O CMB nos Pirinéus 2015

No dia 25 de Agosto de 2015, pelas 18:00h, o grupo do Clube de Montanhismo de Braga, composto por

 Paulo Costa,

Amadeu Barros,

 Cláudio Ribeiro,

Vitor Veloso

e Manuel Martins,

partiu de Braga com destino aos Pirinéus. Num primeiro momento o grupo propunha-se ascender ao maciço do Vignemale (Pirinéus Franceses), procurando atingir o seu ponto mais alto (Grand Vignemale/Pic Long), para depois tentar  alcançar, já nos Pirinéus Espanhóis, o cume do Posets.

 A viagem decorreu durante toda a noite, momentaneamente interrompida por uma paragem no início da viagem, devido a um sobreaquecimento da viatura, situação que, no entanto, foi rapidamente resolvida.

No dia 26 de Agosto por volta das 8:00h da manhã, o grupo chegava à "Barrage d'Ossoue", um dos principais pontos de partida para ascender ao Gran Vignemale/Pic Long).

Aí chegados, prepararam-se as mochilas e, por volta das 8:30h, começaram a caminhar pelo vale de Ossoue onde fizeram uma primeira paragem para tomar algo revigorante para a caminhada que se avizinhava.

Deste ponto paradisíaco já se podia avistar o objectivo, o Grand Vignemale (também conhecido por Pic Long), e a grande língua de neve que forma o glaciar d'Ossoue (o mais extenso dos Pirinéus).

Após esta paragem a 1.834 mts de altitude, o grupo iniciou, verdadeiramente, a sua jornada. No final do vale da "Barrage de Ossue" e o atravessamento de uma pequena ponte sobre o rio, iniciou-se uma longa subida percorrendo um trilho estreito que, inicialmente, os fez passar ao lado de uma grande cascata (Cascata del Rou),

 daí seguindo para uma zona de uma enorme cascalheira.

Após uma breve paragem junto a um ribeiro, o grupo prosseguiu a sua subida. passando mais adiante pelas célebres grutas de Bellevue, situadas já a 2.430 mts de altitude. Estas grutas foram as primeiras escavadas na rocha pelo célebre Conde Russel.

Faça-se um parêntese para explicar que, em 1861, o conde Henry Russel, um romântico aristocrata francês, subiu ao Grand Vignemale e ficando encantado com tanta e bela montanha, acabou por comprá-la em 1887 ao estado francês, sendo-lhe concedida a sua propriedade por um período de 99 anos. Foi então que às ordens do Conde foram escavadas sete grutas nas rochas da montanha, espalhadas por três zonas diferentes, as quais ainda hoje se conservam.

Passando as primeiras grutas, o grupo chegou ao desvio que assinala o refúgio Baysselance, e onde uma placa indica que faltam cerca de 30 minutos para ali chegar.

Alcançado o refúgio Bayssellance, situado a 2.650 mts, cerca das 16:00h, os colegas de jornada deram por terminada a primeira fase desta aventura, montando as suas tendas após as 19:00h e  - tal como ditam por ali as regras - afastadas do refúgio cerca de 30 mts.

Após uma boa noite de repouso, o grupo despertou para uma paisagem de cortar a respiração, embelezada por um manto de nuvens aos seus pés.

 Neste segundo dia de montanha, 27 de Julho, prepararam-se as mochilas de "cume" (mais leves) e orientou-se a marcha  para o cimo da montanha. A jornada iniciou-se com uma descida em que se faz uma pequena parte do caminho efectuado até ao refúgio no dia anterior (até à zona da mencionada placa) e seguiram por um percurso estreito, com uma vertente bastante inclinada, cheia de pedras e escorregadia, situado na base da aresta do pequeno Vignemale.

Após cruzarem uma cascalheira, chegaram finalmente à base do início do glaciar de Ossoue.

A partir deste ponto a ascensão para o Grand Vignemale foi efectuada por esse glaciar, que a certa altura ganha um declive considerável, tendo sido necessário fazer alguns desvios devido às fendas existentes no gelo.

 Após uma marcha prolongada, e depois mais plana, o grupo alcançou a base do Grand Vignemale, situada a 3.151 mts de altitude.

Trepar o Grand Vignemale equivale a uma escalada relativamente segura, mas em que as distrações dão quase sempre maus resultados, actividade que dura, aproximadamente, 15 minutos, numa parede onde se combinam rochas sólidas com rochas muitos descompostas.

Após esta stressante trepada, o grupo chegou finalmente ao cume do Grand Vignemale, situado a 3.298 mts de altitude, pelas 15:00h. Após as fotos da praxe e os abraços de alegria, o grupo iniciou a descida da montanha efectuando o mesmo percurso utilizado na ascensão.

Após esta primeira conquista com sucesso, o grupo procurou um parque de campismo para descansar e passar a noite, o que aconteceu após um bom e ansiado duche revitalizante e um jantar em que se degustou alguma cuisine francesa.

No dia seguinte, de manhã cedo, o grupo fez-se novamente à estrada para efectuar uma viagem de cerca de 5 horas, atravessando o túnel de Bielsa,  até Benasques (Pirinéus Espanhóis), onde, como em vezes anteriores, montaram as suas tendas no parque de campismo "Aneto" (nome do cume mais alto dos Pirinéus - 3404mts. - ao qual o CMB ascendeu em 2013), para descansar um pouco para os dois dias seguintes, durante os quais propunham-se subir o Posets. Contudo, ao verificarem a meteorologia perceberam que o dia 29 apresentava as condições propícias, mas que o dia 30 ameaçava mau tempo, o que impedia que se pudesse estar na montanha. Perante  esse contratempo, o grupo acabou por decidir tentar subir e descer a montanha em apenas um dia (29).

Assim, nesse dia seguinte, bem cedo, carrinha carregada, estes companheiros fizeram-se à estrada, iniciando a sua caminhada pelas 7h45, no estacionamento situado a 1.550 mts de altitude, junto à Cascata de Espigantosa.

A primeira parte do trajecto consistiu numa subida pontuada por fortes pendentes, intervalada por alguns trechos mais planos, através de uma zona de bosques, até ser alcançado o refúgio Àngel Orús, situado a 2.150 mts de altitude, local onde o grupo parou alguns minutos para recuperar energias, pois haviam já efectuado uma subida acentuada durante cerca de 1h30m.

A partir do refúgio a paisagem transforma-se e a subida vai-se desenrolando por uma zona de penedia, até que, após vencerem-se vários patamares, se chega ao vale de Llardaneta.

 Após cruzar este vale atingiu-se o Canal Fonda, vale fundo e empinado, com alguns lençóis de neve que ali perduram até aos finais do Verão. Foi então necessário subir essas grandes línguas de neve, que vão ganhando inclinação conforme se vai subindo, e que estão separadas por uma enorme cascalheira que se sobe ziguezagueando.

Atingido o colo superior do canal, surge, finalmente, sobre a direita o Posets, cujo maciço é constituído por uma empinada e interminável cascalheira,

que ao fim de cerca de uma hora nos conduz à sua aresta final que se atravessa, observadas as devidas cautelas, e que conduziu o grupo até ao cume do Posets, situado a 3.375 mts de altitude (o 2º mais alto dos Pirinéus), pelas 12:00h.

Após as manifestações de alegria habituais nestas ocasiões, as "chapas" que assinalaram o momento e um curto repouso, o grupo iniciou a descida da montanha, tomando os necessários cuidados, até porque o desgaste físico já se fazia notar e existiam alguns passos difíceis de transpor na descida. Tudo decorreu pelo melhor e, cansado mas satisfeito, o grupo chegou à viatura por volta das 18:00h. Daí foi o regresso ao camping "Aneto" para um banho relaxante e uma noite merecida de repouso. No dia seguinte (30 de Julho), o grupo iniciou a "lenta" viagem de regresso a casa, passeando-se todo o dia pela serra de Guara e pernoitando num parque de campismo em Arandas de Soria.

No dia imediato (31), sempre em ritmo de passeio, transpôs-se a serra de Moncayo e,

finalmente, já a 1 de Agosto, viajou-se para Puebla de Sanabria, onde se pernoitou junto ao Lago de Sanabria, chegando o grupo a Braga no dia 2 de Agosto de 2015 pelo início da tarde.

Foi mais uma actividade de Verão do CMB coroada de pleno sucesso.