever de manter a cozinha
limpa e organizada. Deve-se decidir quem lavará a loiça, onde se fará e onde se
guardará a loiça. Se for possível, deve-se lavar a loiça com água quente.
Deve-se lavar diariamente as superfícies das mesas e as zonas onde se preparam
os alimentos, lavar os aventais, ferver os panos de cozinha e pendurá-los ao
Sol para secarem.
Deve-se ter em conta
como armazenar os alimentos. Os roedores invadem rápidamente os acampamentos,
causam estragos nos armazéns de comida e transmitem doenças aos seres humanos.
Por exemplo, a ratazana polimástica "Mastomys natalensis" urina sobre
os alimentos e transmite a febre Lassa na África Ocidental.
Os armários de
dispensa suspensos que têm protecção contra os insectos, são úteis porque se
podem transportar dobrados. No terreno é difícil os frigoríficos serem fiáveis
a 100%, funcionem com gaz, petróleo ou electricidade. Geralmente não conseguem
manter o nível de frio de um frigorífico de cozinha moderno, pelo que permitem
que proliferem mais rápidamente os organismos produtores de doenças. Por vezes,
no frigorífico, competem por espaço os alimentos, a cerveja, e inclusivé os
medicamentos do médico da expedição. Se possível, deve-se separar os alimentos
dos medicamentos em frigoríficos independentes. O frigorífico do acampamento
base deve manter-se limpo, com a carne crua na parte de baixo e os alimentos e
os cozinhados na parte de cima. Não se deve encher demasiado nem abrir e fechar
a porta demasiadas vezes.
Devem existir regras
firmes sobre a limpeza e a preparação dos alimentos, incluindo a fruta fresca e
as saladas. É opcional prescindir de alfaces e de outras hortaliças de folhas
largas e dos mariscos. Os alimentos crus e principalmente a carne, devem
lavar-se descascar-se e preparar-se afastados dos cozinhados para não os
contaminar. Para fazer essa tarefa, utiliza-se uma tábua de cortar e uma faca
independentes.
Os alimentos devem ser bem cozinhados e
servidos quentes em pratos limpos e devem ser comidos de imediato; não se devem
deixar algum tempo sobre a mesa nem se devem aquecer novamente. Deve-se
assegurar que todos os elementos da expedição conhecem os riscos do leite,
gelados, cúbos de gelo e similares, assim como quais os alimentos que se deve
evitar quando se está fora do acampamento.
Se a expedição tiver a
sorte de contar com um cozinheiro, deve-se controlar os seus hábitos de
higiene. Não é prudente assumir que o cozinheiro possui conhecimentos de
higiene dos alimentos.
Frequentemente a intoxicação alimentar por
"Staphylococus" acontece devido às pessoas que albergam esta bactéria
no seu nariz contaminam por exemplo, a tábua onde se cortam os alimentos.
Deve-se ter presente que o cozinheiro pode ser portador de alguma doença. Não
se deve permitir que ninguém doente cozinhe.
Os cozinheiros
trabalham árduamente, e durante muito tempo. Despertam antes de todos e
deitam-se a altas horas da noite. São o coração da expedição e fazem um
trabalho que ninguém agradece. Por muitos preparativos que se tenha feito para
satisfazer a todos, sempre existem reclamações. Frequentemente, os cozinheiros
acabam por ser os bodes expiatórios da expedição, são objecto de queixas e por
vezes de abusos, no entanto uma expedição não pode funcionar sem a comida. Os
cozinheiros necessitam de apoio. Bem recebida será, portanto, qualquer forma de
agradecimento por parte dos outros elementos do grupo.
No próximo artigo
voltaremos a este tema. Até lá...
Boas caminhadas
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